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Proposta que pode destinar R$ 298 bilhões para Kiev vai agora para Câmara, onde tem chance ser barrada 12 de fevereiro de 2024 | 09:45

Congresso dos EUA avança para liberar pacote de ajuda à Ucrânia

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Um amplo pacote de ajuda externa, que inclui US$ 60 bilhões (R$ 298 bilhões) para a Ucrânia, sobreviveu, neste domingo (11), a uma votação crucial no Senado dos Estados Unidos, embora a oposição dos republicanos mais conservadores possa impedir que ele se torne lei.

O Senado, com uma pequena maioria democrata, teve 67 votos a favor e 27 contra pelo desbloqueio do projeto de lei. Agora, a proposta vai para a Câmara, controlada pelos republicanos, onde enfrentará um futuro incerto.

O pacote total, de US$ 95 bilhões (R$ 472,2 bilhões), inclui financiamento para a guerra de Israel contra o Hamas, e para Taiwan, um aliado estratégico dos EUA. No entanto, a maior parte seria destinada à Ucrânia, para o reabastecimento de munições, armas e outras necessidades cruciais em seu terceiro ano de guerra contra a Rússia.

Dezoito republicanos apoiaram a legislação depois que Donald Trump, o virtual candidato republicano à Casa Branca, criticou o projeto de lei nas redes sociais, dizendo que a ajuda externa deveria ser na forma de um empréstimo. Trump também causou exasperação ao dizer que encorajaria a agressão contra aliados da Otan que não pagam suas contribuições para a aliança militar.

Antes da votação deste domingo, o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, criticou aqueles que, segundo ele, ignorariam os interesses globais dos EUA, lamentariam a liderança americana e os compromissos internacionais. “Isso é trabalho ocioso para mentes ociosas e não tem lugar no Senado dos Estados Unidos”, disse McConnell, sem citar Trump. “A liderança americana importa. E está em questão.”

O presidente Joe Biden, que busca a aprovação da ajuda à Ucrânia há meses, afirmou na sexta-feira (9) que o Congresso seria culpado de “negligência” se não aprovasse a medida. A próxima ação do Senado está prevista para segunda-feira (12), quando os legisladores devem realizar duas votações processuais: uma para adotar o pacote de ajuda externa como uma emenda a um projeto de lei da Câmara; e uma segunda para limitar o debate antes de uma votação final de aprovação, que pode ocorrer na quarta-feira (14).

A legislação inclui US$ 61 bilhões para a Ucrânia, US$ 14 bilhões para Israel em sua guerra contra o Hamas e US$ 4,83 bilhões para apoiar parceiros como Taiwan -e deter a agressão da China. Também forneceria US$ 9,15 bilhões em assistência humanitária a civis em Gaza e na Cisjordânia, Ucrânia e outras zonas de conflito ao redor do mundo.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, que tem uma estreita maioria republicana, indicou que poderia tentar dividir as disposições de ajuda em medidas separadas assim que o projeto de lei chegar do Senado.

Contudo, um projeto de lei de ajuda exclusivo para Israel foi derrotado na Câmara na semana passada devido à oposição dos democratas, que apoiam a legislação mais ampla do Senado, e dos republicanos linha-dura, que queriam cortes de gastos.

Durante uma visita a Kiev na sexta-feira, uma delegação bipartidária de legisladores da Câmara prometeu fazer sua parte para aprovar a medida. Os republicanos do Senado acreditam que a aprovação bipartidária ajudaria a estimular o apoio entre os republicanos na Câmara. “Isso moldará o ambiente de tal forma que mais republicanos se sentirão confortáveis em avançar com o projeto de lei”, disse o senador Todd Young, republicano de Indiana, a repórteres.

O apoio republicano à medida pode crescer e o ritmo de progresso, acelerar se o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, e McConnell chegarem a um acordo permitindo votações em emendas republicanas. Os republicanos querem emendas que possam abordar o fluxo recorde de migrantes pela fronteira entre os EUA e o México e renunciar às disposições de assistência humanitária, restringindo a ajuda externa a armas e materiais.

Mas alguns republicanos que se opõem a mais auxílio à Ucrânia prometeram atrasar a consideração, forçando o Senado a cumprir uma série de regras parlamentares demoradas.

Folhapress
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