Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
CPI da Covid 14 de maio de 2021 | 12:52

Datafolha: Maioria apoia CPI da Covid, mas avalia que comissão fará apenas uma encenação

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A maioria da população brasileira apoia a criação da CPI da Covid no Senado, mas também acredita que a investigação será apenas uma encenação.

As duas conclusões constam de pesquisa do Datafolha realizada com 2.071 pessoas, de forma presencial, em 146 municípios, nos dias 11 e 12 de maio. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Para 82% dos entrevistados, os senadores agiram bem em abrir a comissão. Apenas 11% consideraram um erro a instalação, 2% se disseram indiferentes e 5% afirmaram não saber.

A opinião favorável à investigação é majoritária mesmo na parcela do eleitorado que aprova a gestão do presidente Jair Bolsonaro, principal crítico da CPI.

Concordam com a criação 67% dos que avaliam o governo como ótimo ou bom, percentual que sobe para 90% entre os que reprovam o presidente.

A comissão, na verdade, foi instalada apenas por interferência do Supremo Tribunal Federal, uma vez que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), resistia em criá-la, embora as condições regimentais para isso estivessem todas cumpridas.

Ao mesmo tempo, a maior parte dos entrevistados demonstra ceticismo de que a CPI vá fazer uma investigação séria sobre erros cometidos no enfrentamento da pandemia, que já deixou mais de 430 mil mortos.

Estão esperançosos 35%, para quem a CPI vai levar a investigação até o fim a sério. Outros 57%, no entanto, avaliam que a comissão vai fazer apenas uma encenação, enquanto 6% não souberam responder e 2% deram outras repostas.

Em duas semanas de trabalho, a CPI teve uma série de depoimentos quentes, que trouxeram informações novas sobre as falhas do governo federal, mas também proporcionaram momentos de pugilato verbal.

A sessão mais controversa foi a que ouviu o ex-secretário de Comunicação Social Fábio Wajngarten, que chegou a ter sua prisão pedida por senadores, sob acusação de mentir em depoimento.

Também houve um bate-boca entre Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), que foi chamado de vagabundo pelo filho de Bolsonaro.

Apesar deste apelo midiático da CPI, metade da população brasileira afirma que não tomou conhecimento sobre a comissão. Disseram estar informados 52% dos entrevistados, uma situação de empate técnico com os 48% que afirmaram não ter conhecimento sobre a investigação.

Apenas 14% consideram-se bem informados a respeito da CPI, 27% mais ou menos informados e 10% mal informados.

Curiosamente, o apoio à CPI difere pouco entre as metades da população que se dizem informadas e sem conhecimento sobre a comissão. Entre os que estão a par do assunto, 84% defendem a investigação, índice que cai para 79% entre os que declaram desconhecê-lo.

Fábio Zanini/Folhapress
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