23 junho 2025
Candidato de Muniz
Presidente da Câmara Municipal de Salvador, o vereador Carlos Muniz (PSDB) revelou à coluna que vai anunciar até junho se o filho homônimo, que se forma em Medicina em novembro próximo, será ou não candidato a deputado federal em 2026. O fato, no entanto, é que o meio político já considera a candidatura como certa, diante das movimentações do tucano, inclusive pelo interior. Carlos Muniz Filho deve contar na largada da pré-campanha com o apoio de ao menos dez vereadores em 2026.
Fazendo as contas
O jovem Muniz, que sempre manifestou o desejo de ser candidato e aposta na força eleitoral do pai na capital, já recebeu convites de diversos partidos. A coluna apurou junto a outras fontes tucanas que dificilmente ele permanece no PSDB, onde são considerados favoritos em 2026 o deputado federal Adolfo Viana, postulante à reeleição, e o vice-prefeito de Feira de Santana, Pablo Roberto, que também quer um assento na Câmara. Como já mostrou a coluna, uma das alternativas é o PRD, que está sendo “montado” sob a liderança do deputado federal Elmar Nascimento (União).
Digital de Coronel
O novo PRD, por sinal, já deixou claro que será “democrático” sobre 2026, aceitando a filiação de nomes que apoiam tanto o governador Jerônimo Rodrigues (PT) quanto o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União). O senador Angelo Coronel (PSD), por exemplo, terá sua digital na sigla que tem como número o 25. É que um dos filiados do partido será Gildo Baleia, empresário ligado ao parlamentare que mira uma vaga na Assembleia em 2026. Em 2024, ele foi candidato a prefeito de São Félix e perdeu.
Compasso de espera
A direção nacional do PRD ainda não anunciou oficialmente a mudança de comando do partido na Bahia porque aguarda o desenrolar das conversas com o Solidariedade ou o Cidadania para a formação de uma federação. Para a presidência estadual da sigla, o indicado de Elmar e do deputado estadual Marcinho Oliveira (União), outro responsável pela empreitada partidária a que deve se filiar, é o ex-vereador de Salvador Adriano Meireles.
Jeito de Jero
Petistas dizem que a antipatia à ideia de Angelo Coronel concorrer à reeleição ao Senado na chapa governista teria finalmente chegado a Jerônimo Rodrigues, que, com a polêmica sobre se o senador fica ou sai, passou a lembrar que não viu o parlamentar dedicar-se à sua campanha, em 2022 como gostaria. E como diz um secretário estadual, quando Jero “invoca” nem o senador Jaques Wagner (PT) e nem o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), conseguem convencer o aliado a rever suas posições.
Campanha ostentação
O vice-governador Geraldo Júnior (MDB), outro que deve ficar fora da chapa em 2026, já entrou em modo campanha, procurando prefeitos – e em alguns casos, invadindo redutos de parlamentares conhecidos – para tentar costurar apoios à Câmara Federal. Seu patrocinador de agora é um empresário novo rico que ostenta “muuuuuuito” em Praia do Forte, de quem já teria ganhado um avião Seneca e está prestes a receber também um helicóptero novinho para poder se deslocar no período eleitoral. O PT e os deputados federais da base já tomaram conhecimento da ‘nova aliança’, além de alguns outros setores da Bahia.
Guerra comunista
Os ânimos dentro do PCdoB começam a ficar exaltados diante de uma dura e iminente guerra eleitoral entre a deputada federal Alice Portugal e a deputada estadual Olívia Santana. Em 2026, as duas serão candidatas à Câmara dos Deputados e a expectativa dentro da sigla é que saia faísca na disputa por votos em Salvador, onde Alice sempre contou com o apoio de Olívia, a mais bem votada na cidade para a Assembleia em 2022. Quem está perdida no meio das duas comunistas é a vereadora Aladilce Souza, que brincou ao tratar do assunto com a coluna. “Vou ter que pegar um serrote e me dividir ao meio”.
Candidato da terra
Em uma articulação conduzida por ACM Neto, a prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União), estimula a candidatura do vereador Diego Azevedo (União) a deputado estadual nas próximas eleições. Com 6.017 votos, o edil foi o mais bem votado em 2024. O objetivo da movimentação é ter uma candidatura local a uma cadeira na Assembleia. O acerto, entretanto, não muda o posicionamento de Sheila de apoiar a reeleição do deputado estadual Tiago Correia (PSDB).
Zig zag
O prefeito de Teixeira de Freitas, Marcelo Belitardo (União), que apoiou ACM Neto (União) em 2024 e mudou de lado recentemente, disparou mensagens ontem (27) para jornalistas e políticos da região para desmentir a notícia, publicada por um site de Salvador, de que havia se filiado ao PT. A confusão ocorreu porque o gestor, que já foi petista, segue com o nome em uma lista da sigla. O fato é que vídeos da versão antiga de Belitardo circularam em aplicativos de mensagem após o episódio. Em um deles, em apoio ao ex-prefeito João Bosco (PT), hoje adversário.
Tudo em família
O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) acompanhou Jerônimo durante a agenda do governador em Itapetinga, no sábado, mas não teve tempo de conversar pessoalmente com o ex-prefeito Rodrigo Hagge (MDB) sobre 2026. O cacique emedebista quer que Rodrigo deixe o grupo de ACM Neto e seja candidato a deputado estadual na base governista, “dobrando” com Jayme Vieira Lima (MDB), seu primo e presidente da Cerb, que tentará uma cadeira na Câmara Federal. O atual prefeito Eduardo Hagge (MDB), tio do antecessor, é a favor da articulação. Assim, fica tudo em família.
Bateu na trave
Vale lembrar que em 2022 Rodrigo Hagge, então prefeito de Itapetinga, chegou a ser um dos nomes colocados na mesa por Geddel para ser indicado a vice de Jerônimo nas eleições ao governo. O escolhido, no entanto, foi Geraldo Júnior. Já em 2006, a ex-deputada estadual Virgínia Hagge, mãe de Rodrigo, foi cogitada para ser companheira de chapa do então candidato a governador Jaques Wagner (PT). Quem ficou com o posto, entretanto, foi o ex-deputado estadual do MDB Edmundo Pereira.
Vaias a Lula
Para o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), o presidente Lula (PT) foi vaiado por parte da plateia na abertura da marcha municipalista a Brasília, na semana passada, porque não defendeu a aprovação da PEC 66, que trata, entre outros temas, da renegociação das dívidas das cidades com o INSS. “Os prefeitos ficaram muito chateados porque não ouviram isso do presidente. Essa PEC, além da questão previdenciária, também foca nos limites para pagamentos de precatórios e é extremamente importante para nós”.
Disputa dura
Candidato a presidente estadual do PT, Jonas Paulo realizou um encontro em Cícero Dantas com petistas de toda a região que surpreendeu até os aliados. Com o desenrolar da campanha, a ideia de que a disputa será dura entre ele e Tássio Brito, candidato do grupo do atual presidente, Éden Valadares, tem se consolidado cada vez mais no partido.
Doril grandão
Por falar em Éden, dizem que o presidente do PT foi colocado num esconderijo inescrutável para não aparecer apoiando Tássio à sua sucessão. Quem propaga a ideia do sumiço não perde a oportunidade de perguntar também sobre o motivo do desaparecimento do líder petista. Alguém sabe a razão?
Franco atirador
Depois de ser detido pela polícia por ter liderado a invasão e os atos de violência contra vereadores no plenário improvisado da Câmara de Salvador, na quinta-feira (11), na votação do projeto de reajuste do funcionalismo, o diretor licenciado do Sindicato dos Servidores (Sindeps), Bruno Carinhanha, fez um discurso mentiroso ontem (27) em frente ao Palácio Thomé de Souza. Além de atacar a imprensa de forma leviana, afirmou que o prefeito Bruno Reis (União) é “réu” na Operação Overclean, o que não é verdade. O sindicalista será acionado criminalmente pelo chefe do Executivo municipal.
Pitacos
* Virou motivo de gozação nas redes sociais o discurso feito pelo vereador de Salvador Maurício Trindade (PP) sobre a agressão sofrida pelo colega Sidninho (PP) durante a invasão do plenário da Câmara Municipal por sindicalistas, na quinta (22).
* Ao narrar a mordida que o pepista levou de um dos manifestantes em uma das mãos, Trindade disse que “literalmente tentaram comer Sidninho” e a internet não perdoou. Logo virou meme.
* A vereadora Marcelle Moraes (União) foi ainda mais longe. Em discurso no plenário da Câmara, afirmou que Sidninho foi alvo de uma tentativa de canibalismo. E ela falou sério.
* Não deve ter efeito prático algum a representação por quebra de decoro dos vereadores aliados de Bruno Reis contra o deputado estadual Hilton Coelho (PT), recebida ontem (27) pela presidente da Assembleia, Ivana Bastos (PSD).
* O líder do governo, deputado Rosemberg Pinto (PT), já deixou claro que se depender dele nenhum parlamentar será cassado. “Quem tira o mandato é o povo”, costuma defender o petista. Vide o caso do deputado Binho Galinho (PRD).
* Ex-vereador de Salvador Tiago Ferreira (PT) foi escolhido pelo secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, para atuar como mediador de conflitos durante as obras do VLT do Subúrbio. O petista está nomeado na pasta.
* Há novo membro da realeza na política baiana. Atende pelo nome de Neto Carletto (PP) e construiu o hábito de não receber uma liderança sequer. Quem quer muito falar com ele, que aguarde o novo Soberano estabelecer condições, dia e horário. E olhe lá!
* O secretário de Saúde de Feira de Santana, Rodrigo Matos, é alvo de reclamações constantes de funcionários e prestadores de serviço à pasta por conta do temperamento que acusam de arrogante e atrasos no pagamento de salários.
* O deputado Alex da Piatã (PSD) apresentou projeto na Assembleia para oficializar o São João como Patrimônio Religioso, Cultural e Imaterial da Bahia.
Bode expiatório
Governistas baianos estão colocando integralmente na conta do deputado federal Elmar Nascimento (União) a responsabilidade pelo vazamento sobre o constrangimento que a primeira-dama Janja da Silva causou durante a visita do presidente Lula (PT) à China. Além dos ministros de Estado, também testemunharam a cena em que Janja decidiu criticar o TikTok na frente de Xi Jinping o parlamentar baiano e o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP).
Vazador ministerial
Uma figura importante estaria por trás da informação passada aos governistas baianos de que Lula teria desconfiado que Elmar tivesse transmitido aos jornalistas da GloboNews detalhes sobre saia justa criada pela primeira-dama e a reação do presidente chinês. Trata-se do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que, como se sabe na Bahia e em Brasília, gosta de muita pouca gente e, apesar de uma aproximação recente, não tem Elmar entre seus poucos interlocutores.
Reação de Lula
Deputados acham que o próprio Lula deu gás à ideia de que Elmar poderia estar por trás do vazamento sobre a escorregada de Janja na China ao se referir pelo menos duas vezes ao deputado baiano na entrevista em que falou sobre os resultados da viagem e, provocado por um repórter da Rede Globo, rebateu diretamente a informação de que a primeira-dama teria criado o problema na viagem. O presidente tratou o caso como uma “pachorra”, o que causou constrangimento ao parlamentar baiano, disseram políticos presentes.
Projeto 2028
Já de olho na disputa pela Prefeitura de Salvador em 2028, o deputado estadual petista Robinson Almeida articula para emplacar uma aliada no comando do PT na capital nas eleições internas do partido, marcadas para o dia 6 de julho. O nome escolhido por ele é o da assessora e sanitarista Joanna Paroli, que integra a mesma corrente do parlamentar, a Democracia Socialista (DS). Outro quadro da DS também ligado a Robinson que está no páreo, embora correndo por fora, é o ex-vereador de Salvador Tiago Ferreira, caso Joanna, recentemente aprovada em um concurso público, desista.
Movimento de Wagner
Robinson costura um acordo envolvendo Salvador para apoiar Tássio Brito, atual tesoureiro estadual do partido, à presidência do PT baiano. Em troca do respaldo na capital, a DS retiraria Ana Carolina da disputa pelo comando da sigla na Bahia e uniria forças com Tássio. Entretanto, o senador Jaques Wagner, principal padrinho da candidatura do tesoureiro, defende que o próprio Robinson seja o postulante em Salvador, o que fortaleceria o nome do deputado para a Prefeitura em 2028. Foi Wagner quem incentivou a pré-candidatura do companheiro a prefeito em 2024.
Ironia do destino
O curioso da aliança entre Robinson e Tássio é que o deputado foi um dos principais articuladores, em março, do movimento que uniu a DS e outras tendências do PT e barrou a iniciativa do atual presidente do partido na Bahia, Éden Valadares, seguidor das ordens de Wagner, de lançar a candidatura do comandante da legenda em Serrinha, Sandro Magalhães, visto como o representante da continuidade. Por influência do senador, a maior parte dessas correntes hoje está ao lado do tesoureiro, que se tornou, por sinal, o nome de Éden, embora não tenha sido nem de perto a primeira opção.
Marta fora
As negociações de Robinson para assumir direta ou indiretamente o comando do PT na capital ganharam força com a falta de interesse da vereadora petista Marta Rodrigues em aceitar ser candidata à presidência municipal do partido. Irmã do governador Jerônimo Rodrigues (PT), ela tinha o respaldo de Wagner e das correntes que estão com Tássio para se lançar candidata. O prazo para a inscrição das candidaturas à presidência da legenda nos municípios se encerrou no último dia 2. Entretanto, até o dia 26 deste mês ainda podem haver trocas, desistências e composições.
Ordens dos velhos
Tássio Brito tem se movimentando para fortalecer a candidatura pela Bahia. Nesta terça (13), recebeu oficialmente o apoio do prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT). No sábado (17), estará em Itabuna. Já no dia 22, promete fazer um grande ato em Salvador com Wagner e lideranças nacionais petistas. Adversários do tesoureiro, por sinal, costumam brincar com a bandeira da renovação pregada pelo candidato. Dizem que “é uma chapa de jovens que recebe ordens dos velhos”, numa referência ao senador e aos deputados federais Valmir Assunção (PT) e Jorge Solla (PT).
Novo comando
O ex-vereador Adriano Meireles deve assumir na próxima semana o comando do PRD na Bahia, em movimento articulado nacionalmente pelo deputado federal Elmar Nascimento (União) e pelo deputado estadual Marcinho Oliveira (União), conforme já antecipado por esta coluna e detalhado pelo site . O atual presidente da sigla, Francisco Elde, chefe de gabinete do prefeito Bruno Reis (União), ainda tentou se manter no posto, mas perdeu a disputa. A legenda, que adota o número 25 e tem dois vereadores, seguirá na base de Bruno. Para as eleições de 2026, vai liberar os filiados.
Juntos novamente
Em Brasília, o PRD discute com o Solidariedade a criação de uma federação ou mesmo uma fusão. O primeiro prefere a segunda opção, com o surgimento de um novo partido, o Solidariedade 25. Já o segundo é a favor do “casamento” com duração inicial de quatro anos. Qualquer que seja a alternativa, Adriano Meireles voltará a trabalhar lado a lado com o deputado estadual Luciano Araújo, presidente do Solidariedade na Bahia – o ex-vereador deixou o partido porque não queria apoiar o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) na eleição municipal de 2024, e ficou com Bruno Reis.
Sucessão à vista
Líder do prefeito na Câmara de Salvador, o vereador Kiki Bispo (União) confidenciou a colegas que desistiu da candidatura a deputado estadual em 2026. A intenção dele é permanecer onde está para tentar, com o apoio de Bruno Reis, ser o sucessor do presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB). Acontece que o tucano tem um parecer jurídico em mãos sustentando que ele pode concorrer a um novo mandato na presidência. Isso porque Muniz não foi, na prática, reeleito em 2025, já que na legislatura passada ele assumiu o posto na condição de vice de Geraldo Júnior.
Meta de Muniz
Aliados de Muniz garantem que a prioridade eleitoral dele é renovar o mandato de vereador e concorrer à reeleição para a presidência da Câmara. Por isso, a exemplo do que fez em 2014, quando não foi postulante a deputado apostando em um acordo firmado com o então prefeito ACM Neto (União) de que seria o chefe do Legislativo municipal – o que acabou não ocorrendo –, deve apoiar a candidatura de alguém da confiança para a Assembleia ou a Câmara Federal. Naquele ano, o nome foi o do irmão Anderson Muniz. Agora, como já revelou a coluna, deve ser o do filho homônimo.
Dor de cotovelo
Alguns vereadores aliados de Bruno Reis ficaram com dor de cotovelo com as recentes nomeações feitas pelo chefe do Executivo que contemplaram lideranças do Novo, a exemplo do presidente municipal do partido, Robspierre Valcacio, e da candidata derrotada a vereadora Luciana Buck – ambos com salários que podem chegar a R$25 mil. “Foram mais de R$120 mil em cargos para o Novo, partido que não tem voto e nem representatividade na cidade ou na Bahia Enquanto isso, aliados importantes seguem sem atendimento”, reclamou um dos edis em contato com a coluna.
Só Roma explica
Ex-presidente do PL Mulher na Bahia, Kátia Bacelar quer saber do comandante do partido na Bahia, João Roma, por que a direção estadual da sigla não foi tão prestigiada por Bruno Reis quanto o Novo. “O PL é o maior partido do Brasil. Já não bastou o desempenho pífio nas eleições em 2022 no Estado? Agora não consegue um cargo de expressão na Prefeitura de Salvador, apesar do apoio ao prefeito em 2024? O que está atrás dos bastidores? Será que só João Roma tem a respostas?”, indagou.
Convite indigesto
Não foi bem aceito entre os vereadores do União Brasil o convite feito pelo secretário de Governo da Prefeitura de Salvador e presidente municipal do PP, Cacá Leão, para que os edis do PDT insatisfeitos com o movimento da cúpula da legenda de adesão ao governo do Estado ingressem no ninho pepista. Isso porque com o anúncio da federação União Progressista Brasileira (UPB) o PP e o União Brasil se tornam, na prática, um só partido. E quase todos os vereadores pedetistas tiveram mais votos em 2024 do que os representantes eleitos pela legenda de Bruno Reis.
Pegos de surpresa
Alguns vereadores buscam até hoje justificar a presença na feijoada oferecida pelo deputado federal Léo Prates (PDT), na semana passada, retratado com exclusividade pela Radar do Poder. Dizem que foram convidados para comemorar o aniversário do pedetista e que só ao chegar ao espaço perceberam que a festa tinha conotação totalmente política.
Pitacos
* O avanço das conversas em torno da criação de uma federação entre o MDB e o Republicanos fez ascender o sinal de alerta entre os irmãos Vieira Lima, que podem perder força na Bahia se o “casamento” for concretizado.
* Isso porque o Republicanos hoje é maior do que o MDB no Estado, o que, em tese, poderia dar ao primeiro, aliado de ACM Neto (União), o comando da federação em solo baiano. Se for assim, os emedebistas não poderiam caminhar com o PT, ao menos oficialmente.
* Preocupado sobre como fica o cenário na Bahia, o presidente de honra do MDB no Estado, Lúcio Vieira Lima, vai a Brasília na segunda (19) para tratar do assunto com o comandante nacional da sigla, deputado federal Baleia Rossi (SP).
* Aliás, o presidente do Republicanos em solo baiano, deputado federal Márcio Marinho, parece que não é sequer informado das articulações nacionais da legenda. Ou seja, não tem lugar na “grande mesa”.
* Na mesma semana em que o bispo Marinho disse ao Política Livre que o partido descartava formar uma federação neste momento, surgiram as notícias na imprensa nacional das conversas com o MDB.
* Ainda sobre o Republicanos, a cúpula nacional da sigla, que tenta “descolar” a imagem do partido da Igreja Universal, não tem interesse apenas na filiação do deputado federal Leo Prates (PDT), como revelou a coluna semana passada.
* Também foram convidados para engrossar as fileiras da sigla os deputados federais Mário Negromonte Júnior (PP), Cláudio Cajado (PP) e Jonga Bacelar (PL). Jonga só estaria disposto a aceitar se for para ser o presidente do Republicanos na Bahia.
* É grande a lista de queixas de lideranças baianas contra os deputados, estaduais e federais, do União Brasil. Não escapa um da acusação de que, como ACM Neto, ninguém atende telefone nem retorna ligação.
* Pouco mais de um mês após lançar a candidatura presidencial em Salvador, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) retorna à Bahia neste sábado (17). Ele participa do 14º Encontro do Sertão, que acontece no município de Ourolândia.
* O deputado estadual Adolfo Menezes (PSD) seguiu o conselho do poeta Manuel Bandeira e foi-se embora para a Pasárgada, só que a cidade real, localizada no Irã, novo destino escolhido pelo parlamentar para tirar uns dias de descanso.
Partido de Elmar
Embora não pretenda deixar o União Brasil, o deputado federal Elmar Nascimento finaliza as articulações em Brasília visando ter um partido para chamar de seu na Bahia. As conversas acontecem com o PRD, o DC, o PMN e o PMB, estando mais adiantadas com o primeiro, conforme rumores que circulam pela Assembleia. Quem deve presidir a sigla no Estado é o ex-vereador de Salvador Adriano Meirelles, hoje ligado ao deputado estadual Marcinho Oliveira, este sim de malas prontas para deixar o União Brasil e migrar para a legenda de Elmar, de quem é liderado.
Majoritária em aberto
Os planos são de eleger no mínimo quatro estaduais e um federal. Outro mandatário da Assembleia que deve ingressar na sigla é Pancadinha (Solidariedade), membro da “bancada” do deputado federal do União Brasil na Casa – o parlamentar nega a mudança, até para não perder os espaços que garantiu junto ao partido no Legislativo estadual. Já o posicionamento sobre a majoritária só deve ser anunciado em 2026. Apesar de Elmar e Marcinho terem se aproximado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), não está descartado o apoio a ACM Neto (União) na briga pelo Palácio de Ondina.
Impacto no Paço
As articulações também agitam os corredores da Câmara Municipal de Salvador. Embora não haja em 2026 janela partidária para vereador, alguns edis da base do prefeito Bruno Reis (União) que desejam disputar as próximas eleições manifestaram interesse em participar ou saber mais sobre o projeto partidário de Elmar, a exemplo de Ricardo Almeida (DC), Sidninho (PP) e Débora Santana (PDT). O partido também deve ser oferecido caso o presidente do Legislativo municipal, Carlos Muniz (PSDB), deseje filiar o filho homônimo,apontado como candidato a deputado federal, como já revelou a coluna.
Sinal verde
Coube a Elmar costurar o ingresso do PRD, nascido da fusão entre o Patriota e o PTB, no grupo de ACM Neto e de Bruno Reis. O prefeito, inclusive, indicou o presidente do partido na Bahia – Francisco Elde, chefe de Gabinete do Palácio Thomé de Souza. No pleito de 2024, a agremiação elegeu 70 vereadores, sendo dois na capital e três prefeitos no interior. O deputado federal do União Brasil teria sinal verde da direção nacional para fazer a troca de comando no Estado.
Ironia do destino
Caso se confirme que o PRD será o partido de Elmar, a ironia é que Marcinho Oliveira, às turras com os correligionários da oposição por votar com o governo e participar de eventos de Jerônimo Rodrigues (PT), será candidato em 2026 pela legenda, dona do número 25, que fez história nos tempos do carlismo e dos extintos PFL e DEM. Há cerca de um mês, Marcinho vem dialogando com os comandos estadual e nacional do União Brasil sobre deixar o partido amigavelmente. Em conversas com outros parlamentares, ele descartou que exista possibilidade de ser expulso.
Doações de Roma
O deputado federal capixaba Gilvan da Federal, do PL, não gostou de ser criticado pelo comandante da legenda na Bahia, João Roma, após defender a morte do presidente Lula (PT). Em plenário, ele afirmou que o partido destinou, nas eleições, R$100 mil ao PDT, sigla autora do pedido de inelegibilidade contra Jair Bolsonaro (PL). A coluna apurou que a doação foi feita ao candidato pedetista a prefeito de Irecê, Figueredo Amorim, que já foi do PSB e aliado do PT baiano. O PL botou ainda R$ 20 mil na conta do postulante do PDT a prefeito de Dário Meira, Neilson de Caetano. Ambos foram derrotados nas urnas.
Eles ficam
Nenhum deputado federal do PP da Bahia tem planos de deixar o partido se ocorrer a federação com o União Brasil. Nem mesmo Mário Negromonte Júnior, presidente da sigla no Estado, que confia no insucesso do “casamento” agora ou mais adiante. Cláudio Cajado vai dançar ao som da música que tocar, inclusive em 2026 – apesar de estar dialogando com Jerônimo, ele é próximo de ACM Neto e de Bruno Reis. E João Leão é a favor. “Estou 100% dentro dessa. Essa federação comandada por ACM Neto vai transformar a vida dos baianos”, disse o “bonitão” à coluna.
Convite de Lupi
O deputado estadual Roberto Carlos (PV) foi convidado para retornar ao PDT pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, principal dirigente do partido. O dirigente deve selar, no início de maio, o retorno da legenda à base do governo baiano. Lupi quer que o parlamentar dispute uma cadeira na Câmara Federal em 2026. Como o PCdoB vetou a candidatura à Câmara do deputado estadual Zó do Sertão (PCdoB), que também tem como principal reduto eleitoral o município de Juazeiro, Roberto deve aceitar o desafio e já recebeu até as bençãos de Jerônimo.
Homenagem em Feira
Depois de embarcar para o sul da Bahia com o objetivo de iniciar, esta semana, uma nova maratona de viagens ao interior, ACM Neto receberá duas homenagens em Feira de Santana. Na noite do dia 8 de maio, ele será agraciado, na Câmara de Vereadores, com o título de cidadão feirense e a entrega da Medalha Maria Quitéria. Haverá, ainda, homenagens ao avô de Neto, o falecido senador ACM, e ao pai, ACM Júnior. Nesta quinta (24), o ex-prefeito da capital embarca para Ilhéus. Desta vez, promete fazer tudo sem correria.
Armadilha da adesão
Prefeitos baianos que integram partidos de oposição na Bahia passaram a ter receio de participar de audiências com Jerônimo em Salvador. A avaliação é que o governo tem forçado demais a barra ao buscar dar uma conotação política e eleitoral aos encontros institucionais, visando atingir ACM Neto. Ontem (22), a prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União), tomou todos os cuidados para não cair na armadilha durante reunião com o governador para tratar de investimentos do Estado no município. Sequer publicou algo sobre a reunião nas redes sociais.
Coelhão de Páscoa
Cercado de policiais, do jeito que ele mais gosta, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) curtiu o feriadão de Páscoa em uma mansão em Praia do Forte, no Litoral Norte da Bahia. Moradores do condomínio Ilha dos Pássaros se assustaram com o porte da escolta, que não costumam ver em nenhum outro lugar da Bahia, nem acompanhando o governador.
Araponga do vice
Falando do ilustre emedebista, a última do seu novo chefe de Gabinete foi pedir, por sua orientação, uma rigorosa investigação na vida pregressa de cada funcionário da Vice-Governadoria, inclusive dos militares. O levantamento visa descobrir informações sobre “quem indicou”, formação acadêmica, relações políticas e familiares e até o que se faz no momento de folga, além, é claro, de “conhecidos na imprensa” – esta última para identificar vazamentos.
Falta de estrutura
Vereadores da capital começaram a se queixar, em conversas entre si, embora timidamente, de Carlos Muniz (PSDB) por conta da falta de resposta da Prefeitura a pedidos por “estrutura” de trabalho nas comunidades. Alguns dizem que o presidente da Câmara lutou para viabilizar os próprios espaços no Executivo, mas teria esquecido de alguns colegas. Além disso, Muniz ainda não substituiu quadros no Legislativo que o auxiliavam na relação com os edis: Carlos Cavalcante, o Leleto, ex-diretor legislativo e que foi para a Assembleia, e Diego Brito, ex-chefe de Gabinete e agora superintendente da Transalvador.
Mosca azul
Onze dos 12 edis da oposição em Camaçari disseram a Flávio Matos, ex-presidente da Câmara de Vereadores e candidato derrotado ao Executivo do município em 2024, que irão cumprir o acordo firmado com o ex-prefeito Antonio Elinaldo (União) para 2026. Ou seja, apoiarão o próprio Elinaldo para a Assembleia e, na corrida pela Câmara Federal, a reeleição de Paulo Azi (União) e a candidatura do deputado estadual Manuel Rocha (União). Na reunião, ocorrida semana passada, não houve adesão a um movimento de Flávio, ‘mordido’ pela mosca azul, visando concorrer a deputado federal.
Rota de colisão
Durante a conversa com os vereadores, que tinha como pauta principal a fiscalização da gestão de Luiz Caetano (PT) em Camaçari, Flávio Matos afirmou que está “ouvindo o povo” sobre 2026, fazendo com que o tema eleitoral fosse colocado na mesa. Reservadamente, o ex-vereador, no entanto, tem dito que não pode ficar “entubado” no próximo pleito após os mais de 77 mil votos que recebeu em 2024. Pelo conflito de interesses, há quem diga que o rompimento entre Flávio e Elinaldo é iminente.
Pitaco
* Secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e deputado estadual licenciado, Ângelo Almeida (PSB) foi escalado para facilitar a aproximação política do governo com a prefeita de Morro do Chapéu, Juliana Araújo (PDT).
* Juliana é a única prefeita pedetista que ainda tem resistência à adesão do partido à base de Jerônimo. Ela é filha do vice-presidente estadual do PDT, o ex-deputado federal José Carlos Araújo, muito próximo de ACM Neto.
* “O convite já fizemos. E vamos seguir fazendo. Juliana é uma das prefeitas mais qualificadas e competentes da Bahia”, disse Ângelo à coluna. O secretário tem uma relação próxima com a gestora.
* Em conversa com a coluna, o deputado estadual Pancadinha (Solidariedade) minimizou a decisão do prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), de lançar a primeira-dama do município, Andrea Castro, como candidata à Assembleia.
* “Para mim é bom, porque assim temos mais mulheres na política da região”, disse o parlamentar, que foi candidato a prefeito de Itabuna em 2024 e perdeu para o reeleito Augusto. Em 2026, tudo indica que a família Castro deixe Pancadinha sem mandato.
* Líder do governo na Assembleia, o petista Rosemberg Pinto tentou “ressuscitar” uma candidatura à reeleição de Éden Valadares à presidência do PT da Bahia, mas a ideia não vingou nem mesmo no grupo do dirigente.
* Mas o objetivo de Rosemberg seria outro: conseguir apoio para lançar ao comando do PT baiano a candidatura da presidente da CUT no Estado, Leninha Valente. O plano, tudo indica, não vingou.
* Após uma briga que envolveu até medida protetiva judicial, a vereadora de Salvador Marcelle Moraes (União) e o irmão, o ex-vereador e ex-deputado estadual Marcell Moraes (PSDB), fizeram as pazes.
* Entretanto, a reaproximação não significa que caminharão juntos na política. “Somos irmãos, e deixei as diferenças de lado por conta da minha mãe. Marcell tem os projetos dele e eu tenho os meus, de forma independente”, disse Marcelle.
* Marcell não descartou apoiar a irmã caso ela seja candidata em 2026. “Marcelle pode sair para federal e Carol dos Animais (PSDB), que apoiei para vereadora, pode ser estadual, ou vice-versa. Eu só serei candidato se for a governador ou a senador”, garantiu.
Chapa “pujante”
Políticos que circulam pelo Palácio Thomé de Souza desenharam, na semana passada, aquela que seria uma chapa “pujante” ao governo da Bahia nas eleições de 2026 se o líder da oposição no Estado, ACM Neto (União), assumir um projeto nacional. A escalação seria: o prefeito Bruno Reis (União) na cabeça, tendo como vice a empresária Isabela Suarez e, na disputa pelas duas vagas ao Senado, o atual senador Angelo Coronel (PSD) e o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho (União).
Densidade eleitoral
Bruno tem repetido com frequência que não será candidato a governador, mas os aliados consideram que ele pode ser convocado, caso ACM Neto concorra a vice-presidente numa chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A avaliação é que o prefeito se tornou, disparado, o segundo quadro da oposição com mais densidade eleitoral na Bahia, caso a intenção seja vencer a eleição. Se for para fazer figuração, o escolhido pode ser o presidente do PL na Bahia, o ex-ministro da Cidadania João Roma (PL).
Vencedor, mesmo que perca
Roma disse a correligionários que trabalha com o cenário de ACM Neto disputar a vice-presidência para garantir um lugar na majoritária. Além disso, o ex-ministro acredita que Neto, pela influência do cenário nacional, que se confirmou em 2022, não entrará na disputa a governador se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insistir numa candidatura, peitando a inelegibilidade até o limite. O dirigente do PL também acha que Bruno Reis concluirá o segundo mandato. Para Roma, que saiu enfraquecido do pleito municipal de 2024, concorrer a governador já seria uma grande vitória, mesmo que perca.
Gesto a Coronel
Por falar em chapa majoritária, o senador Jaques Wagner (PT) admitiu pela primeira vez, em entrevista publicada ontem (15) pelo jornal Valor, que pode abrir mão da reeleição em 2026 em prol da unidade da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). A hipótese foi levantada pela primeira vez por esta coluna (veja aqui) em dezembro de 2024. Para o galego, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), é o único tem presença garantida na chapa, como concorrente ao Senado. Assim, Wagner faz um gesto a Coronel, que dialoga com a oposição.
Transalvador desbloqueada
Bruno Reis atendeu ao presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), e destravou ontem, terça-feira (15), as nomeações na Transalvador. Combinado com o vereador, o atual superintendente do órgão, Diego Brito, aliado fiel do tucano, emplacou o chefe de gabinete e o gerente administrativo do órgão. Já na Secretaria de Saúde, o titular da pasta, Rodrigo Alves, ligado ao deputado federal Adolfo Viana (PSDB), segue bloqueado.
Suplente empregado
Bruno Reis empregou esta semana mais um derrotado nas eleições de 2024 para a Câmara Municipal: o ex-vereador e agora suplente Binho de Ganso (União Brasil), nomeado como assessor especial da Secretaria de Governo, com salário que pode passar dos R$30 mil, a depender da gratificação. Binho é ligado ao deputado federal Dal Barreto (União), que fechou uma parceria política, na semana passada, com o vereador George Gordinho da Favela, líder do PP no Legislativo municipal. O estadual do edil deve ser o assessor especial do prefeito, Igor Dominguez (DC), forte nome para a Assembleia.
Luz amarela
Acendeu a luz amarela na Secretaria de Relações Institucionais do governo – que tem articulado a adesão de prefeitos de oposição – a sinalização do gestor de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá (PP), que encheu o governador de elogios e fez críticas a ACM Neto num périplo recente por Salvador, mas, ao retornar ao município do Oeste baiano, deixou claro que não era da base de Jerônimo. Titular da pasta, Adolpho Loyola ficou chateado com o pepista, que foi aconselhado por assessores a parecer menos petista em meio ao eleitorado conservador que lhe confiou o mandato.
Rivais no palanque
Na agenda de três dias em Jequié, Jerônimo reuniu no mesmo palanque, dessa vez sem brigas, o prefeito Zé Cocá (PP) e o deputado federal Antonio Brito (PSD), cuja rivalidade é quase pessoal. Da última vez que isso aconteceu, em outubro de 2023, durante solenidade oficial, o parlamentar chegou a gritar com o pepista, na época ainda 100% no campo da oposição ao governo. O deputado costuma chamar Cocá de traidor, pelo rompimento com o PT em 2022, enquanto o prefeito diz que o pessedista não destina recursos federais para o município.
Estou aqui
O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) pressionou tanto Jerônimo Rodrigues que o governador acabou cedendo e permitindo que agora sejam incluídas nas placas de inauguração também o nome e o cargo do seu substituto oficial. O fato inédito na história da Bahia deixou petistas alarmados, sobretudo depois da derrota sofrida pelo emedebista na disputa pela Prefeitura Salvador e o efeito devastador de sua candidatura sobre a bancada municipal do PT.
Imagem ruim
Aliás, para a maioria dos governistas, incluindo aí petistas e quadros de partidos aliados, é impressionante como Jerônimo ainda não conseguiu perceber que associar sua imagem limpinha à do vice-governador é um péssimo negócio, porque remete diretamente tanto ao fracasso do seu grupo nas eleições de Salvador em 2024 como a uma figura que não inspira confiança, como as pesquisas, tanto da oposição quanto da situação, captaram amplamente durante a campanha.
Medo de Malafaia?
O deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante), eleito na base petista nos planos estadual e federal, tem sido cobrado pelos eleitores nas redes sociais após assinar o pedido de urgência para o PL da Anistia na Câmara. Em tempos de Páscoa, um dos seguidores chamou o parlamentar de “Judas” e afirmou que Isidório tem medo do pastor Silas Malafaia, um dos maiores defensores de Jair Bolsonaro. “Ingratidão tira a afeição, viu deputado?”, complementou o cidadão.
“Coincidências” no Planalto
Auxiliares e interlocutores de Rui Costa têm visto forte “coincidência” entre juízos que o ministro emite e o que sucede, especialmente na Bahia, na Operação Overclean. Não deve ter sido à toa que o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mandou um recado ao petista ao dizer que ele perseguia o partido de olho na política baiana. Em Brasília, onde o ministro é pouco querido, se diz que ele pratica maldades porque tem a CGU e a PF sob seu controle, mas esquece de que o mundo dá voltas, sobretudo no círculo do poder.
Duas canoas
Enquanto Davi Alcolumbre acusa Rui Costa de perseguir o União Brasil por causa das questões da Bahia, o grupo político do ministro fecha os olhos para o movimento pela indicação ao TRE baiano de figura com ligações íntimas com o partido do presidente do Senado, afilhada de magistrado conhecido pelo dom de encantar serpentes.
Prefeitos fantoches
Deputados estaduais estão preocupados com um fenômeno que aconteceu nas eleições de 2024 em cerca de duas dezenas de municípios da Bahia e que, embora não seja novo, ganhou força para influenciar planos políticos pessoais no próximo pleito. Eles se referem aos ex-prefeitos que emplacaram “fantoches” como sucessores. Ou seja, quem governa de fato são os antecessores, que estariam usando este poder para, de olho numa cadeira na Assembleia Legislativa, comprar apoio político por meio do uso das máquinas públicas municipais, agindo como se a Justiça não existisse.
Candidatura de consenso
A ala chamada de CNB 400 da Corrente Construindo um Novo Brasil, do PT, espera chegar, no próximo dia 26, a um consenso sobre a candidatura de Everaldo Anunciação, ex-presidente do partido na Bahia e atual vice nacional, para o comando da legenda no Estado. Nesta data, acontece um seminário, no auditório da Assembleia, com representantes de toda a corrente, inclusive a ala CNB Renova, à qual pertence Éden Valadares, que preside a sigla atualmente em solo baiano. O evento terá a presença de lideranças petistas de todo o país, como já mostrou o site.
Pitacos
* Desligado oficialmente do cargo de assessor pelo deputado federal Elmar Nascimento (União) após se tornar um dos personagens da Operação Overclean, Amaury Nascimento conhece a fundo o parlamentar baiano.
* Além de ser primo em primeiro grau, Amaury está com Elmar desde que o ex-líder do União Brasil na Câmara era deputado estadual. Em Campo Formoso, principal reduto eleitoral do parlamentar, os dois sempre foram vistos como “unha e carne”.
* Criada informalmente na reforma administrativa, a Secretaria do Mar de Salvador segue funcionando na Doca 1, no Comércio, sem a mínima estrutura. Além de pessoal, falta até computador para a equipe da pedetista Andrea Mendonça trabalhar.
* Em uma reunião recente sobre o projeto do Novo Mané Dendê, que contempla parte do Subúrbio da cidade, o titular da Casa Civil da Prefeitura de Salvador, Luiz Carreira, deixou escapar que Bruno Reis não pretende enviar tão cedo projetos de lei à Câmara.
* Como já havia antecipado esta coluna, a medida tem como objetivo evitar que os vereadores intensifiquem as cobranças pelo atendimento de demandas junto ao Palácio Thomé de Souza.
* No domingo (13), o líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), chamou os amigos para um churrasco em comemoração pelo seu aniversário. Jaques Wagner e os deputados estaduais Adolfo Menezes (PSD) e Angelo Coronel Filho (PSD) apareceram.
* Em discurso na Assembleia, Hilton Coelho (PSOL) afirmou que o deputado federal Paulo Magalhães (PSD) não tem “moral” para relatar o processo de cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) por agressão contra um membro do MBL.
* Hilton lembrou que, em 2001, o próprio parlamentar baiano deu um pontapé no escritor Maneca Muniz, que esteve no Congresso para lançar um livro contra o velho ACM, tio do inclemente. A Câmara nunca cassou ninguém por atitudes como essa.
* Logo depois que foi eleita 1ª vice-presidente da Assembleia, a deputada Fátima Nunes (PT) representou a Casa na entrega do título de cidadão de Salvador ao colega Roberto Carlos (PV), na noite de ontem (15), na Câmara de Vereadores da cidade.
* Aliás, a homenagem a Roberto Carlos reuniu velhos amigos da política, a exemplo do ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos) e do ex-prefeito da capital João Henrique Carneiro. Os três foram colegas de Assembleia nos tempos de oposição ao carlismo.
* A Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia decidiu solicitar ao governo do Estado a instalação de um gabinete de crise em Irecê por conta da seca que assola a região.
Férias à Câmara
Não pegou bem na Câmara Municipal de Salvador uma piada atribuída ao prefeito Bruno Reis (União) de que os vereadores deveriam tirar férias ao longo do ano de 2025. A brincadeira foi feita como uma resposta bem-humorada às queixas de que o chefe do Executivo municipal não estaria priorizando o atendimento aos aliados do Legislativo. Alguns edis da base consideram, inclusive, que o prefeito não deve estar pensando em mandar nenhum projeto para a Casa no momento com receio de enfrentar obstáculos na tramitação. Há quem duvide até da chegada do novo PDDU em 2025.
Primeira chamada
Um vereador de um dos maiores partidos da base chegou a dizer à coluna que o prefeito não enviou um projeto para oficializar a criação da Secretaria do Mar, instituída para contemplar o PDT, porque não queria dialogar com os aliados, muitos com listas de solicitações de empregos, obras e apoio a eventos ou entidades. Desde que foi reeleito, Bruno Reis só começou a despachar com os vereadores na semana passada. Ele optou por iniciar com os novatos, aqueles que estão construindo agora a relação mais direta com a Prefeitura e que, em tese, não têm as mesmas cobranças de fatura política.
Novato guloso
Um dos poucos já atendidos por Bruno Reis, o vereador Marcelo Guimarães Neto (União), embora no primeiro mandato, não ficou satisfeito com o encontro. Ele teria considerado irrisória a promessa de 15 cargos terceirizados para empregar cabos eleitorais. Aliás, do partido de Marcelinho, apenas Kiki Bispo, líder do governo, Palhinha, que conquistou a cadeira na Câmara com a ida do colega Alberto Braga para a Secretaria de Inovação e Tecnologia (Semit), e Paulo Magalhães Júnior não teriam do que se queixar do prefeito. Ao menos é que se fala nos corredores da Câmara.
Ciumeira do vizinho
Além da alegada ‘demora’ no atendimento por parte do prefeito, diversos vereadores ouvidos pela coluna afirmaram que alguns colegas têm sido privilegiados pelo Executivo desde a campanha eleitoral, a exemplo de Omar Gordilho (PDT) e Roberta Caíres (PDT). Até mesmo integrantes de partidos contemplados de forma generosa na reforma administrativa de Bruno Reis têm reclamado. No PSDB, por exemplo, a lamúria ocorre porque o secretário indicado pela sigla, Rodrigo Alves, não teria carta branca para nomear ninguém na pasta.
Despacho do presidente
A questão dos cargos na Saúde será um dos temas da audiência entre Bruno Reis e o presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), marcada para segunda (24). Na mesma reunião, o prefeito deve bater o martelo sobre as indicações do tucano para o segundo escalão. O vereador pretende abrir mão de emplacar o irmão Anderson Muniz na Arsal visando contemplar Jean Sacramento, que é o atual Ouvidor do município e que chegou a ser cotado como subsecretário de Saúde – a coluna da semana passada revelou que os dois disputavam o posto. Dessa forma, Jean permanece no PSDB.
Dosimetria dos espaços
Vale lembrar que, das sete mudanças oficializadas por Bruno Reis no primeiro escalão por meio da reforma administrativa, cinco foram feitas sob medida para acomodar aliados políticos. Isso contribuiu, inclusive, para aumentar os rumores de que o prefeito poderia ser candidato ao governo ou ao Senado em 2026. “O problema é que poucos ficaram com muito e muitos ficaram com pouco ou nada, tanto no atacado quanto no varejo. Isso somado à falta de atendimento do prefeito motiva as insatisfações da base aliada na Câmara”, resumiu um vereador.
Herdeiro de Otto
Com o desejo de mandar o deputado federal Otto Filho (PSD) para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), como já revelou o site, o senador Otto Alencar (PSD) estuda lançar outro filho para disputar as eleições de 2026 para a Câmara. Ele estaria na dúvida entre Isadora Alencar, que já trabalhou no próprio TCE como assessora, ou Daniel Alencar, que é médico igual ao pai. Qualquer um dos dois teria mais talento para a política do que o irmão parlamentar, na visão de aliados.
Injeção de ânimo
O secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), almoçou nesta terça (18), na Assembleia, com a presidente da Casa, Ivana Bastos (PSD), e líderes partidários. A visita teria sido motivada pelos rumores, revelados pelo site, de que a líder da bancada do PT, Fátima Nunes, não contaria com a simpatia de parte dos aliados na eleição para a 1ª vice-presidência. O encontro injetou ânimo nos governistas para trabalharem em prol da petista, eleita em fevereiro suplente da Mesa Diretora com 47 dos 63 votos, a menor votação entre os demais integrantes do colegiado.
Protagonismo feminino
Ivana Bastos acabou assumindo o protagonismo da sessão especial da Assembleia que entregou, na semana passada, os títulos de cidadão baiano ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. Em discurso, ela afirmou ser um marco o fato de uma mulher estar presidindo a Casa num momento tão importante. Chegou a ler uma carta enviada pelo senador Angelo Coronel (PSD) a parabenizando pela ascensão ao posto de chefe do Poder, o que teria deixado os senadores Otto e Jaques Wagner (PT) enfezados.
Forcinha da oposição
Mesmo com mais de 50 parlamentares presentes na Assembleia por conta da posse definitiva de Ivana Bastos como presidente da Casa, o governo Jerônimo Rodrigues (PT) precisou de uma “forcinha” da oposição para conseguir aprovar, ontem (18), o projeto de reajuste dos professores indígenas e o que cria cargos na Casa Civil. Após a oposição tentar derrubar a sessão, o quórum mínimo de 32 deputados só foi alcançado porque Manuel Rocha (União) marcou presença a pedido de Marcinho Oliveira (União), que praticamente já é governista.
Painel alcaguete
O detalhe curioso é que houve uma tentativa do líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), de esconder o leve apoio de Manuel Rocha ao Executivo na sessão de ontem, talvez combinado com o próprio colega oposicionista, que, ao contrário de Marcinho, tem boa relação com o ex-prefeito ACM Neto (União). O petista pediu aos técnicos que cuidam do painel eletrônico que mudassem rapidamente a tela quando o quórum de 32 fosse alcançado. Isso, no entanto, não aconteceu, e todos puderam notar que coube a Manuel garantir a continuidade da votação a favor do governo.
Mudança de planos
O gesto de Manuel Rocha em favor do governo aconteceu um dia após um dos principais aliados do deputado na região oeste, o prefeito de Santa Maria da Vitória, Tonho de Zé (União), declarar apoio a Jerônimo, após audiência com o governador. O gestor vai manter o compromisso de seguir ao lado do parlamentar, candidato a uma cadeira na Câmara Federal. Entretanto, as conversas sobre o apoio ao ex-prefeito de Camaçari Antonio Elinaldo (União) para a Assembleia podem minguar, pois Tonho estuda lançar a irmã Bete Santos, secretária municipal de Saúde, como candidata.
Malas prontas
Já Marcinho Oliveira deve deixar o União Brasil na janela partidária. Ele, que garante ser postulante à reeleição, tem convites do PP, do MDB e do Avante. Deve optar pelo último, segundo apurou a coluna. Com atuação forte principalmente no interior, Marcinho também quer aumentar a votação na capital em 2026. Quem tem frequentado o gabinete dele é o vereador Maurício Trindade (PP) e o ex-vereador Adriano Meireles (PSDB). Ambos declararam apoio ao deputado.
Efeito colateral
A possibilidade cada vez mais real de o PP formar uma federação com o União Brasil no plano nacional deve fazer Jerônimo Rodrigues intensificar as conversas para atrair o PDT para a base aliada, revelou uma fonte ligada ao Palácio de Ondina. “O governador vai precisar de partidos para acomodar o exército de candidatos a deputado que terá em 2026, incluindo ex-prefeitos. Já há uma preocupação, por sinal, em acomodar os próprios quadros do PP que não querem ficar numa federação liderada por ACM Neto (União)”, avaliou uma fonte ligada ao Executivo.
Adesão a caminho
Por sinal, o ex-prefeito de Araci Silva Neto, que coordena o movimento municipalista do PDT da Bahia e é primeiro suplente do partido na Assembleia, terá, na sexta (21), uma reunião com Adolpho Loyola para tratar da adesão da sigla ao governo. O encontro tem o aval do presidente da legenda na Bahia, o deputado federal Félix Mendonça Júnior. Na ocasião, Silva pretende agendar uma reunião entre prefeitos pedetistas e o governador.
Insegurança francesa
No Aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães, se sucedem os problemas com a francesa Indigo, empresa escolhida, pelo visto pelo critério de nacionalidade, pela também francesa Vinci para operar o estacionamento. Sem preparo, a Indigo já obrigou os usuários a aguardarem horas em filas para pagar pelo serviço e agora convive com o vexame de ter permitido que um carro fosse roubado em plena luz do dia e ainda colocado em dúvida que o proprietário de fato houvesse deixado o veículo estacionado no local enquanto fazia uma viagem rápida a BH.
Pitacos
* Famoso supermercadista estaria há noites sem dormir do outro lado do Atlântico depois de tomar conhecimento de que a Polícia Federal teria achado fortes ligações dele – por meio do recebimento de milhões – com um investigado de uma operação em curso.
* Já há quem diga que o retorno do supermercadista ao Brasil deve ser antecipado por motivo de ‘força maior’.
* Jerônimo finalmente tirou a presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, a desembargadora Cyntia Resende, do freezer em que a manteve por meses, o que, como mostra a foto, a deixou exultante.
* Quem abriu as portas do governo para receber a magistrada foi o secretário estadual de Justiça, Felipe Freitas.
* Ao participar da abertura de um evento sobre a agroindústria familiar da Bahia, em Feira de Santana, na semana passada, o prefeito da cidade, José Ronaldo (União), brincou na presença de Jerônimo.
* Ele afirmou que aquela era a primeira vez em que subia num palanque do Estado em 18 anos de governo. Ou seja, mesmo tendo sido prefeito nos governos de Rui Costa e do hoje senador Jaques Wagner (PT), nunca recebeu a mesma deferência.
* O deputado Hilton Coelho (PSOL) afirmou à coluna que não pretende adotar nenhuma medida judicial contra a posse de Ivana Bastos como presidente da Assembleia sem novas eleições.
* “No meu entendimento, o certo seria uma nova eleição de toda a Mesa Diretora. Seria muito melhor para a Casa que Ivana fosse eleita de fato. Ela sairia do processo mais fortalecida. Mas acho que não cabe mais (recurso judicial)”, disse o parlamentar.
* Agradou ao ministro da Casa Civil, o petista Rui Costa, a decisão do presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, de não disputar a reeleição para o comando da legenda, em julho.
* Em um congresso do partido ocorrido em Brasília, em dezembro de 2024, Rui disse a correligionários que estava disposto a apoiar um nome que concorresse contra o atual dirigente, que é liderado de Jaques Wagner.