17 de março de 2009 | 15:23

EXCLUSIVO: Ida de Pinheiro para administração deve diminuir poder de Rui e Eva, avaliam petistas

No PT, ninguém tem mais dúvidas: a entrada do deputado federal Walter Pinheiro na administração estadual, pela porta da secretaria estadual de Planejamento, tende a diminuir substancialmente o poder de auxiliares diretos do governador Jaques Wagner como Rui Costa, secretário de Relações Institucionais, e Eva Chiavon, da Casa Civil, até agora considerados todo-poderosos.

Embora na legenda do governador ainda não exista clareza sobre o modelo de atuação combinado entre Wagner e o novo secretário, há praticamente um consenso entre petistas no sentido de que, apesar de muito bom de trato, o novo secretário tem perfil agressivo e deve, além de buscar ocupar todos os espaços disponíveis, criar novas oportunidades de inserção no governo.

Por este motivo, os petistas imaginam que suas ações devem naturalmente repercutir com forte influência sobre a gestão, área de Eva, e a política, setor de Rui. Interlocutores diretos de Wagner e, ao que parece, mais afinados com sua linha de pensamento do que os demais secretários, Rui e Eva – ele mais do que ela – têm sido alvos frequentes de críticas tanto no PT quanto entre aliados do governo.

Muito habitualmente, o secretário de Relações Institucionais é acusado de ser inadequado para a função, dada sua característica de durão em negociações e na relação interna com o PT e aliados. Os inimigos o acusam de priorizar sua campanha de deputado federal em detrimento de questões maiores do governo, supostamente prejudicando o bom andamento de necessidades da administração em várias áreas.

A secretária da Casa Civil, por outro lado, é tida como centralizadora, por supostamente exercitar um modelo que, para petistas familiarizados com a vida brasiliense, relembraria em muito o de José Dirceu na época em que era ministro da Casa Civil do presidente Lula. “É claro que Pinheiro vai naturalmente diminuir o poder deles dois (Rui e Eva)”, diz ao Política Livre um petista, em clima quase de torcida.

Para um secretário estadual ligado ao PT, o novo colaborador chega cacifado por uma delegação explícita de poder do governador Jaques Wagner, devendo exercer suas prerrogativas na plenitude. “Embora esta seja a primeira experiência executiva de Pinheiro, ele tem jeito de que vai procurar expandir sua atuação. É preciso ver como os colegas reagirão”, diz a mesma fonte.

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