Foto: Marcos Corrêa/PR
O ministro da Economia, Paulo Guedes 07 de abril de 2021 | 22:00

Guedes é apelidado de navio que encalhou em Suez por travar acordo no Orçamento

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, passou a ser chamado, em caráter reservado, de “Evergreen”, nome da empresa cujo navio bloqueou recentemente o fluxo do canal de Suez. Para deputados e senadores, o ministro tem impedido um acordo para o Orçamento de 2021.

A embarcação, de 400 m de comprimento, encalhou no canal no dia 23 de março, interrompendo uma das rotas comerciais mais importantes do mundo durante seis dias.

O entrave inspirou o centrão a apelidar o ministro com o mesmo nome, numa crítica à resistência de Guedes em aceitar a demanda de deputados e parlamentares por emendas no Orçamento e, assim, destravar um acordo para a sanção da peça.

O Orçamento foi considerado inexequível pelo Ministério da Economia por fazer cortes bilionários em gastos obrigatórios, como aposentadorias, para ampliar o valor de emendas parlamentares.

Técnicos argumentam que a sanção da peça, tal como está, poderia fazer o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incorrer em crime de responsabilidade, o que abriria caminho para a abertura de um processo de impeachment.

Em março, o Poder Executivo prometeu mais R$ 16,5 bilhões em emendas a aliados em troca da aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) Emergencial, que prevê medidas de controle de aumento de despesas e liberou a nova rodada do auxílio emergencial.

A equipe econômica, no entanto, reclama que o relator do Orçamento, senador Márcio Bittar (MDB-AC), extrapolou o acordo e, no final, o acréscimo foi de R$ 29 bilhões —que foram distribuídos em negociações políticas e classificados como emendas de relator à proposta orçamentária.

Já na visão da cúpula do Poder Legislativo, deputados e senadores estão sendo apontados como responsáveis pelos problemas na proposta orçamentária, que precisa ser sancionada até dia 22 de abril. A demora em uma definição retomou a pressão no centrão por uma troca de Guedes.

Gustavo Uribe/Folhapress
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