Foto: Divulgação/Arquivo
É fato: A dia de hoje, percentuais aferidos pela Paraná mostram que candidatura de Rui Costa ao Senado é simplesmente imbatível 07 de abril de 2021 | 09:47

Wagner pode não ter dito que lançará Rui ao Senado, mas nada impede que Lula queira isso

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Este Política Livre reproduziu ontem uma nota publicada na Coluna Esplanada, veiculada, entre outros jornais, na Tribuna, dando conta de que o senador Jaques Wagner (PT) teria avisado ao ex-presidente Lula que faria o hoje governador Rui Costa (PT) candidato ao Senado em sua chapa, em 2022.

Neste particular, o site não fez nada diferente do que todos os demais. Com um detalhe: a nota da Esplanada pode ter sido inspirada num artigo publicado neste mesmo Política Livre pelo editor Raul Monteiro analisando a primeira pesquisa sobre a sucessão estadual, da Paraná.

No levantamento, o ex-prefeito ACM Neto (DEM), para uma candidatura ao governo, e Rui Costa (PT), para a disputa ao Senado, aparecem como favoritos, o que coloca o senador petista numa espécie de segundo plano. A partir daí, o articulista fez a ilação de que uma chapa ao governo com Wagner na cabeça e Rui ao Senado seria forte.

Em nenhum momento, no entanto, avançou o sinal, dizendo que este seria o plano de Wagner, exatamente por não ter informações neste sentido e por assumir que se trataria de uma operação complicada, já que só existem três vagas na chapa (governo, vice e Senado) e o PT tem aliados no Estado que desejam dividir o espaço.

Estão entre eles o PSD, do senador Otto Alencar, e o PP, do vice-governador João Leão – embora não só eles. O primeiro deseja a reeleição. Impedido pela lei de concorrer de novo à vice, Leão, por outro lado, ainda vaga em campo sem antecipar o que deseja nem saber o que lhe caberá.

Mas, ainda que não tenha sido este Política Livre o autor de nenhuma informação sobre o suposto comunicado de Wagner a Lula, cabe, com base nos mesmos dados, uma outra análise, não mencionada no artigo que avaliou os números da pesquisa. Será que ter Rui na chapa de Wagner não seria um desejo do ex-presidente?

Como a própria pesquisa mostra, de 2006, quando disputou a reeleição, para agora, a popularidade de Lula na Bahia caiu de cerca de 70% para em torno de 40%. A campanha está longe de começar, mas na chapa fria os números mostram que, diferentemente do passado, Lula pode precisar mais de apoio do que antes à Presidência.

Num contextos desses, nada impede que, ao invés de Wagner comunicar ao ex-presidente que Rui concorrerá ao seu lado, o próprio Lula diga ao ex-governador que não existe outro caminho a trilhar. Não é preciso deduzir que isto espatifaria o plano de reeleição de Otto, aliado importantíssimo do PT no Estado.

E daria um outro status a Leão, que assumiria o governo com  a renúncia do governador seis meses antes da eleição. Simples assim. Ou terrível assim. Mas Wagner, Rui, Otto, Leão e, acima de todos eles, Lula, sabem, mais do que ninguém, o quanto o sistema político é bruto.

Política Livre
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