Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Lula deixou o local por uma saída na lateral da instituição 11 de janeiro de 2022 | 22:02

Lula defende retomada do emprego em debate sobre reforma, dizem sindicalistas

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta terça-feira, 11, com representantes do governo espanhol e líderes sindicais para discutir a reforma trabalhista que ocorreu no país europeu. O exemplo espanhol pode servir de base para mudanças defendidas pelo PT em eventual plano de governo de Lula. O partido quer revogar reforma trabalhista aprovada no governo Michel Temer.

O encontro de Lula com as centrais ocorreu na sede da Fundação Perseu Abramo, em São Paulo. Os espanhóis participaram via internet.

Líderes sindicais que estiveram no evento disseram à reportagem que Lula defendeu a retomada do emprego no País e de mudanças que proporcionem esse cenário. No entanto, segundo esses relatos, o ex-presidente não disse se, caso eleito, pretende revogar a reforma promovida por Temer em 2017.

O ex-governador Geraldo Alckmin, potencial candidato a vice de Lula, se disse preocupado com as declarações em conversa com Paulinho da Força, que tenta trazê-lo para o Solidariedade. Após deixar o evento, no entanto, o presidente da Força, Miguel Torres, defendeu a revisão da reforma e o diálogo com o empresariado e a sociedade.

À reportagem, Miguel Torres acredita que é “impossível” revogar a reforma de Temer. E minimizou possíveis estremecimentos entre Lula e possíveis aliados mais ao centro, como Alckmin e Gilberto Kassab, que foi ministro de Temer e defendeu a reforma trabalhista.

“Tenho certeza de que os bons brasileiros querem que o País cresça. Não estamos falando da revogação da legislação, é óbvio que queremos isso, mas sabemos que é impossível. Temos de ter deputados da base trabalhadora. Não adianta pensar o que é impossível. O que queremos é diálogo social. Como o que foi feito lá. Vai ter dificuldade, lógico. Mas sabemos que é o caminho”, disse.

Segundo ele, Lula não mostrou ter uma proposta pronta de como fará mudanças na lei trabalhista, caso eleito. “Ele valorizou a negociação. Esse fato de estar conversando com a sociedade é importante. Ele em nenhum momento falou de fazer uma coisa ou outra. Ele disse: é preciso ter diálogo, coisa que não temos hoje”.

Sérgio Nobre, da CUT, defendeu diálogo com empresários e os sindicatos. “Nós tivemos uma reforma em 2017 que foi o oposto. Não dialogou com ninguém”, afirma.

A reunião se iniciou às 16h e foi encerrada por volta das 19h30. Presidente da Fundação Perseu Abramo, o ex-ministro Aloizio Mercadante deixou o local sem fazer comentários – ele coordenou o debate. O evento foi fechado, e sem acesso de jornalistas. Ao fim, Lula e sua equipe deixaram rapidamente o local por uma saída na lateral da instituição e saíram de carro.

Estadão Conteúdo
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