Foto: Paulo Vitor/ Arquivo/ Estadão
Após saída de secretários de Guedes, dólar chega a R$ 5,70 22 de outubro de 2021 | 10:06

Após saída de secretários de Guedes, dólar chega a R$ 5,70

economia

O dólar começou esta sexta-feira, 22, em alta, na contramão da queda predominante no exterior, após a saída de Bruno Funchal (secretário especial do Tesouro e Orçamento) e de Jeferson Bittencourt (secretário do Tesouro), juntamente com seus adjuntos, da equipe econômica por discordarem do drible no teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil de R$ 400, avalizado pelo ministro Paulo Guedes. Às 9h38, a moeda americana tinha alta de 0,63%, cotada a R$ 5,7035.

Os juros futuros também avançam, refletindo a percepção de que o Banco Central terá que ser mais agressivo com a política monetária – na semana que vem o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir a nova taxa Selic, hoje em 6,25% ao ano.

Antes mesmo do anúncio dessa nova ruptura na equipe de Guedes, a curva de juro já apontava na quinta-feira, 21, para a possibilidade de alta de 1,50 ponto porcentual na taxa básica de juros, para 7,75% ao ano na semana que vem e de 1,25 ponto em dezembro. De 51 instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast, 15 (29%) preveem um aumento de 1,25 ponto ou mais da Selic em outubro. A aposta em alta de 1 ponto dos juros em outubro, a 7,25%, ainda continuava majoritária, com 36 instituições.

Para Luís Felipe Laudisio dos Santos, da Renascença DTVM, o que o mercado mais temia, aconteceu e com uma velocidade muito mais intensa. “Paulo Guedes na corda bamba, mesmo com o presidente Bolsonaro reiterando apoio ao ministro, é mais um foco de tensão. O cenário externo mais positivo, não deve evitar mais um forte movimento no real”, avalia Santos em relatório nesta manhã.

Silvana Rocha e Luciana Xavier/Estadão
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