Câmara aprova iluminação pelo Dia do Orgulho Gay, mas seis vereadores repudiam ato

A decisão de manter iluminada com as cores do arco-íris, desta segunda-feira (28) até a quarta (30), a fachada da Câmara Municipal de Salvador (CMS) causou polêmica entre partidários e contrários à causa do movimento LGBTQIA+ – no dia 28 de junho é celebrado o Dia do Orgulho Gay. Seis vereadores repudiaram a decisão da Casa de ser iluminada pelas cores violeta, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho.

O vereador Isnard Araújo (PL) solicitou que a medida fosse votada por todos os membros da Casa e, além do liberal, votaram contra a homenagem em forma de iluminação Débora Santana (Avante), Ricardo Almeida (PSC), Julio Santos (Republicanos), Anderson Ninho (PDT) e Orlando Palhinha (DEM) – eles se manifestaram com ato de repúdio no próprio plenário, durante sessão realizada nesta segunda.

Em um grupo de WhatsApp, o vereador Anderson Ninho foi questionado por um membro do PDT que apontou o desconhecimento do edil das próprias diretrizes dos pedetistas. Aldo Batista, que integra a executiva nacional, disse que “parlamentares do PDT que compactuam com estas posturas não conhecem as diretrizes do partido. Sempre estivemos na vanguarda dos direitos da mulher, dis índios, negros”. Ninho respondeu que em nenhum momento foi preconceituoso: “tenho direito de respeitar e liberdade para não concordar”.

Em defesa da ação simbólica, o presidente da Câmara Municipal, Geraldo Júnior (MDB), disse, durante a sessão desta segunda, que “esta Casa Legislativa respeita a diversidade. Esta ação de iluminar o Legislativo de Salvador com as cores que representam a comunidade LGBTQIA+ demonstra o compromisso deste parlamento com o princípio de um tratamento digno e sem preconceito a todos os seres humanos, independente de etnia, credo ou condição sexual”.

O presidente do Grupo Gay da Bahia e coordenador do Centro Municipal de Referência LGBT, Marcelo Cerqueira, lembrou que essa é a primeira vez na história que a Câmara de Salvador tem instaladas as cores do arco-íris. “Trata-se do primeiro Legislativo de uma capital brasileira a tomar esta iniciativa”, destacou Cerqueira. O GGB encaminhou uma solicitação ao vereador Henrique Carballal (PDT) com o intuito de viabílizar a iluminação no Legislativo de Salvador. E o vereador intermediou o pleito junto a Geraldo Júnior, que autorizou a iniciativa.

A ação recebeu os aplausos das vereadoras Laina Crisóstomo (PSOL), Marta Rodrigues (PT) e Maria Marighella (PT). Laina ressaltou os casos de violência, falou sobre preconceito e sobre a baixa representatividade na política. “A gente sofre na pele o preconceito. Tenho medo de sair às ruas com minha companheira”, disse vereadora do PSOL, que é lésbica.