Eduardo Salles

Setor Produtivo

Eduardo Salles é engenheiro agrônomo com mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Está no seu terceiro mandato de deputado estadual e preside a Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, além da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Produtivo. É ex-secretário estadual de Agricultura e ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (CONSEAGRI). Foi presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia e da Câmara de Comércio Brasil/Portugal. Há 20 anos é diretor da Associação Comercial da Bahia. Ele escreve neste Política Livre mensalmente.

Exterminar o Aedes Aegypt

Durante anos o combate ao Aedes aegypti se limitou a evitar água parada em logradouros públicos e imóveis para diminuir a possibilidade de proliferação do mosquito transmissor da dengue. Em função do clima brasileiro, com chuvas e calor em quase todo ano, essa estratégia sozinha se mostrou ineficaz de evitar que milhões de pessoas fossem infectadas e até mortes ocorressem.

Os milhares de casos de zika e chikungunya, também transmitidas pelo Aedes aegypti, provam que apenas uma frente de combate ao mosquito não será suficiente para diminuir ou acabar com um dos mais graves casos de saúde pública da história brasileira.

Apesar de a saúde não ser a minha área de atuação profissional, como deputado estadual não poderia ficar parado e de braços cruzados frente ao problema. Entendo que neste momento devemos procurar caminhos e fui à luta com a intenção de compartilhar com os poderes públicos uma gama maior de possibilidades para combatermos a proliferação do Aedes aegypti.

Em parceria com a empresa Paso Ita, distribuímos a 16 municípios, onde fui mais votado, sementes de Crotalaria juncea, leguminosa que produz uma flor e atrai a libélula, inimiga natural do Aedes aegypti tanto na fase de larva quanto na adulta.

Por ter sido presidente da Câmara Portuguesa de Comércio, apresentei ao secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, uma empresa lusitana que detém tecnologia de nanopartículas para atuar como repelentes. O produto, aprovado pelas organizações de saúde da Europa, pode ser aplicado nas roupas e nas paredes dos imóveis e repele os mosquitos, entre eles o Aedes aegypti.

O secretário foi a Portugal obter mais informações e conhecer a empresa. Eu e Fábio Vilas-Boas conversamos sobre a possibilidade de importação emergencial do produto para ser distribuído inicialmente às mulheres grávidas, que vivem atualmente sob o risco de seus filhos nascerem com microcefalia causada pelo zika vírus.

Também levei o secretário para conhecer a Biofábrica instalada em Juazeiro. Após provocação minha e de Roberto Muniz, quando estivemos à frente da Secretaria Estadual de Agricultura, as secretarias estaduais de Saúde e de Ciência, Tecnologia e Inovação e a empresa Moscamed iniciaram o projeto do Aedes aegypti transgênicos, que se reproduzem com mosquitos naturais e geram descendentes sem a capacidade de sobreviver pois dependem de uma substância química que eles não encontram na natureza.

Outra experiência que merece nossa atenção é a realizada pela Universidade Federal da Paraíba em parceria com a Embrapa. Os órgãos descobriram que uma solução com água e suco de sisal, inofensiva ao homem, mas um larvicida eficiente ao Aedes aegypti.

Tenho acompanhado e parabenizo os esforços da Secretaria Estadual de Saúde neste trabalho hercúleo de comandar o combate à proliferação do mosquito em um estado tão extenso como a Bahia.

Mas todo esse esforço é ineficaz se nós não travarmos batalhas em nossas casas. Mesmo com tecnologias ou soluções caseiras, nada será eficiente se não evitarmos focos que permitam a proliferação do Aedes aegypti. Como deputado estadual e cidadão, seguirei lutando e à procura de diversos meios eficientes de combate ao Aedes aegypti. Não podemos deixar que um mosquito nos derrube.

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