Adriano Peixoto

Relações de Trabalho

Adriano de Lemos Alves Peixoto é PHD, administrador e psicólogo, mestre em Administração pela UFBA e Doutor em Psicologia pelo Instituto de Psicologia do Trabalho da Universidade de Sheffiel (Inglaterra). Atualmente é pesquisador de pós-doutorado associado ao Instituto de Psicologia da UFBA e escreve para o Política Livre às quintas-feiras.

Boas Práticas

Como fazer com que uma empresa tenha um desempenho mais elevado do que seus concorrentes? Essa é um exemplo típico da chamada “pergunta de um milhão de dólares” que se todos buscam responder.

Os consultores garantem que têm a resposta e os gestores normalmente acreditam que estão trilhando o caminho certo. Litros e mais litros de tinta são gastos para difundir as melhores práticas e movimentar um mercado da moda gerencial. Qual a tendência para o próximo verão? Novos modelos de qualidade ou foco na liderança? A gestão de pessoas é in ou out na próxima estação?

Nomundo real o que percebemos é que de tempos em tempos e de maneira mais ou menos organizada, algumas empresas são realmente capazes de inovar. Elas desenvolvem novas formas de organização da produção, introduzem novos princípios de gestão do trabalho ouorganizam novas práticas de gestão do emprego que se refletem em desempenhos mais significativos comparativamente aos seus competidores.

Quando uma empresa dá esse passo adiante e se destaca na multidão, seus competidores começam imediatamente a buscar uma razão para o sucesso e, via de regra, os aspectos mais visíveis das práticas inovadoras são assumidas como explicação para o êxito. O raciocínio básico é muito simples: se deu certo com eles por que não dará aqui?

Acontece que o visível, na maioria das vezes, é absolutamente secundário já que aspectos intangíveis das organizações tais como cultura e história, por exemplo, ou aspectos que dão suporte à aplicação das práticas, como um uso específico do sistema de informações gerenciais sãorazões explicativas muito mais importantes para o sucesso organizacional. Como compreender é difícil, adaptar é trabalhoso e desenvolver requer competência, copiar é a saída mais fácil e supostamente mais barata. É assim que começam os modismos gerenciais e os problemas…

É preciso compreender que as práticas gerenciais são contexto-específicas devendo ser apoiadas em bases sólidas. Ou seja, mesmo aquelas mais simples, mais comuns e de aparente aplicação universal precisam ser customizadas para o local e a situação onde serão aplicadas sob pena de o efeito ser diametralmente oposto ao pretendido. As modas são passageiras e as boas práticas vieram para ficar.

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