Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Ciro Gomes 16 de junho de 2021 | 12:28

Sem Huck, saiba quem fica na disputa pela ‘terceira via’ de centro em 2022

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O anúncio do apresentador Luciano Huck de que não vai disputar a Presidência da República, em 2022, já era esperado pelos líderes dos partidos de centro, que vão se reunir presencialmente pela primeira vez em um almoço nesta quarta-feira, 16, em Brasília.

A avaliação majoritária dos dirigentes partidários ouvidos pelo Estadão é que o ex-ministro Sérgio Moro também está fora do tabuleiro, embora não tenha se pronunciado a respeito.

Sem esses nomes “outsiders” da política tradicional no horizonte, os partidos que buscam se descolar da polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já lançaram publicamente nove pré-candidatos.

Foram convidados para o almoço desta quarta os presidentes do PDT, PSDB, DEM, SD, Podemos, Cidadania, PV, Novo e PSL.

É consenso entre as siglas que dificilmente esse colegiado vai conseguir fechar em bloco com um nome na disputa, mas buscam ao menos uma pré-aliança em torno de um programa de ação comum. Confira os nomes já apresentados até agora.

PDT

Terceiro colocado (em empate técnico com Moro) nas últimas pesquisas de intenção de voto (6% segundo Ipespe e Datafolha), mas ainda bem atrás de Lula e Bolsonaro (41% e 23% respectivamente segundo Datafolha), o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes tem buscado dialogar com o eleitorado de esquerda e também de centro, com duros ataques a Lula. O presidente do PDT, Carlos Lupi, aposta que o pragmatismo dos partidos de centro deve levar pelo menos parte dessas siglas para o palanque de Ciro, mas só caso ele chegue ao patamar dos 12% a 15% nas pesquisas de intenção de voto já no início do ano que vem. Ex-PSDB, Ciro foi ministro nos governos petistas.

DEM

O ex-ministro da Saúde se destacou no combate à pandemia em oposição a Bolsonaro. Deputado federal pelo Mato Grosso do Sul, enfrenta a resistência interna da ala do partido aliada ao governo. Se não se acertar com o DEM, já tem convite para disputar a Presidência pelo Podemos. Na pesquisa Datafolha, obteve 2% das intenções de voto, o mesmo que João Amoêdo (Novo), que desistiu de concorrer.

PSDB

João Doria (governador SP)

Eduardo Leite (governador RS)

Tasso Jereissati (senador CE)

Arthur Virgílio (ex-prefeito de Manaus/AM)

O PSDB vai entrar em um longo e desgastante processo de prévias entre 4 pré-candidatos. A legenda acredita que a repercussão da disputa interna será positiva e o vencedor será o “player” mais forte ao lado de Ciro Gomes. Nome mais frequente nas pesquisas de intenção de voto, Doria aparece com 3% no Datafolha.

MDB

Simone Tebet (senadora MS)

Michel Temer (ex-presidente)

Emparedado entre Lula e Bolsonaro, o MDB tem discutido os nomes de Simone e Temer, mas sem condições reais até aqui de reivindicar o apoio dos partidos de centro. Ambos não tem sido citados nas pesquisas de intenção de voto. Os emedebistas fecharam uma aliança estratégica com o PSL, que ainda vive o dilema entre ser ou não aliado de Bolsonaro. Suas fileiras ainda abrigam parte da tropa de choque do governo no Congresso. MDB e PSL lançaram um programa conjunto de debates batizado “Ponto de Equilíbrio”.

PSD

Rodrigo Pacheco (presidente do Senado)

Antonio Anastasia (senador MG)

Otto Alencar (senador BA)

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, não participa do almoço desta quarta, embora o partido seja considerado de centro. Ele rejeita a ideia de atuar em bloco, exceto se seu correligionário for o destaque da aliança. Enquanto articula palanques fortes nos Estados (em especial SP, Rj e MG), o ex-prefeito de São Paulo diz que busca alguém com o “perfil” do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG) ou da empresária Luiza Trajano, embora esta, outra ‘outsider’, não seja filiada a partidos e já tenha descartado a hipótese. Na prática, porém, o PSD “lançou” também como presidenciáveis o senador Antonio Anastasia (MG) e o senador Otto Alencar (BA).

Novo

O partido chegou a lançar o nome de João Amoêdo, mas este acabou desistindo da pré-candidatura em função da disputa interna da legenda; uma ala do partido defendia lançar o deputado Thiago Mitraud, de Minas Gerais. Mas a situação segue indefinida.

Pedro Venceslau/Estadão Conteúdo
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