Foto: José Cruz/Arquivo/Agência Brasil
Roberto Campos Neto 15 de agosto de 2022 | 12:47

Campos Neto diz que inflação pode subir em 2023 e que quadro fiscal preocupa

economia

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (12) que o Brasil vive um momento de alta inflacionária que pode se intensificar ainda mais em 2023.

Segundo Campos Neto, as medidas adotadas pelo governo nos últimos meses ajudaram a segurar a escalada inflacionária, mas essas ações não devem manter o mesmo efeito para 2023 e 2024.

“É como se você tivesse as medidas do governo pressionando a inflação para baixo, mas os componentes dos anos subsequentes são mais fortes do que a inércia que gera da queda do próprio ano corrente,” disse Campos Neto em evento promovido pelo Instituto Millenium.

O presidente do BC afirma que, além da inflação mundial, a crise hídrica e o encarecimento nos custos de produção dos alimentos foram mais intensos no país, o que contribuiu para uma alta geral nos preços de bens e serviços. ?No entanto, ele afirma ver espaço para melhora nos preços.

PREOCUPAÇÃO COM SITUAÇÃO FISCAL
Campos Neto disse estar preocupado com a situação fiscal do país para o próximo ano, diante da possibilidade de o governo dar continuidade a medidas anunciadas recentemente. No mês passado, o governo lançou um pacote de benefícios ao custo de R$ 41,25 bilhões.

Entre as medidas adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) está a ampliação do Auxílio Brasil –que passou a ter parcela mínima de R$ 600 entre agosto e dezembro, e a criação dos benefícios Auxílio Caminhoneiro e Auxílio Taxista, com previsão de serem pagos até dezembro de 2022.

“Tiveram algumas medidas grandes recentes, não vou entrar no mérito se é necessário ou não, mas existe uma ansiedade de como essas medidas serão financiadas se forem estendidas para o ano que vem”, disse. “Não existe nada mais permanente do que um programa temporário do governo”, afirmou.

Segundo o presidente do Banco Central, não é dele a responsabilidade de explicar os efeitos das medidas do governo na situação fiscal do país, mas o mercado está ansioso para saber se haverá uma compensação fiscal.

Felipe Nunes/Folhapress
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