24 novembro 2024
Política Livre: As críticas que o senhor dirigiu ao prefeito João Henrique no comício de Walter Pinheiro (na última quarta-feira) ainda repercutem, inclusive, na mídia nacional. O senhor achou que o seu discurso foi muito agressivo?
Jaques Wagner: Não. Seja na classe política seja em vocês da imprensa, várias pessoas com que eu conversei disseram assim para mim: ‘Até demorou. Não sei como é que o senhor aguentou tanto tempo’. Então, a mesma pergunta que alguns já me fizeram e que voce poderia me fazer é: isto significa um rompimento? Acho que esta pergunta caberia também para o lado de lá. Porque o que fiz foi responder. Eu não ataquei. Nunca falei nada do PMDB – nem estadual, nem nacional, nem municipal. Eu nunca ataquei nenhuma outra administração do PMDB para tomar como exemplo e defender a minha. E, na verdade, apesar de o prefeito dizer que eu sou devedor dele, aí eu sou obrigado a dizer: é mentira, porque ele veio na minha casa e eu ofereci para ele (a candidatura ao governo, em 2006). Eu, graças a Deus, boto a minha vaidade pessoal um degrau abaixo da minha vaidade coletiva. Minha vaidade coletiva é meu projeto para o Brasil e para Bahia. Eu estava preparando a disputa da reeleição do presidente Lula. Evidentemente, apesar de que pesquisa está valendo cada vez menos, que naquele momento o Ibope, como se diz, do então prefeito era maior que o meu e que muita gente achava que ele seria o candidato mais forte. Então chamei ele na minha casa e disse: Prefeito, muita gente está falando isto, eu quero dizer que não sou obstáculo – isto devia ser um sábado ou domingo -, se o senhor quiser ser o palanque do presidente Lula, nós, amanhã ou depois de amanhã, segunda-feira, vamos a Brasília, eu vou dizer ao presidente Lula que eu tenho outras tarefas que eu posso cumprir – continuar no Ministério, ajudar na reeleição dele e lhe ajudar aqui.