Foto: Kevin Lamarque/Reuters
Segundo presidente americano, Casa Branca já trabalha com laboratórios para avaliar eficácia das atuais vacinas 29 de novembro de 2021 | 18:08

Biden diz que nova variante é motivo de preocupação, mas não de pânico

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O presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta segunda-feira (29) que a variante ômicron, detectada por cientistas primeiro na África do Sul, é motivo de preocupação, não de pânico. Desde a última sexta (26), países de todo o mundo, inclusive os Estados Unidos, têm decretado a suspensão de voos vindos do continente africano, o que não é recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Biden, no entanto, defendeu a medida, dizendo ser necessária devido aos altos números de casos detectados e para que os americanos tenham mais tempo para se vacinar. Até agora, ao menos 15 países dos cinco continentes já registraram casos da variante. “Mais cedo ou mais tarde veremos casos dessa nova variante aqui nos Estados Unidos”, disse.

No discurso, feito na Casa Branca, ele descartou a possibilidade de decretar um novo lockdown no país, como forma de conter um possível avanço da ômicron dentro das fronteiras americanas. “Vamos lutar e vencer esta nova variante”, disse.

O democrata ainda reforçou que seu governo tem trabalhado com os laboratórios Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson para desenvolver planos de contingência, se necessário, para lidar com a nova variante.

De acordo com a OMS, ainda estão sendo feitos estudos para avaliar o impacto da variante nos atuais imunizantes contra a Covid-19. Em boletim divulgado no domingo (28), a organização ressaltou que as vacinas continuam sendo cruciais “para reduzir doenças graves e morte, inclusive contra a variante circulante dominante, a Delta”.

Já nesta segunda, a OMS advertiu que a ômicron representa um “risco muito elevado” para o planeta.

O presidente americano também aproveitou o contexto para pedir que a população se vacine e volte a usar máscaras em locais fechados, obrigação que deixou de existir em maio, mas voltou a ser recomendada dois meses depois. “Por favor, use sua máscara quando estiver em locais públicos e fechados, perto de outras pessoas.”

Atualmente, segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), 59% da população americana está completamente vacinada e 70% recebeu ao menos uma dose. No Brasil, são 62,3% e 76,6%, respectivamente.

Mais cedo, Anthony Fauci, principal especialista em doenças infecciosas dos EUA, disse em uma entrevista à ABC News que os Estados Unidos não deveriam impor mais restrições de maneira antecipada à chegada da ômicron.

Já o ministro sul-africano da Saúde, reagindo às recentes medidas referentes à suspensão de voos vindo da África, pediu, também nesta segunda, o fim das restrições, que caracterizou como discriminatórias. “As mesmas proibições não foram impostas a outros países onde essa variante já foi encontrada”, disse Joe Phaahla durante discurso para a OMS.

No domingo, o presidente Cyril Ramaphosa fez pedido semelhante ao criticar os países desenvolvidos por terem imposto proibições de viagens automaticamente depois de ouvirem sobre a ômicron. O líder sul-africano também os acusou de não honrar acordos de cooperação mútua no enfrentamento à pandemia.

“A proibição de viagens não é baseada na ciência nem será eficaz para prevenir a propagação desta variante”, afirmou Ramaphosa.

Folha de S. Paulo
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