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OMS destaca que a ômicron é altamente contagiosa e que representa um risco "muito elevado" 29 de dezembro de 2021 | 16:44

Covid-19: Ômicron deixa sistemas de saúde à beira do colapso, alerta OMS

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Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), afirmou que o “tsunami” criado pela circulação simultânea das variantes delta e ômicron da Covid está levando “os sistemas de saúde à beira do colapso”.

No boletim epidemiológico semanal da OMS, a entidade destaca que a ômicron é altamente contagiosa e que representa um risco “muito elevado”. A circulação da variante pelo mundo provocou recorde de casos nos últimos sete dias.

Foram 935.863 novos casos por dia em média na última semana, segundo o balanço da AFP elaborado com base em informações oficiais.

O número é consideravelmente maior que o recorde anterior, registrado entre 23 e 29 de abril, com 817.000 casos diários em média, e representa uma alta de 37% na comparação com a semana antecedente.

“O risco global relacionado com a nova variante de preocupação ômicron permanece muito elevado”, alertou a OMS em seu relatório epidemiológico semanal. O documento destaca que o número de casos dobra a cada dois a três dias.

A maioria das novas infecções foi registrada na Europa, onde vários países anunciaram novos recordes de toda a pandemia na terça-feira (28).

Na França, 208 mil novos casos de Covid foram registrados nas últimas 24 horas, não muito atrás dos Estados Unidos, onde, na terça, foi registrada uma média semanal recorde de 265.427 casos diários, de acordo com levantamento feito em plataforma da Universidade Johns Hopkins.

A Dinamarca é hoje o país do mundo com mais casos novos em relação à sua população. Superou, nesta quarta-feira (29), seu recorde absoluto ao registrar 23.228 novas infecções em um único dia. A incidência dinamarquesa significa que mais de um em cada 60 habitantes apresentou resultado positivo na semana passada.

No Reino Unido, 130 mil casos adicionais foram relatados na terça. Uma campanha massiva de vacinação de reforço já aplicou doses de reforço em 57% dos maiores de 12 anos. De acordo com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, 90% dos pacientes com Covid internados em terapia intensiva não receberam a terceira dose.

Na Espanha, onde quase 100 mil novos casos foram registrados, o governo anunciou que na segunda-feira irá reduzir a quarentena de dez para sete dias para pessoas infectadas pela necessidade de encontrar um equilíbrio entre “saúde pública” e “crescimento econômico”, disse o presidente Pedro Sánchez.

O aumento de contágios chegou à América Latina e Caribe, onde a epidemia parecia estar em retrocesso há algumas semanas. No momento, os contágios se aceleram na região, que acumula 47 milhões de infecções e quase 1,6 milhão de mortes.

A propagação coincide com o aumento de casos da variante ômicron no Panamá, Colômbia, Chile, Argentina, Brasil, Paraguai, Venezuela, México, Cuba e Equador.

Na Argentina, os casos se multiplicaram por seis desde o início do mês.

A variante ômicron parece provocar menos hospitalizações que a delta, até então dominante, de acordo com os primeiros estudos e com o boletim da OMS. Alguns cientistas destacam, contudo, que o maior número de contágios pode anular a vantagem de uma variante menos perigosa. A OMS também afirma que mais dados são necessários.

Com uma pandemia novamente em aceleração, os governos tentam encontrar um equilíbrio entre o controle da propagação e a contenção dos danos econômicos.

A Finlândia proibiu a entrada de viajantes estrangeiros não vacinados. Suécia, Dinamarca e Áustria exigem que os viajantes não residentes apresentem testes negativos e o comprovante de vacinação. A França limitará a validade do “passaporte sanitário” às pessoas vacinadas.

Além disso, o governo francês anunciou o recurso obrigatório do teletrabalho “sempre que possível” e o fechamento das casas noturnas por mais três semanas.

A Alemanha implementará novas restrições, incluindo a limitação das reuniões a dez pessoas entre vacinados, e a apenas duas, entre não vacinados, assim como o fechamento de casas noturnas e eventos esportivos sem a presença de torcedores.

A China, que enfrenta um foco de contaminações a 40 dias dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, determinou o confinamento de dezenas de milhares de pessoas na terça-feira. Depois que a cidade de Xi’an (norte) entrou em um lockdown rigoroso na semana passada, dezenas de milhares de residentes de um distrito da cidade de Yan’an, a 300 quilômetros de Xi’an, iniciaram o confinamento na terça-feira.

A pandemia de Covid provocou mais de 5,4 milhões de mortes no mundo desde dezembro de 2019, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais. A OMS acredita, no entanto, que o número real pode ser entre duas e três vezes superior a este total.

Desde o início da pandemia, mais de 282 milhões de casos foram registrados oficialmente.

Folhapress
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