Foto: Estadão
A ginasta Rebeca Andrade 01 de agosto de 2021 | 10:40

Rebeca leva ouro no salto e é a 1ª brasileira com duas medalhas na mesma Olimpíada

mundo

Rebeca Andrade continua fazendo história nos Jogos de Tóquio. Neste domingo, ela se tornou a primeira mulher do Brasil a conquistar dois pódios na mesma edição da Olimpíada. A atleta da ginástica artística ganhou a medalha de ouro no salto nos Jogos. Antes, já havia conquistado a prata no individual geral.

A façanha dela veio com dois ótimos saltos, um de 15.166 e outro de 15.000, alcançando a média de 15.083. Sua principal adversária, Jade Carey, dos Estados Unidos, foi mal na primeira apresentação e ficou fora do pódio. O pódio foi completado por Mykayla Skinner, dos Estados Unidos, que ficou com a prata com 14.916 de média, e a sul-coreana Seojeong Yeo, que ganhou o bronze ao fazer 14.733.

“Eu estou muito feliz. Trabalhei bastante para ter bons resultados depois de tantos momentos difíceis. Está sendo incrível, estou tendo muito apoio, e essa medalha representa tudo para mim, do meu esforço, das minhas colegas que estão sempre comigo e do meu treinador”, disse a campeão brasileira.

Esta é a sexta medalha da ginástica artística brasileira na história olímpica, a segunda de Rebeca nesta edição. As outras quatro foram de homens: Arthur Zanetti nas argolas (ouro em Londres-2012 e prata na Rio-2016), e a dobradinha no solo dos Jogos do Rio com Diego Hypólito (prata) e Arthur Nory (bronze).

Aos 22 anos, Rebeca vai se firmando como a maior ginasta do País na atualidade e tem chance ainda de conquistar mais uma medalha no Japão. Ela disputa nesta segunda-feira, às 5h57, as finais do solo, quando vai apresentar seu “Baile de Favela”, que já teve ótima aceitação na fase classificatória e também na final do individual geral.

Animada, feliz, sorridente, Rebeca puxou para o pódio todas as meninas da ginástica do Brasil, não somente aquelas que estão em Tóquio, mas também as outras, como Daiane dos Santos, que já estiveram numa Olímpiada, Mundiais e torneios nacionais. “A medalha do individual geral representa toda a geração de ginastas que já passou ou ainda está na modalidade. Essa medalha do salto eu dedico ao meu treinador porque era um aparelho que eu sempre fui bem. Ele é uma pessoa que só quer me ver brilhar e eu vou sempre tentar dar orgulho para ele”.

O sucesso poderia até ter chegado um pouco antes não fosse as lesões na carreira da atleta. Só para se ter uma ideia, ela já foi submetida a três cirurgias para reparar o ligamento cruzado anterior no joelho direito. “Eu cheguei a pensar em desistir, mas as pessoas sempre me incentivaram a continuar”, disse.

A história da ginasta de Guarulhos é de superação. A primeira delas é por se manter no esporte mesmo diante de todas as dificuldades na vida, como falta de dinheiro até para se locomover ao ginásio onde treinava. De família humilde, foi uma lutadora desde o começo, quando iniciou aos 4 anos na modalidade.

Com força, talento e explosão, Rebeca tem chamado atenção dos especialistas da modalidade. Ela recebeu elogios de Nadia Comaneci após ser prata no individual geral. Com a ausência de Simone Biles, que tem evitado competir para cuidar de sua saúde mental, Rebeca está nos holofotes da modalidade e já acumula dois pódios em Tóquio.

Outros resultados na ginástica artística

Ainda neste domingo, na disputa do solo masculino, Artem Dolgopyat, de Israel, ficou com a medalha de ouro em uma disputa emocionante com o espanhol Rayderley Zapata. Ambos tiraram 14.933, mas o israelense levou a melhor no desempate. O bronze ficou com Ruoteng Xiao, da China.

Estadão Conteúdo
Comentários