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Paulo Grendene já havia denunciado investigados na Operação Faroeste 12 de junho de 2021 | 20:21

Após morte de agricultor em Barreiras, associação cobra resposta do TJ-BA sobre posse de terras no oeste baiano

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Após a morte do agricultor de Barreiras, Paulo Antonio Ribas Grendene, na última sexta-feira (11), a Associação dos Produtores Rurais da Chapada das Mangabeiras (Aprochama) denunicou, por meio de nota à imprensa, “o grave clima de violência instaurado na região Oeste da Bahia. A triste situação foi evidenciada esta semana pelo brutal assassinato (de Paulo Grendene)”.

Grendene tinha 62 anos e era natural de Nova Londrina (PR) e já havia denunciado que suas terras estariam sendo invadidas por pessoas ligadas à organização investigada pela Operação Faroeste. “A Aprochama vem alertando constantemente as autoridades sobre a crescente tensão na região. Agricultores, que ajudaram a transformar o Oeste em uma das áreas mais prósperas do país, são constantemente ameaçados por bandos armados a abandonar suas terras”, diz a nota da associação.

A Aprochama informou ainda que já encaminhou denúncia formal ao Ministério Público sobre esse tipo de situação. Na próxima semana, a associação pretende levar o assassinato de Paulo Antônio Ribas Grendene ao conhecimento do ministro Og Fernandes, relator no Superior Tribunal de Justiça da ação criminal relativa à Operação Faroeste.

Na nota, a associação assevera que “a instabilidade é agravada pelo fato de que, até hoje, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) não concedeu formalmente a posse das terras aos agricultores – mesmo já tendo se passado quase dois anos desde que a Operação Faroeste revelou as gravíssimas fraudes e extorsões praticadas por grupos interessados em tomar ilegalmente essas propriedades”.

A Aprochama diz que diversos pedidos feitos ao ao TJ-BA para garantir a posse das terras de uma vez por todas não têm sido considerados. “Como consequência, permanece um grave clima de instabilidade e insegurança jurídica na região. Esse cenário atrapalha a produção, prejudica os investimentos e afeta psicologicamente agricultores e familiares, que vivem sob o risco de uma tragédia iminente”, destaca a nota da associação.

Os agricultores representados pela Aprochama afirmam, na nota, que pedem à Justiça que, além de apurar rigorosamente o crime cometido contra o Paulo Grendene, “pacifique de uma vez por todas nossa região, assegurando aos agricultores a posse de suas terras de forma definitiva”.

Davi Lemos
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