Foto: Tânia Rego/Arquivo/Agência Brasil
PF deflagra operação contra fraudes na saúde e educação em Salvador 05 de maio de 2022 | 07:15

PF deflagra operação contra fraudes na saúde e educação em Salvador e Ibititá

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O ex-prefeito de cidade de Ibititá, na região da Chapada Diamantina, foi preso durante uma operação da Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (5). A ação investiga fraudes em licitações na Educação e Saúde.

Nas redes Sociais, Cafu Barreto publicou uma nota comentando o assunto, e disse que a prisão aconteceu após policiais federais encontrarem uma espingarda na casa dele. Cafu, que é pré-candidato a deputado estadual pelo PSD, não informou se a arma é regular, nem se tem posse ou porte para o equipamento. [Veja nota completa abaixo]

Outras duas pessoas também foram presas por mandados de prisão temporária, e duas são consideradas foragidas. A PF também cumpriu 31 mandados de busca e apreensão em Salvador e outras seis cidades do interior da Bahia, incluindo a própria Ibititá.

Fraudes em licitações

De acordo com a PF, a Operação Rochedo investiga denúncias de licitação fraudulentas entre os anos de 2013 a 2020. Duas pessoas foram afastadas de cargos públicos, mas a Polícia Federal ainda não detalhou quem são esses servidores, nem a participação deles no crime.

Essas investigações apontam que houve um esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos federais repassados, em Ibititá. Além dos dois servidores públicos, também estão envolvidos com o crime empresários, um advogado, contadores e “laranjas” – que são pessoas usadas nos esquemas para ocultar bens ilícitos.

Segundo a PF, a organização criminosa desviou mais de R$ 7 milhões de recursos públicos do Governo Federal, por meio do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Também foram desviadas verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e de recursos destinados ao combate da pandemia de Covid-19.

Além das licitações fraudulentas, a polícia também afirma que houve superfaturamento de contratos, com extensão para lavagem de dinheiro. Só no período de 2013 a 2016, uma única empresa de construção civil firmou 15 contratos superfaturados com a prefeitura de Ibititá, no valor de R$ 11 milhões.

Depois disso, essa empresa repassou parte significativa dos valores para empresas constituídas em nome de “laranjas” do ex-prefeito. Três empresas do mesmo grupo familiar dele também foram contratadas irregularmente.

Esse dinheiro era usado para injetar capital em empresas de fachada controladas pelo ex-prefeito, pagar as despesas pessoais dele e comprando veículos e imóveis para “laranjas” vinculados a ele. Em sua publicação na internet, Cafu Barreto não comentou as acusações da PF.

Mandados de busca

Mandados de busca e apreensão também são cumpridos em Camaçari, João Dourado, Irecê, Uibaí e Lapão. Na capital, a PF esteve em um condomínio de luxo no bairro de Patamares.

No endereço, os agentes não encontraram ninguém, por isso pediram o auxílio de um chaveiro para entrar no apartamento e cumprir o mandado judicial. Foram apreendidos documentos, computadores, armas e dinheiro. O valor da quantia ainda não foi divulgado.

Nota do ex-prefeito na íntegra

“Recebi hoje (5) cedo, na minha residência, agentes da PF em uma ação que investiga processos licitatórios, no município de Ibititá, em minha gestão.

O Inquérito, em tramitação desde 2017, apura supostos desvios de recursos dos precatórios do FUNDEF.

Durante a busca e apreensão, foi encontrada uma espingarda, e devido a apreensão da arma, houve detenção em flagrante, para averiguação e esclarecimentos.

A abordagem dos agentes foi tranquila, e assim gostaria de informar que nossa pré-campanha segue firme!
Em tempo, estamos com o apoio irrestrito do nosso partido, amigos e sociedade!

Confiamos irrestritamente na justiça, e acreditamos que após a apuração dos fatos tudo será esclarecido e demonstrado que os processos aconteceram dentro da legalidade”.

G1
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