Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil/Arquivo
A ministra da Cultura, Margareth Menezes 22 de maio de 2025 | 17:40

Margareth Menezes leva 14 pessoas em comitiva para Festival de Cannes

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A ministra da Cultura, Margareth Menezes, levou ao Festival de Cannes, na França, nove integrantes da pasta e mais cinco atores convidados. Os servidores tiveram passagens, diárias e hospedagens pagas para períodos que variaram de seis a 15 dias. Os artistas tiveram somente as passagens custeadas pelo governo.

O custo total da viagem ainda não foi divulgado. Em nota, o ministério informou que o envio da delegação serviu para “promover o talento brasileiro e fortalecer as relações bilaterais entre Brasil e França no campo da cultura e da economia criativa” (leia mais abaixo).

O festival é realizado entre 13 e 24 de maio. Há uma programação paralela do chamado Marché du Film, que reúne a indústria do cinema e é considerado o braço de negócios do festival, com palestras e discussões.

Uma comitiva brasileira foi atraída a Cannes na esteira do lançamento do longa-metragem O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, que disputa a Palma de Ouro. O filme é protagonizado pelo ator Wagner Moura e ainda tem no elenco nomes como os de Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone e Alice Carvalho.

O filme de Mendonça Filho estreou no festival e foi um dos mais aclamados pela crítica. A obra foi realizada com o apoio do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), gerido pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), ligada ao ministério.

Uma publicação do Ministério da Cultura sobre a chegada da delegação brasileira para a exibição do filme teve mais de 900 mil visualizações só no X (antigo Twitter) e recebeu uma série de críticas.

O vídeo mostra a ministra Margareth com atores, produtores e convidados dançando ao som do frevo. “É assim que o Brasil sobe o tapete vermelho do grandioso Festival de Cannes”, diz a publicação.

Margareth Menezes ficou na França entre 12 e 19 de maio. No período, a ministra se reuniu com produtores e participou de painel sobre o “ecossistema do audiovisual” brasileiro. Ela também se reuniu com a ministra da Cultura da França, Rachida Dati.

Entre os integrantes da comitiva de Margareth estavam a assessora especial da ministra, Teresa Cristina Fernandes, a chefe da assessoria de comunicação, Gabriella Gualberto, a secretária de audiovisual da pasta, Joelma Gonzaga, e o coordenador de programas internacionais de cooperação e intercâmbio da Ancine, Daniel Tonacci, representando a agência.

Os atores que viajaram como “colaboradores eventuais” do ministério tiveram papéis coadjuvantes: Hermila Guedes, Kaiony Venâncio, Robério Diógenes, Carlos Francisco Oliveira e Laura Luiza Silva. A viagem de outros atores não teve relação direta com o ministério, mas com as produtoras do filme.

Perguntado sobre o porquê de cinco atores do filme terem sido parcialmente custeados pelo governo, o Ministério da Cultura informou que eles atuaram “como representantes artísticos e culturais do País na ocasião”.

“A participação dos colaboradores eventuais representa não apenas o reconhecimento individual de suas trajetórias artísticas, mas também uma oportunidade estratégica de promover o talento brasileiro e fortalecer as relações bilaterais entre Brasil e França no campo da cultura e da economia criativa. Diante do caráter excepcional do evento e da natureza exclusiva das atividades desempenhadas pelos colaboradores eventuais, justifica-se que as passagens sejam custeadas pelo Ministério da Cultura, em apoio à promoção da cultura brasileira no cenário internacional”, disse, em nota.

A pasta destacou também que a programação do festival de 2025 reservou espaço para uma homenagem ao Brasil, o que demonstra a relevância do evento e a importância de ampla participação dos brasileiros.

“Dada a relevância do evento, bem como as qualificações do proposto e seu alinhamento com os objetivos do evento, em razão das características excepcionais da ocasião e da natureza dos profissionais envolvidos, torna-se de suma importância a participação do colaborador eventual na agenda oficial em Cannes”, informou.

O filme O Agente Secreto foi produzido pela CinemaScópio e contou com a francesa MK2 Films. A previsão de estreia no Brasil é para o fim de 2025. Os direitos do filme nos Estados Unidos foram recém-comprados pela Neon, produtora norte-americana que esteve por trás de obras premiadas como “Anora” e “Anatomia de uma Queda”.

A obra é um thriller político ambientado no Brasil dos anos 1970. Conforme a sinopse oficial, o filme conta a história de Marcelo (Wagner Moura), um professor especializado em tecnologia que decide se mudar de São Paulo para Recife para recomeçar a vida após um passado misterioso. Na capital de Pernambuco, ele começa a ser espionado pelos vizinhos e descobre que a cidade não lhe ofereceria o acolhimento que buscava.

Vinícius Valfré/Estadão
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