Radar do Poder

Radar do Poder: Os viajantes baianos, o “migué” de ACM Neto, o grude de Pancadinha e a política com pamonha

radar do poder | 18 junho 2025

Missões de luxo

Onze deputados da bancada baiana na Câmara Federal receberam, em 2025, R$163.533,05 em diárias correspondentes a viagens oficiais ao exterior, segundo levantamento feito pela Radar do Poder no portal oficial do Legislativo. Além disso, a Casa gastou R$ 232.401,75 na aquisição de passagens aéreas para esses mesmos parlamentares, inclusive em classe executiva. O deputado José Rocha (União) ocupa o topo da lista das despesas pagas pelo contribuinte. Em duas viagens internacionais, recebeu R$ 21.361,76 em diárias e torrou R$ 57.669,09 em passagens.

Rumo ao Uzbequistão

Em maio, José Rocha acompanhou o ministro do Turismo, Celso Sabino, em uma viagem de três dias à Espanha para a reunião do conselho da ONU ligado ao setor. Em abril, ficou seis dias no Uzbequistão, na Ásia, onde participou da Assembleia da União Interparlamentar (UIP). Fez as duas viagens na primeira classe de voos comerciais. O deputado Cláudio Cajado (PP) é outro que curte um programa internacional. Ele embolsou R$ 21.337,94 em diárias internacionais em 2025, esteve neste mesmo evento e em outros compromissos no Uzbequistão em uma agenda de 11 dias. Só as passagens de classe executiva custaram R$ 40.008,15.

Quedinha pelo Oriente

Outro que esteve no Uzbequistão em abril foi o deputado Jonga Bacelar (PL) – só que ele viajou em classe econômica, ao custo de R$ 28.626,02 ida e volta – o parlamentar já recebeu R$ 20.473,38 em diárias internacionais este ano, computando uma ida a Portugal. Quem também andou pelas bandas do Oriente em 2025 foi o deputado Félix Mendonça Júnior (PDT), que passou nove dias em missão oficial na Turquia em maio – o pedetista recebeu R$ 12.454,80 em diárias e as passagens para todos os trechos custaram R$ 28.732,77.

Carona presidencial

A lista dos viajantes baianos inclui dois parlamentares que acompanharam o presidente Lula (PT) em agendas no exterior em voos da Força Aérea Brasileira (FAB) – a Câmara só gastou com diárias nesses casos. O deputado Elmar Nascimento (União) foi a Moscou, na Rússia, e a Pequim, na China, com o mandatário da Nação, em maio. Para isso, recebeu R$ 12.476,20 a mais no salário. Já o deputado Daniel Almeida (PCdoB) esteve apenas na China e foi contemplado com R$8.523,62. Elmar não teve sorte no convescote, porque atribuíram  primeiro a ele o vazamento do episódio com Janja, antes de responsabilizarem o ministro Rui Costa (Casa Civil).

Da Suíça aos EUA

Na relação há, ainda, o deputado Leo Prates (PDT), que passou 11 dias na Suíça em eventos internacionais relacionados a desastres ambientais e trabalho – as passagens somaram R$ 9.563,81 e as diárias, R$ 12.497,60. Já a deputada Roberta Roma, que faturou R$ 17.043,35 em valores por missões no exterior este ano, esteve por seis dias em Nova York, nos EUA, alegando participar de reuniões consulares e seminários, enquanto em abril visitou Buenos Aires, na Argentina, para uma agenda relacionada ao agro – as despesas com passagem custaram R$ 14.828,64 ao erário.

De Cuba à França

Também foram contemplados com os benefícios os deputados Valmir Assunção (PT), que esteve sete dias em Cuba; Márcio Marinho (Republicanos), que ficou oito dias na Espanha e Bélgica; e Neto Carleto, que passou cinco dias na França. Todos alegaram participações em congressos, eventos ou reuniões para justificar as despesas extras. O valor da diária internacional paga pela Câmara para os parlamentares é de R$ 2.490,96, limitada a cinco por viagem.

Irônico

O ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) abusou da ironia numa entrevista concedida a uma rádio de Jequié, na terça (17), ao dizer que não “viu” nenhum prefeito do grupo político dele migrar para a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Quatro gestores do próprio União Brasil já afirmaram abertamente ter feito o movimento: Tonho de Zé de Agdônio (Santa Maria da Vitória), Saulo Islan (Itagi), Agamenon Coelho (Araças) e Gel da Farmácia (Buerarema). Outros estão em processo de negociação política com o governo, mas, como sempre acontece, de olho no favoritismo de Neto nas pesquisas.

Preço da adesão

É o caso, por exemplo, do prefeito de Mata de São João, Bira da Barra. Na mesmo dia em que ACM Neto deu a entrevista em Jequié, o gestor, também do União Brasil, declarou em uma rádio da cidade que muda de lado se o governador construir a estrada que liga a sede do município ao litoral, numa demonstração de chantagem explícita que já enche o saco de Jerônimo Rodrigues (PT). “Se a estrada acontecer, eu estou colado com ele. Quem apoia a minha cidade, tem o meu apoio”, pontuou. Bira afirmou que outros governadores prometeram realizar a obra e não cumpriram, inclusive na gestão do antecessor João Gualberto (PSDB).

Fase da conquista

Do União Brasil, quem segue negociando a adesão ao governo é o prefeito de Cairu, Hildécio Meireles. À coluna, ele voltou a admitir apoiar a reeleição de Jerônimo por conta das obras feitas pelo governo no arquipélago. Embora não seja do mesmo partido, outro aliado de peso de ACM Neto que pode deixar o palanque da oposição é o gestor de Jequié, Zé Cocá (PP), bastante elogiado pelo ex-prefeito de Salvador na entrevista à rádio da cidade. Cocá busca, inclusive, ter liberdade para escolher quem apoiar em 2026 para seguir no ninho pepista após a formação da federação com o União Brasil. Mas também Cocá analisa as pesquisas, nas quais Neto lidera.

Pancadinha grudado

O deputado estadual Pancadinha (Solidariedade) até largou a mão de ACM Neto, mas a de Elmar Nascimento ele não desgruda nem com reza braba. Agora na base de Jerônimo, o deputado do Solidariedade continua colado no parlamentar, que também costuma fazer acenos ao PT baiano, mas, por enquanto, segue no campo oposicionista. Em Itabuna, já tem gente dizendo que, se depender de Pancadinha, Elmar vira até secretário de Estado. Vai que cola.

Política com pamonha

O senador Angelo Coronel (PSD) fez uma visita surpresa à Assembleia, Casa que já presidiu, e foi tietado por servidores e deputados na confraternização de São João, na nesta terça (17). O parlamentar, que tem sua “bancada” cativa, circulou animado e reencontrou aliados — inclusive o presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), que agora bate ponto semanal no Legislativo estadual firmando os passos do filho homônimo, que pretende lançar como candidato a deputado federal. Política e pamonha, tudo no mesmo balaio.

Indústria na tela

A TV Assembleia firmou convênio com a Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) para exibir conteúdos relacionados ao segmento em sua programação. A parceria, assinada pela diretora da Fundação Paulo Jackson, Michele Gramacho, e pelo presidente da Fieb, Carlos Henrique Passos, prevê produções conjuntas com foco no setor produtivo do estado. A vigência é de dois anos.

Quebra de decoro

Corregedor da Câmara de Salvador, o vereador Alexandre Aleluia (PL) finalmente recebeu uma representação por quebra de decoro parlamentar contra o colega Hamilton Assis (PSOL) por conta do episódio da invasão ao Centro Cultural da Casa. Só que o pedido de perda de mandato não foi movido por um vereador. Coube a um cidadão comum, de nome Pedro Ivo Cortes, ingressar com a ação, num movimento que o alvo  atribui à bancada do prefeito Bruno Reis (União),

Recomeço em agosto

A representação já foi aceita e será encaminhada por Aleluia ao Conselho de Ética da Câmara, instalado ontem (17), antes do início extraoficial do recesso de meio de ano, que oficialmente só deveria começar em julho. Por ser o corregedor, o próprio Aleluia foi indicado para presidir o colegiado, que tem sete membros titulares e igual número de suplentes. O processo só deve andar em agosto, quando os edis retornam das férias. Hamilton terá um prazo de cinco sessões legislativas para apresentar defesa.

De olho

Não tem ficado nada boa a relação entre os deputados e alguns secretários estaduais que já anunciaram candidaturas ao Legislativo no ano que vem. Por enquanto, o campeão de reclamações é o titular da Infraestrutura, Sérgio Brito, cuja desenvoltura no uso da máquina, segundo virtuais concorrentes, beira a irresponsabilidade. Mas há outros na fila sobre os quais relatórios também tem sido produzidos para entrega oportuna a Jerônimo.

Pitacos

* Das 15 cidades da Bahia que mais gastaram na contratação de artistas para o São João, três estão em situação de emergência por conta da estiagem: Senhor do Bonfim (R$ 5,3 milhões), Quijingue (R$ 5,2 milhões) e Tucano (R$ 4,3 milhões).

* O prefeito de Candeal, Júnior Batata (Avante), cancelou a festa de São João na cidade alegando que a gestão tem sofrido com precatórios e dívidas com a Receita Federal. Culpou os antecessores.

* Já o prefeito de Ilhéus, Valderico Júnior (União), destinou R$ 2,3 milhões para o São João antecipado mesmo tendo herdado uma dívida bilionária com a União relativa a precatórios, débitos fiscais e pendências com o INSS.

* Sobre Ilhéus, o ex-prefeito Jabes Ribeiro, atual secretário-geral do PP baiano, revelou, em entrevista a uma rádio da cidade, que ficou ao lado de Valderico no último pleito em troca do apoio do prefeito a um candidato pepista a deputado federal em 2026.

* Jabes, que tentou ser o postulante da oposição ao PT à Prefeitura ilheense, afirmou mais: que Valderico não foi simpático à proposta, mas o acordo foi bancado por ACM Neto. O beneficiado deve ser Cacá Leão (PP), hoje secretário de Governo em Salvador.

* O deputado Neto Carletto (PP) decidiu transformar a tribuna da Câmara Federal em extensão da Câmara de Vereadores de Eunápolis. Dos 15 pronunciamentos do parlamentar em plenário, seis foram sobre o município de quase 120 mil habitantes.

* Nos discursos, Carletto não poupa críticas ao prefeito Robério Oliveira (PSD), de quem é adversário, a exemplo do que ocorreu na semana passada, quando o deputado atacou a “precariedade” da saúde e da educação na cidade.

* O detalhe é que até agora ninguém levantou a voz para defender o prefeito de Eunápolis. Nem mesmo os colegas do PSD.

* Ao criticar a insegurança em Salvador no plenário da Assembleia, nesta terça (17), o deputado Matheus Ferreira (MDB), que parece ainda engatinhar nos rudimentos da política, acabou recebendo uma aula básica do colega Robinho (União): segurança pública é dever do Estado, não da Prefeitura.

* Robinho disse que culpar a Prefeitura é desviar do verdadeiro responsável. Só faltou dizer que o pai de Matheus, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), deveria reduzir o número de PMs que fazem a própria segurança para que a corporação tenha mais efetivo nas ruas. Aliás, Matheus também.

Radar do Poder: A desistência de Guinle, o charme da comunista, o acordo entre Wagner e Otto e a acomodação dos pepistas

radar do poder | 11 junho 2025

Guinle fora

Bisneto de ACM, o original, e neto do ex-deputado federal Luís Eduardo Magalhães, o jovem Luiz Eduardo Magalhães Guinle desistiu de concorrer a uma cadeira na Câmara em 2026. Apesar do entusiasmo inicial, quando chegou a circular por diversas cidades do interior entre 2023 e 2024, ele deixou de fazer política desde janeiro último. Lideranças que o apoiariam no interior já procuram alternativas. O ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) havia até colocado a própria assessoria à disposição da pré-campanha de Guinle.

Potencial de renovação

Aliás, a eleição para deputado federal em 2026 promete ser dura. Há pelo menos sete competidores sem mandato com potencial para renovar a bancada baiana. Três são hoje deputados estaduais: Alan Sanches (União), Olívia Santana (PCdoB) e Vitor Bonfim (PV). Um é prefeito: Júnior Marabá (PP), de Luís Eduardo Magalhães. Há ainda Lucas Reis (PT), chefe de gabinete do senador Jaques Wagner (PT); Jayme Vieira Lima, presidente da Cerb e do MDB baiano; e Carlos Muniz Filho, herdeiro do comandante da Câmara de Salvador, o tucano Carlos Muniz. Quem busca a reeleição que se cuide.

Anfitrião do oeste

Júnior Marabá promoveu um jantar na noite desta terça (10) para o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e outros políticos que foram a Luís Eduardo Magalhães participar da Bahia Farm Show. O prefeito garantiu ao petista que irá apoiá-lo no pleito de 2026, confirmando, ainda, a intensão de ser postulante a deputado federal. Avisou que deixará o PP após a oficialização da federação com o União Brasil do ex-aliado ACM Neto. Durante o jantar, Marabá recebeu do presidente do partido em solo baiano, deputado estadual Luciano Araújo, o convite para ingressar no Solidariedade.

Votos no interior

Carlos Muniz e o filho voltaram a circular esta semana pelos gabinetes da Assembleia Legislativa. Um dos encontros da dupla foi com o deputado estadual Emerson Penalva (PDT). Entretanto, apesar de o principal reduto eleitoral de Penalva ser Salvador – o parlamentar era vereador da capital até 2022 –, o presidente da Câmara Municipal mira parcerias no interior entre o herdeiro e o pedetista. O tucano segue fazendo as contas antes de anunciar oficialmente Muniz Filho como pré-candidato.

Renovação da frota

A Assembleia vai renovar, em julho, a frota de veículos a serviço dos 63 deputados estaduais. O modelo aprovado pela Mesa Diretora é a versão de entrada da SW4, da Toyota. A presidente Ivana Bastos (PSD) deve optar pelo contrato de assinatura, mesmo sistema adotado pelo antecessor, Adolfo Menezes (PSD), que é mais econômico e inclui custos de manutenção e licenciamento. Atualmente, os parlamentares utilizam outro modelo da montadora japonesa, o Corolla Cross, ao valor de aproximadamente R$5 mil cada por mês.

Comunista de playground

Para os deputados terem acesso aos novos veículos, a Mesa Diretora decidiu que precisam assinar um documento de solicitação. O detalhe é que a comunista Olívia Santana afirmou que não o faria. Entretanto, mudou de ideia rapidinho ao saber que, sendo assim, não receberia a SW4. Vale frisar que os próprios deputados vinham reivindicando a troca dos carros atuais por modelos mais altos, seguros e apropriados para viagens constantes aos redutos do interior.

Peso do governador

Os quatro deputados estaduais do PP que planejam deixar o partido em bloco após a federação anunciada com o União Brasil – Niltinho, Hassan Yossef, Eduardo Sales e Antonio Henrique Júnior – esperam que Jerônimo Rodrigues garanta o ingresso deles na federação formada por PT, PCdoB e PV caso as negociações com outras legendas da base do governo não evoluam. Há dificuldades das siglas em abrigar o grupo inteiro, em função da resistência de outros quadros que também pretendem concorrer a uma cadeira na Assembleia em 2026.

Férias prolongadas

Os deputados estaduais votam no início da próxima semana um pacote de projetos enviados pelo Executivo antes de entrarem em recesso junino. O “acordão” entre as bancadas do governo e da oposição deve permitir a apreciação, inclusive, da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, que obrigatoriamente precisa ser votada antes do início do recesso de meio de ano, que só ocorre oficialmente em julho. Ou seja, há cheirinho de novas férias prolongadas no ar.

De mãe para filho

A deputada estadual Maria Del Carmen (PT) não vai disputar a reeleição em 2026. Após enfrentar sérios problemas na coluna que motivaram uma licença médica de cerca de três meses, em 2024, ela decidiu lançar o filho, André Fidalgo, atual superintendente da Desenbahia. Fidalgo é filiado ao PT e já se movimenta intensamente para ocupar a cadeira da mãe.

Acordo de cavalheiros

O senador Jaques Wagner (PT) garantiu ao senador Otto Alencar (PSD) que só vai voltar a falar sobre composição da chapa majoritária de 2026 a partir de novembro, quando as negociações devem se afunilar. Segundo apurou a coluna, Otto aconselhou o amigo e aliado a não colocar mais lenha no “fogo” do senador Angelo Coronel (PSD), cada vez mais irritado com as manobras petistas para alijá-lo do palanque. Wagner prega que a definição ocorra ainda este ano. Outros membros da base governista, no entanto, discordam dessa “pressa”.

Entrou água

Integrantes do Podemos na Bahia têm convicção de que a fusão com o PSDB não se concretizará caso não fiquem com o comando do novo partido na Bahia. Esse compromisso, inclusive, teria sido firmado pela presidente nacional da legenda, deputada federal Renata Abreu (SP). Vale lembrar que o comandante estadual do Podemos, o ex-deputado Heber Santana, é secretário nacional da agremiação. Além disso, a esposa dele, Jemina Santana, e o pai, o ex-deputado Eliel Santana, integram a direção em Brasília. Parece que vai entrar água nas ambições tucanas.

Corda esticada

O deputado federal Dal Barreto (União) firmou uma parceria com Rafa Meireles, filho do prefeito de Cairu, Hildécio Meireles (União), no projeto de fazer do jovem deputado estadual nas próximas eleições. No último final de semana, os três estiveram juntos na Festa da Banana de Teolândia, no sul da Bahia. Foram recebidos pela prefeita Maria Baitinga (Avante). Hildécio garantiu por lá que o herdeiro tem hoje o apoio de seis prefeitos. O pai quer que o filho esteja no palanque do governador. Dal prefere ACM Neto. Rafa negou ficar em cima do muro e prometeu se decidir “lá na frente”.

Lavando os pratos

Conhecida pelo estilo workaholic, a vice-prefeita de Salvador e secretária municipal de Cultura, Ana Paula Matos (PDT), surpreendeu uma jornalista que a procurou por telefone, no último sábado à tarde, para tentar uma entrevista. Ao retornar a ligação, a pedetista, muito naturalmente, se desculpou dizendo que não havia atendido à profissional de bate pronto porque estava lavando pratos. A jornalista caiu para trás com a simplicidade da vice.

Pitacos

* O anúncio da federação entre o Solidariedade e o PRD, previsto para hoje (11), conforme revelou a coluna na semana passada, foi adiado para o dia 25 por conta da impossibilidade de alguns dirigentes estaduais das duas siglas estarem em Brasília.

* Na Bahia, tudo igual a antes. Luciano Araújo diz que não abre mão do comando da federação. O deputado federal Elmar Nascimento (União), que articula o controle do PRD, quer emplacar o ex-vereador de Salvador Adriano Meireles.

* Se o deputado federal Jonga Bacelar deixar mesmo o PL – ele negocia a filiação ao Republicanos –, o partido corre o risco de eleger apenas um representante para a Câmara em 2026. A conta é feita internamente pela própria cúpula da sigla.

* Hoje, o PL baiano tem três federais – os outros dois são Capitão Alden e Roberta Roma. Daí a preocupação do presidente estadual da legenda, João Roma, esposo de Roberta. Até porque Alden tem o apoio do eleitorado bolsonarista

* A federação formada por União Brasil e PP também entrou no “radar” de Jonga Bacelar, que está insatisfeito com a presidência de João Roma – o deputado foi até ameaçado de expulsão por votar com o governo Lula (PT).

* Recentemente, João Roma tirou da presidência do PL de Camaçari a irmã do deputado, Cristiana Bacelar, o que aumentou o clima de animosidade.

* O prefeito de Campo Formoso, Elmo Nascimento (União), decidiu esbanjar: vai gastar R$9 milhões apenas na montagem da estrutura da festa junina da cidade.

* Empolgada com as transformações que o prefeito Luis Caetano (PT), seu marido, conseguiu fazer em Camaçari em menos de seis meses de gestão, a deputada federal Ivoneide Caetano (PT) não deixa que ninguém de fora que a visite saia da cidade sem ver ao menos a nova Avenida Getúlio Vargas, transformada pelo petista num calçadão que teve um impacto positivo significativo no comércio local.

* Na semana passada, por exemplo, depois de receber em seu escritório lideranças de outro município, fez questão de, pedindo ao motorista que passasse para o banco de trás, conduzir pessoalmente os visitantes pela cidade até a Avenida, destacando também a decoração de São João feita pela nova gestão. O momento foi flagrado por quem, também empolgado, viajava no carona.

* O vereador de Tanquinho Getúlio Oliveira (PP) acusou o prefeito a cidade, Zé Luiz Reis (PT), de falta de transparência no projeto que solicita à Câmara Municipal autorização para a contratação de um empréstimo de R$ 4 milhões.

Radar do Poder: Cheirinho de pizza no Paço, a alforria de Marcinho Oliveira, os conselhos de Adolpho Loyola e a porta na cara de Flávio Matos

radar do poder | 05 junho 2025

Pizza antecipada?

Duas semanas após a invasão da Câmara de Salvador por sindicalistas e servidores, os vereadores da base do prefeito Bruno Reis (União) ainda não ingressaram com o tão prometido processo por quebra de decoro contra o vereador Hamilton Assis (PSOL), apontado como participante e um dos incentivadores do movimento. Até ontem (04), estava definido que quem entraria com a ação hoje (05) junto à Corregedoria da Casa seria o vereador Sandro Filho (PP), que, no entanto, desistiu de encarar o psolista, beneficiado pelo passar do tempo.

Medo de Hamilton?

Sandro foi inicialmente convencido pelos aliados da base governista a patrocinar a ação com um argumento simbólico. Em Brasília, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) é alvo de um processo de cassação do mandato após agredir um militante do Movimento Brasil Libre (MBL) no Congresso Nacional. E o jovem vereador de Salvador é uma das lideranças do mesmo MBL, mas, depois de aceitar assinar a peça, recuou. Será que se sentiu intimidado por Hamilton?

Questão de ética

Até a semana passada, estava tudo certo para que o vereador Cláudio Tinoco (União) ingressasse com a representação por quebra de decoro contra Hamilton Assis, que já está prontinha. Entretanto, a bancada governista decidiu que o correligionário deveria ser um dos julgadores do processo e não o proponente. Resta deliberar se o psolista será julgado, caso haja de fato uma ação, por uma comissão processante de três vereadorores ou pelo Conselho de Ética, formado por sete.

Nomes colocados

Se a opção for pelo Conselho de Ética, o colegiado precisa ser instalado por determinação do presidente da Câmara, vereador Carlos Muniz (PSDB). A coluna apurou que os membros seriam, a princípio: Alexandre Aleluia (PL), que ocuparia a presidência por ser o corregedor da Casa, Cláudio Tinoco, Rodrigo Amaral (PSDB), Daniel Alves (PSDB), Ricardo Almeida (DC), Cris Correia (PSDB) e Randerson Leal (Podemos). Se a escolha for pela comissão processante, dois nomes estariam definidos: Aleluia e Tinoco.

Linhas de frente

Além do processo contra Hamilton na Câmara, a bancada governista já tem em mãos uma representação a ser protocolada no Ministério Público da Bahia contra o mesmo vereador, o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL), o professor e ex-candidato a prefeito Kleber Rosa (PSOL) e o diretor do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps), Bruno Carianha (PSB), todos acusados de liderar a invasão e os atos de violência na Câmara. O Executivo municipal já abriu processo administrativo contra Carianha e outros servidores envolvidos nos atos, inclusive da Guarda Civil.

Conselho de amigo

Em uma reunião na terça (03) com vereadores da oposição de Salvador, o secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, aconselhou os aliados a abandonarem a postura de defesa dos sindicalistas e manifestantes que invadiram a Câmara. A avaliação é que esse posicionamento pode estimular comportamentos semelhantes de servidores estaduais, como já aconteceu, embora sem a mesma violência, na semana passada, no plenário da Assembleia.

Promessa antiga

Neste mesmo encontro, Loyola estimulou os edis a intensificarem as críticas à gestão de Bruno Reis na área ambiental. Em contrapartida, os vereadores aproveitaram para cobrar do governo a antiga promessa, feita antes das eleições de 2024, de que a Conder atenderia algumas solicitações da bancada de oposição na Câmara Municipal por pequenas intervenções nos bairros da capital. O secretário ouviu e prometeu atuar junto ao presidente do órgão, José Trindade (PSB).

Olho em 2026

Embora tenha dito à coluna na semana passada que só decidirá neste mês de junho se o filho homônimo será candidato deputado federal, Carlos Muniz tem levado o herdeiro a uma série de reuniões políticas nos últimos dias, costurando apoios e parcerias para 2026. Nesta quarta (04), por exemplo, os dois perambularam pela Assembleia Legislativa. Uma das reuniões foi com o deputado estadual Vitor Azevedo (PL). Outra foi com o Marcinho Oliveira (União), quer que ver o futuro médico no PRD, partido agora sob a influência do parlamentar.

Carta de alforria

Por sinal, Marcinho deve receber, na semana que vem, a tão esperada “carta de alforria” do União Brasil, que dá ao parlamentar o direito de deixar a sigla antes da abertura da janela partidária sem o risco de sofrer uma ação por infidelidade. O deputado pretende protocolar o documento o mais rápido possível na Justiça Eleitoral e se filiar ao PRD, partido que tem como número o 25, famoso nos tempos áureos do carlismo e que está sendo “montado” sob a batuta do deputado federal Elmar Nascimento (União), líder político de Marcinho.

Disputa pela cabeça

O posicionamento de Marcinho não muda se houver uma federação entre o PRD e o Solidariedade. A expectativa é que a união seja selada no próximo dia 11, em Brasília. Há, no entanto, pendências sobre o comando nos estados. Na Bahia, a disputa se dá entre o deputado estadual Luciano Araújo, presidente do Solidariedade, e o ex-vereador de Salvador Adriano Meireles, nome articulado por Marcinho e Elmar para liderar o PRD. Se der Luciano, Adriano deve procurar outra agremiação. A ele já foi oferecido a presidência do Agir na Bahia, hoje ligado ao deputado estadual Júnior Muniz (PT).

Porta na cara

Candidato derrotado a prefeito de Camaçari, o ex-vereador Flávio Matos (União) esteve em Brasília esta semana para tentar uma audiência com o presidente nacional do Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força (SP). Queria saber o que poderia ganhar de fundo eleitoral caso se filiasse, mas deu com a porta na cara, pois sequer foi recebido. Flávio, que almeja ser candidato a deputado federal, mesmo sem o apoio do ex-prefeito Antonio Elinaldo (União), fez o movimento sem procurar o comandante do Solidariedade na Bahia, deputado estadual Luciano Araújo. Ficou “queimado” na sigla.

Estima em alta

Responsável por uma unidade na atuação entre as polícias civil, federal e militar nunca vista antes na Bahia, o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, o quarto delegado egresso da PF a gerir a pasta nos governos petistas e também o mais bem-sucedido deles, está entre os mais estimados e respeitados da equipe do governador Jerônimo Rodrigues (PT) tanto pelo gestor quanto pelos colegas.

Mesmo caminho

Situação muita parecida com a de Werner vive o secretário de Turismo, Maurício Bacelar, hoje considerado um dos mais competentes entre os titulares que a pasta já teve nas três gestões petistas. Além de se relacionar muito bem com o governador e os colegas, Bacelar se notabiliza por vir reinserindo a Bahia no disputadíssimo podium dos destinos turísticos mais procurados do país.

Dupla atuação

Mas o que mais faz sucesso, especialmente na classe política, é o secretário Adolfo Loyola, que, para salvar o chefe, acaba também fazendo as vezes de comandante da Casa Civil, cujo titular, Afonso Florense, é uma unanimidade: ninguém gosta. No time dos líderes de órgãos e empresas públicas, os nomes que se destacam são os de José Trindade (Conder), Diogo Medrado (Sufotur) e Gildeone Almeida (Embasa).

Agenda na “Suíça”

ACM Neto (União) vai passar o dia em Vitória da Conquista nesta sexta-feira (06). Em ritmo de pré-campanha para o governo do Estado, ele participará de inaugurações e visita a obras, além de reuniões políticas, sempre ao lado da prefeita Sheila Lemos (União). Na semana que vem, Neto deve voltar ao sul da Bahia. A ideia é que as viagens ao interior sejam frequentes a partir de agora e feitas sem pressa.

Pitacos

* Em clima de “namoro” político com o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), Jerônimo mandou destinar R$1 milhão de patrocínio para o município no São João. Em 2024, foram R$600 mil.

* O governador também garantiu ao prefeito de Feira, José Ronaldo (União), que irá patrocinar os festejos juninos na cidade, mesmo a Prefeitura tendo pendências com o Estado em convênios na área social, herança deixada por Colbert Martins (MDB).

* Pronto para sair do PL na janela partidária, entre março e abril do ano que vem, o deputado estadual Vitor Azevedo já recebeu convites de ao menos cinco partidos: Solidariedade, Podemos, PSD, MDB e Avante.

* Quem também pretende deixar o PL é Kátia Bacelar, amiga do presidente nacional da agremiação, Valdemar Costa Neto, e ex-comandante do movimento de mulheres da sigla na Bahia. Ela mantém conversas com o PRD, agora sob nova direção.

* Kátia, que mira a Assembleia em 2026, se tornou uma crítica ácida do presidente do PL baiano, João Roma. Ela costuma falar mal do ex-ministro com Valdemar, sobretudo por conta do pífio desempenho da legenda no pleito de 2024, e o presidente do partido adora.

* Quem recomendou a ida de Kátia ao PRD foi o irmão dela, o deputado federal Jonga Bacelar (PL), que também indicou para a sigla o ex-prefeito de Milagres Raimundo Silva, o Galego, outro pretenso candidato a deputado estadual.

* Adversários do deputado federal bolsonarista Capitão Alden dentro do próprio PL irão acompanhar de perto a agenda conjunta entre o parlamentar e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), na noite desta quinta (05), em Salvador.

* Os dois participam de um seminário sobre segurança pública organizado por ACM Neto (União). Se Alden for flagrado num momento mais reservado com o goiano, a imagem logo chegará ao ciumento ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

* Moradores de Vilas do Atlântico bateram palmas para a iniciativa da prefeita de Lauro de Freitas, Débora Régis (União), de oficializar os pequenos “condomínios” criados informalmente há anos com o fechamento de ruas por meio de guaritas da orla.

* A ex-prefeita Moema Gramacho (PT), antecessora de Débora, costumava ser alvo da ira dos moradores de Vilas. Era frequentemente acusada de não fazer nada pelo bairro de classe média e alta.

Radar do Poder: Muniz filho, a antipatia contra Coronel, a ostentação de Geraldinho, a guerra das comunistas e o zig zag de Belitardo

radar do poder | 28 maio 2025

Candidato de Muniz

Presidente da Câmara Municipal de Salvador, o vereador Carlos Muniz (PSDB) revelou à coluna que vai anunciar até junho se o filho homônimo, que se forma em Medicina em novembro próximo, será ou não candidato a deputado federal em 2026. O fato, no entanto, é que o meio político já considera a candidatura como certa, diante das movimentações do tucano, inclusive pelo interior. Carlos Muniz Filho deve contar na largada da pré-campanha com o apoio de ao menos dez vereadores em 2026.

Fazendo as contas

O jovem Muniz, que sempre manifestou o desejo de ser candidato e aposta na força eleitoral do pai na capital, já recebeu convites de diversos partidos. A coluna apurou junto a outras fontes tucanas que dificilmente ele permanece no PSDB, onde são considerados favoritos em 2026 o deputado federal Adolfo Viana, postulante à reeleição, e o vice-prefeito de Feira de Santana, Pablo Roberto, que também quer um assento na Câmara. Como já mostrou a coluna, uma das alternativas é o PRD, que está sendo “montado” sob a liderança do deputado federal Elmar Nascimento (União).

Digital de Coronel

O novo PRD, por sinal, já deixou claro que será “democrático” sobre 2026, aceitando a filiação de nomes que apoiam tanto o governador Jerônimo Rodrigues (PT) quanto o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União). O senador Angelo Coronel (PSD), por exemplo, terá sua digital na sigla que tem como número o 25. É que um dos filiados do partido será Gildo Baleia, empresário ligado ao parlamentare que mira uma vaga na Assembleia em 2026. Em 2024, ele foi candidato a prefeito de São Félix e perdeu.

Compasso de espera

A direção nacional do PRD ainda não anunciou oficialmente a mudança de comando do partido na Bahia porque aguarda o desenrolar das conversas com o Solidariedade ou o Cidadania para a formação de uma federação. Para a presidência estadual da sigla, o indicado de Elmar e do deputado estadual Marcinho Oliveira (União), outro responsável pela empreitada partidária a que deve se filiar, é o ex-vereador de Salvador Adriano Meireles.

Jeito de Jero

Petistas dizem que a antipatia à ideia de Angelo Coronel concorrer à reeleição ao Senado na chapa governista teria finalmente chegado a Jerônimo Rodrigues, que, com a polêmica sobre se o senador fica ou sai, passou a lembrar que não viu o parlamentar dedicar-se à sua campanha, em 2022 como gostaria. E como diz um secretário estadual, quando Jero “invoca” nem o senador Jaques Wagner (PT) e nem o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), conseguem convencer o aliado a rever suas posições.

Campanha ostentação

O vice-governador Geraldo Júnior (MDB), outro que deve ficar fora da chapa em 2026, já entrou em modo campanha, procurando prefeitos – e em alguns casos, invadindo redutos de parlamentares conhecidos – para tentar costurar apoios à Câmara Federal. Seu patrocinador de agora é um empresário novo rico que ostenta “muuuuuuito” em Praia do Forte, de quem já teria ganhado um avião Seneca e está prestes a receber também um helicóptero novinho para poder se deslocar no período eleitoral. O PT e os deputados federais da base já tomaram conhecimento da ‘nova aliança’, além de alguns outros setores da Bahia.

Guerra comunista

Os ânimos dentro do PCdoB começam a ficar exaltados diante de uma dura e iminente guerra eleitoral entre a deputada federal Alice Portugal e a deputada estadual Olívia Santana. Em 2026, as duas serão candidatas à Câmara dos Deputados e a expectativa dentro da sigla é que saia faísca na disputa por votos em Salvador, onde Alice sempre contou com o apoio de Olívia, a mais bem votada na cidade para a Assembleia em 2022. Quem está perdida no meio das duas comunistas é a vereadora Aladilce Souza, que brincou ao tratar do assunto com a coluna. “Vou ter que pegar um serrote e me dividir ao meio”.

Candidato da terra

Em uma articulação conduzida por ACM Neto, a prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União), estimula a candidatura do vereador Diego Azevedo (União) a deputado estadual nas próximas eleições. Com 6.017 votos, o edil foi o mais bem votado em 2024. O objetivo da movimentação é ter uma candidatura local a uma cadeira na Assembleia. O acerto, entretanto, não muda o posicionamento de Sheila de apoiar a reeleição do deputado estadual Tiago Correia (PSDB).

Zig zag

O prefeito de Teixeira de Freitas, Marcelo Belitardo (União), que apoiou ACM Neto (União) em 2024 e mudou de lado recentemente, disparou mensagens ontem (27) para jornalistas e políticos da região para desmentir a notícia, publicada por um site de Salvador, de que havia se filiado ao PT. A confusão ocorreu porque o gestor, que já foi petista, segue com o nome em uma lista da sigla. O fato é que vídeos da versão antiga de Belitardo circularam em aplicativos de mensagem após o episódio. Em um deles, em apoio ao ex-prefeito João Bosco (PT), hoje adversário.

Tudo em família

O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) acompanhou Jerônimo durante a agenda do governador em Itapetinga, no sábado, mas não teve tempo de conversar pessoalmente com o ex-prefeito Rodrigo Hagge (MDB) sobre 2026. O cacique emedebista quer que Rodrigo deixe o grupo de ACM Neto e seja candidato a deputado estadual na base governista, “dobrando” com Jayme Vieira Lima (MDB), seu primo e presidente da Cerb, que tentará uma cadeira na Câmara Federal. O atual prefeito Eduardo Hagge (MDB), tio do antecessor, é a favor da articulação. Assim, fica tudo em família.

Bateu na trave

Vale lembrar que em 2022 Rodrigo Hagge, então prefeito de Itapetinga, chegou a ser um dos nomes colocados na mesa por Geddel para ser indicado a vice de Jerônimo nas eleições ao governo. O escolhido, no entanto, foi Geraldo Júnior. Já em 2006, a ex-deputada estadual Virgínia Hagge, mãe de Rodrigo, foi cogitada para ser companheira de chapa do então candidato a governador Jaques Wagner (PT). Quem ficou com o posto, entretanto, foi o ex-deputado estadual do MDB Edmundo Pereira.

Vaias a Lula

Para o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), o presidente Lula (PT) foi vaiado por parte da plateia na abertura da marcha municipalista a Brasília, na semana passada, porque não defendeu a aprovação da PEC 66, que trata, entre outros temas, da renegociação das dívidas das cidades com o INSS. “Os prefeitos ficaram muito chateados porque não ouviram isso do presidente. Essa PEC, além da questão previdenciária, também foca nos limites para pagamentos de precatórios e é extremamente importante para nós”.

Disputa dura

Candidato a presidente estadual do PT, Jonas Paulo realizou um encontro em Cícero Dantas com petistas de toda a região que surpreendeu até os aliados. Com o desenrolar da campanha, a ideia de que a disputa será dura entre ele e Tássio Brito, candidato do grupo do atual presidente, Éden Valadares, tem se consolidado cada vez mais no partido.

Doril grandão

Por falar em Éden, dizem que o presidente do PT foi colocado num esconderijo inescrutável para não aparecer apoiando Tássio à sua sucessão. Quem propaga a ideia do sumiço não perde a oportunidade de perguntar também sobre o motivo do desaparecimento do líder petista. Alguém sabe a razão?

Franco atirador

Depois de ser detido pela polícia por ter liderado a invasão e os atos de violência contra vereadores no plenário improvisado da Câmara de Salvador, na quinta-feira (11), na votação do projeto de reajuste do funcionalismo, o diretor licenciado do Sindicato dos Servidores (Sindeps), Bruno Carinhanha, fez um discurso mentiroso ontem (27) em frente ao Palácio Thomé de Souza. Além de atacar a imprensa de forma leviana, afirmou que o prefeito Bruno Reis (União) é “réu” na Operação Overclean, o que não é verdade. O sindicalista será acionado criminalmente pelo chefe do Executivo municipal.

Pitacos

* Virou motivo de gozação nas redes sociais o discurso feito pelo vereador de Salvador Maurício Trindade (PP) sobre a agressão sofrida pelo colega Sidninho (PP) durante a invasão do plenário da Câmara Municipal por sindicalistas, na quinta (22).

* Ao narrar a mordida que o pepista levou de um dos manifestantes em uma das mãos, Trindade disse que “literalmente tentaram comer Sidninho” e a internet não perdoou. Logo virou meme.

* A vereadora Marcelle Moraes (União) foi ainda mais longe. Em discurso no plenário da Câmara, afirmou que Sidninho foi alvo de uma tentativa de canibalismo. E ela falou sério.

* Não deve ter efeito prático algum a representação por quebra de decoro dos vereadores aliados de Bruno Reis contra o deputado estadual Hilton Coelho (PT), recebida ontem (27) pela presidente da Assembleia, Ivana Bastos (PSD).

* O líder do governo, deputado Rosemberg Pinto (PT), já deixou claro que se depender dele nenhum parlamentar será cassado. “Quem tira o mandato é o povo”, costuma defender o petista. Vide o caso do deputado Binho Galinho (PRD).

* Ex-vereador de Salvador Tiago Ferreira (PT) foi escolhido pelo secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, para atuar como mediador de conflitos durante as obras do VLT do Subúrbio. O petista está nomeado na pasta.

* Há novo membro da realeza na política baiana. Atende pelo nome de Neto Carletto (PP) e construiu o hábito de não receber uma liderança sequer. Quem quer muito falar com ele, que aguarde o novo Soberano estabelecer condições, dia e horário. E olhe lá!

* O secretário de Saúde de Feira de Santana, Rodrigo Matos, é alvo de reclamações constantes de funcionários e prestadores de serviço à pasta por conta do temperamento que acusam de arrogante e atrasos no pagamento de salários.

* O deputado Alex da Piatã (PSD) apresentou projeto na Assembleia para oficializar o São João como Patrimônio Religioso, Cultural e Imaterial da Bahia.

Radar do Poder: O desafio de Aninha, o encontro de Félix e Neto, o reinado ameaçado dos Vieira Lima e o terror do coronel de Geraldinho

radar do poder | 21 maio 2025

Lugar ao sol

Com a adesão do PDT à base do governo do Estado, a vice-prefeita Ana Paula Matos, que é filiada à legenda, vai enfrentar o maior desafio partidário dela até aqui, que é encontrar uma nova sigla pela qual possa chegar em 2028 em condições de ser escolhida a sucessora do prefeito Bruno Reis (União). No ninho pedetista, ela contava com o aval da cúpula, e sempre foi a preferida na competição interna com o deputado federal Leo Prates, outro que mira o Palácio Thomé de Souza e já se movimenta para deixar o PDT, permanecendo na oposição.

Conselho federal

A avaliação entre aliados da Prefeitura é que o movimento do PDT de retomar a aliança com o PT na Bahia favoreceu Leo Prates na disputa particular com Ana Paula, apesar de a vice ser muito mais próxima de Bruno Reis do que o deputado, que é o candidato de ACM Neto. Como 2028 passa pelo resultado do pleito de 2026 – se o ex-prefeito conseguirá ou não se eleger governador –, há quem aconselhe Ana a disputar uma cadeira de deputada federal para se fortalecer na briga com Leo e ter um mandato garantido após o fim da atual gestão. A equação, entretanto, é considerada complexa.

Capital político

O Republicanos tem jogado alto para ter Leo Prates engrossando as fileiras do partido, articulação revelada em primeira mão por esta coluna. O partido promete ser generoso no envio de recursos do fundo eleitoral e destacar o deputado nos comerciais de TV. A negociação é conduzida diretamente pelo presidente da Câmara Federal, Hugo Motta (PB), integrante da agremiação. Resta saber se ACM Neto deixaria Leo concorrer a prefeito de Salvador por outro partido que não o União Brasil. Pelo visto, Hugo Motta acha que sim.

Encontro casual

ACM Neto e o presidente do PDT da Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, foram vistos conversando amenidades durante o casamento do filho de um empresário baiano, realizado no sábado (17), numa igreja no bairro do Comércio, em Salvador. Para surpresa de todos, o encontro, que durou no máximo um minuto, foi cordial, apesar de o pedetista ter se tornado um crítico duro da forma como o ex-prefeito faz política e da recente adesão da cúpula pedetista à base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Desde a campanha de 2022 que Félix e ACM Neto não se falavam.

Articulação evangélica

Bruno Reis nomeou o pastor Adenilson Evangelista, uma das principais lideranças da Igreja Assembleia de Deus Ministério Madureira no Estado, para ocupar um cargo de gerente na Secretaria de Articulação Comunitária e Prefeituras-Bairro. Com isso, o prefeito reforça ainda mais o diálogo com o público evangélico. O pastor, que já trabalhou com a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), é considerado no segmento como influente e um hábil articulador político, sem ter planos de ser candidato a qualquer cargo público.

Notícia requentada

A notícia de que o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), tem planos de disputar o governo da Bahia em 2026 circula entre aliados há muito tempo. O Política Livre foi, inclusive, o primeiro a divulgar a informação, ainda em novembro de 2024 . Mesmo pessoas próximas do petista garantem, no entanto, que essa hipótese é altamente improvável, pois daria munição à oposição por representar um atestado de que Jerônimo fracassou. Mas a candidatura ao Senado só o presidente Lula (PT) poderia tirar, para azar do senador Angelo Coronel (PSD).

Tocando o terror

Não satisfeito apenas em elevar o nível de estresse dentro do próprio local de trabalho, o chefe de gabinete do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), coronel da PM Robson Pacheco, decidiu atazanar a vida dos assessores do deputado estadual Matheus Ferreira (MDB), filho do “líder”. Até curso sobre disciplina militar o coronel determinou que os colaboradores civis dos dois emedebistas fizessem. Isso sem falar nas ordens enviadas durante a madrugada e das exigências abusivas para participação de atividades políticas fora do horário de trabalho. E olha que nem chegou o ano eleitoral.

Desenvoltura de Rowenna

A secretária estadual da Educação, Rowenna Brito, passou a se movimentar com a mesma desenvoltura de quem será candidata a uma cadeira na Assembleia em 2026. Ela tem participado até das plenárias organizadas pela campanha do atual tesoureiro do PT, Tássio Brito, à presidência do partido na Bahia, como aconteceu no final de semana, em Itabuna. A cúpula petista só deve começar a tratar das discussões sobre a chapa proporcional do próximo pleito após a conclusão do processo eleitoral interno.

Sinal de alerta

As declarações dadas esta semana por ACM Neto de que não vai aceitar aliados de Jerônimo na federação entre o União Brasil e o PP causaram preocupação em dois deputados estaduais pepistas: Hassan Iossef e Antonio Henrique Júnior. Embora na base do governador, eles vinham admitindo a possibilidade de permanecer na legenda. O primeiro por ser aliado do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), que ainda não se definiu sobre 2026. E o segundo por ter como principal reduto o oeste baiano, onde o PT tem menos força eleitoral.

Linha de corte

Por sinal, deputados estaduais que integram a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) estão preocupados com o possível ingresso de parlamentares do PP no grupo por articulação do Palácio de Ondina. O temor é que a concorrência interna aumente, bem como a linha de corte para quem vai disputar a reeleição em 2026. Se depender do PT, no entanto, ninguém de mandato vai entrar na federação.

Federação avança

Durante uma reunião ocorrida nesta terça (20) em Brasília com o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), os irmãos Vieira Lima – Geddel e Lúcio –, que mandam no partido na Bahia, foram informados de que as conversas para a criação de uma federação com o Republicanos estão avançando. Haverá, na semana que vem, um novo encontro entre o próprio Baleia e o comandante da sigla ligada à Igreja Universal, deputado federal Marcos Pereira (SP), para tratar sobre o tema.

Reinado em jogo

Geddel e Lúcio reivindicam que o comando da federação na Bahia, caso ela se concretize, fique com o MDB, alegando que a legenda tem o vice-governador. Entretanto, o presidente do Republicanos no Estado, deputado federal Márcio Marinho, defende o oposto, pontuando que a sigla tem mais representantes baianos na Câmara – três parlamentares contra apenas um. Ou seja, o que está em jogo é o reinado partidário dos Vieira Lima e também as articulações de Jerônimo para 2026.

Casamento ou divórcio

Geddel e o ex-prefeito de Itapetinga Rodrigo Hagge (MDB) devem marcar uma conversa definitiva sobre 2026 logo após a Exposição Agropecuária do município, que acontece esta semana. O cacique emedebista deseja que o correligionário deixe o grupo de ACM Neto e disputa a eleição para deputado estadual pelo partido e na base de Jerônimo. O governador, por sinal, participa da exposição no sábado (24). Será recebido pelo prefeito Eduardo Hagge (MDB), tio de Rodrigo e que espera ver o sobrinho no mesmo palanque do PT.

Projeto familiar

O prefeito de Teixeira de Freitas, Marcelo Belitardo (União), não trocou apenas de candidato a governador mirando 2026, deixando ACM Neto para ficar Jerônimo. Ele também mudou de deputado federal. Fechou um acordo para apoiar a reeleição de Gabriel Nunes (PSD), largando a mão de Elmar Nascimento (União). Com o movimento de adesão ao governo, o gestor também pretende colocar em prática o plano de lançar a esposa, Penélope Belitardo, como candidata a deputada estadual.

Gripe aviária

Secretário estadual da Agricultura, Pablo Barrozo ainda não fez qualquer pronunciamento sobre como o Estado pretende enfrentar a crise na exportação da carne de frango brasileira provocada pelo registro do primeiro caso de gripe aviária no país, identificado no Rio Grande do Sul. Vale lembrar que a Bahia ocupa a oitava posição no ranking da produção avícola nacional, segundo a Agência de Defesa Agropecuária da (Adab).

Pitacos

* Chefe de gabinete de Bruno Reis, Francisco Elde deu o troco em Adriano Meireles após perder o comando do PRD na Bahia para o ex-vereador, em articulação liderada por Elmar Nascimento, como já mostrou a coluna.

* Francisco mandou demitir a filha de Adriano de um cargo terceirizado na Prefeitura. Alguns vereadores, que já andam chateados com o atendimento dispensado pelo chefe de gabinete, reprovaram a atitude, até porque o PRD seguirá na base do prefeito.

* O vereador Daniel Alves (PSDB) andou se queixando ao presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), da falta de espaço na Secretaria Municipal de Saúde, comandada por Rodrigo Alves, indicado pelos tucanos.

* Muniz teria afirmado ao colega que as nomeações na pasta seguem travadas por ordem da Prefeitura e que quem entrou foi por escolha do próprio secretário ou do Executivo.

* O deputado estadual Pancadinha assumiu a vice-presidência do Solidariedade na Bahia. Com isso, afasta, ao menos momentaneamente, os rumores de que estaria negociando a mudança para o PRD.

* Especialista em atrair gestores municipais à base aliada, o secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), fez questão de participar da Marcha aos Prefeitos a Brasília, que começou na segunda (19) e termina hoje (21).

* Loyola disse a prefeitos baianos que aproveitou a ida a Brasília para conversar com Rui Costa. Segundo o secretário, o ministro garantiu que não tem o menor interesse em concorrer a governador em 2026.

* Jerônimo também esteve na marcha. Na noite de ontem (20), ele participou de uma confraternização com prefeitos baianos, na Churrascaria Nativas Grill, uma das mais prestigiadas do Distrito Federal.

Radar do Poder: O bode expiatório baiano, Wagner já mira 2028, a sucessão de Muniz, o mistério de Roma e o sinal de alerta dos Vieira Lima

radar do poder | 14 maio 2025

Bode expiatório

Governistas baianos estão colocando integralmente na conta do deputado federal Elmar Nascimento (União) a responsabilidade pelo vazamento sobre o constrangimento que a primeira-dama Janja da Silva causou durante a visita do presidente Lula (PT) à China. Além dos ministros de Estado, também testemunharam a cena em que Janja decidiu criticar o TikTok na frente de Xi Jinping o parlamentar baiano e o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Vazador ministerial

Uma figura importante estaria por trás da informação passada aos governistas baianos de que Lula teria desconfiado que Elmar tivesse transmitido aos jornalistas da GloboNews detalhes sobre saia justa criada pela primeira-dama e a reação do presidente chinês. Trata-se do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que, como se sabe na Bahia e em Brasília, gosta de muita pouca gente e, apesar de uma aproximação recente, não tem Elmar entre seus poucos interlocutores.

Reação de Lula

Deputados acham que o próprio Lula deu gás à ideia de que Elmar poderia estar por trás do vazamento sobre a escorregada de Janja na China ao se referir pelo menos duas vezes ao deputado baiano na entrevista em que falou sobre os resultados da viagem e, provocado por um repórter da Rede Globo, rebateu diretamente a informação de que a primeira-dama teria criado o problema na viagem. O presidente tratou o caso como uma “pachorra”, o que causou constrangimento ao parlamentar baiano, disseram políticos presentes.

Projeto 2028

Já de olho na disputa pela Prefeitura de Salvador em 2028, o deputado estadual petista Robinson Almeida articula para emplacar uma aliada no comando do PT na capital nas eleições internas do partido, marcadas para o dia 6 de julho. O nome escolhido por ele é o da assessora e sanitarista Joanna Paroli, que integra a mesma corrente do parlamentar, a Democracia Socialista (DS). Outro quadro da DS também ligado a Robinson que está no páreo, embora correndo por fora, é o ex-vereador de Salvador Tiago Ferreira, caso Joanna, recentemente aprovada em um concurso público, desista.

Movimento de Wagner

Robinson costura um acordo envolvendo Salvador para apoiar Tássio Brito, atual tesoureiro estadual do partido, à presidência do PT baiano. Em troca do respaldo na capital, a DS retiraria Ana Carolina da disputa pelo comando da sigla na Bahia e uniria forças com Tássio. Entretanto, o senador Jaques Wagner, principal padrinho da candidatura do tesoureiro, defende que o próprio Robinson seja o postulante em Salvador, o que fortaleceria o nome do deputado para a Prefeitura em 2028. Foi Wagner quem incentivou a pré-candidatura do companheiro a prefeito em 2024.

Ironia do destino

O curioso da aliança entre Robinson e Tássio é que o deputado foi um dos principais articuladores, em março, do movimento que uniu a DS e outras tendências do PT e barrou a iniciativa do atual presidente do partido na Bahia, Éden Valadares, seguidor das ordens de Wagner, de lançar a candidatura do comandante da legenda em Serrinha, Sandro Magalhães, visto como o representante da continuidade. Por influência do senador, a maior parte dessas correntes hoje está ao lado do tesoureiro, que se tornou, por sinal, o nome de Éden, embora não tenha sido nem de perto a primeira opção.

Marta fora

As negociações de Robinson para assumir direta ou indiretamente o comando do PT na capital ganharam força com a falta de interesse da vereadora petista Marta Rodrigues em aceitar ser candidata à presidência municipal do partido. Irmã do governador Jerônimo Rodrigues (PT), ela tinha o respaldo de Wagner e das correntes que estão com Tássio para se lançar candidata. O prazo para a inscrição das candidaturas à presidência da legenda nos municípios se encerrou no último dia 2. Entretanto, até o dia 26 deste mês ainda podem haver trocas, desistências e composições.

Ordens dos velhos

Tássio Brito tem se movimentando para fortalecer a candidatura pela Bahia. Nesta terça (13), recebeu oficialmente o apoio do prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT). No sábado (17), estará em Itabuna. Já no dia 22, promete fazer um grande ato em Salvador com Wagner e lideranças nacionais petistas. Adversários do tesoureiro, por sinal, costumam brincar com a bandeira da renovação pregada pelo candidato. Dizem que “é uma chapa de jovens que recebe ordens dos velhos”, numa referência ao senador e aos deputados federais Valmir Assunção (PT) e Jorge Solla (PT).

Novo comando

O ex-vereador Adriano Meireles deve assumir na próxima semana o comando do PRD na Bahia, em movimento articulado nacionalmente pelo deputado federal Elmar Nascimento (União) e pelo deputado estadual Marcinho Oliveira (União), conforme já antecipado por esta coluna e detalhado pelo site . O atual presidente da sigla, Francisco Elde, chefe de gabinete do prefeito Bruno Reis (União), ainda tentou se manter no posto, mas perdeu a disputa. A legenda, que adota o número 25 e tem dois vereadores, seguirá na base de Bruno. Para as eleições de 2026, vai liberar os filiados.

Juntos novamente

Em Brasília, o PRD discute com o Solidariedade a criação de uma federação ou mesmo uma fusão. O primeiro prefere a segunda opção, com o surgimento de um novo partido, o Solidariedade 25. Já o segundo é a favor do “casamento” com duração inicial de quatro anos. Qualquer que seja a alternativa, Adriano Meireles voltará a trabalhar lado a lado com o deputado estadual Luciano Araújo, presidente do Solidariedade na Bahia – o ex-vereador deixou o partido porque não queria apoiar o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) na eleição municipal de 2024, e ficou com Bruno Reis.

Sucessão à vista

Líder do prefeito na Câmara de Salvador, o vereador Kiki Bispo (União) confidenciou a colegas que desistiu da candidatura a deputado estadual em 2026. A intenção dele é permanecer onde está para tentar, com o apoio de Bruno Reis, ser o sucessor do presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB). Acontece que o tucano tem um parecer jurídico em mãos sustentando que ele pode concorrer a um novo mandato na presidência. Isso porque Muniz não foi, na prática, reeleito em 2025, já que na legislatura passada ele assumiu o posto na condição de vice de Geraldo Júnior.

Meta de Muniz

Aliados de Muniz garantem que a prioridade eleitoral dele é renovar o mandato de vereador e concorrer à reeleição para a presidência da Câmara. Por isso, a exemplo do que fez em 2014, quando não foi postulante a deputado apostando em um acordo firmado com o então prefeito ACM Neto (União) de que seria o chefe do Legislativo municipal – o que acabou não ocorrendo –, deve apoiar a candidatura de alguém da confiança para a Assembleia ou a Câmara Federal. Naquele ano, o nome foi o do irmão Anderson Muniz. Agora, como já revelou a coluna, deve ser o do filho homônimo.

Dor de cotovelo

Alguns vereadores aliados de Bruno Reis ficaram com dor de cotovelo com as recentes nomeações feitas pelo chefe do Executivo que contemplaram lideranças do Novo, a exemplo do presidente municipal do partido, Robspierre Valcacio, e da candidata derrotada a vereadora Luciana Buck – ambos com salários que podem chegar a R$25 mil. “Foram mais de R$120 mil em cargos para o Novo, partido que não tem voto e nem representatividade na cidade ou na Bahia Enquanto isso, aliados importantes seguem sem atendimento”, reclamou um dos edis em contato com a coluna.

Só Roma explica

Ex-presidente do PL Mulher na Bahia, Kátia Bacelar quer saber do comandante do partido na Bahia, João Roma, por que a direção estadual da sigla não foi tão prestigiada por Bruno Reis quanto o Novo. “O PL é o maior partido do Brasil. Já não bastou o desempenho pífio nas eleições em 2022 no Estado? Agora não consegue um cargo de expressão na Prefeitura de Salvador, apesar do apoio ao prefeito em 2024? O que está atrás dos bastidores? Será que só João Roma tem a respostas?”, indagou.

Convite indigesto

Não foi bem aceito entre os vereadores do União Brasil o convite feito pelo secretário de Governo da Prefeitura de Salvador e presidente municipal do PP, Cacá Leão, para que os edis do PDT insatisfeitos com o movimento da cúpula da legenda de adesão ao governo do Estado ingressem no ninho pepista. Isso porque com o anúncio da federação União Progressista Brasileira (UPB) o PP e o União Brasil se tornam, na prática, um só partido. E quase todos os vereadores pedetistas tiveram mais votos em 2024 do que os representantes eleitos pela legenda de Bruno Reis.

Pegos de surpresa

Alguns vereadores buscam até hoje justificar a presença na feijoada oferecida pelo deputado federal Léo Prates (PDT), na semana passada, retratado com exclusividade pela Radar do Poder. Dizem que foram convidados para comemorar o aniversário do pedetista e que só ao chegar ao espaço perceberam que a festa tinha conotação totalmente política.

Pitacos

* O avanço das conversas em torno da criação de uma federação entre o MDB e o Republicanos fez ascender o sinal de alerta entre os irmãos Vieira Lima, que podem perder força na Bahia se o “casamento” for concretizado.

* Isso porque o Republicanos hoje é maior do que o MDB no Estado, o que, em tese, poderia dar ao primeiro, aliado de ACM Neto (União), o comando da federação em solo baiano. Se for assim, os emedebistas não poderiam caminhar com o PT, ao menos oficialmente.

* Preocupado sobre como fica o cenário na Bahia, o presidente de honra do MDB no Estado, Lúcio Vieira Lima, vai a Brasília na segunda (19) para tratar do assunto com o comandante nacional da sigla, deputado federal Baleia Rossi (SP).

* Aliás, o presidente do Republicanos em solo baiano, deputado federal Márcio Marinho, parece que não é sequer informado das articulações nacionais da legenda. Ou seja, não tem lugar na “grande mesa”.

* Na mesma semana em que o bispo Marinho disse ao Política Livre que o partido descartava formar uma federação neste momento, surgiram as notícias na imprensa nacional das conversas com o MDB.

* Ainda sobre o Republicanos, a cúpula nacional da sigla, que tenta “descolar” a imagem do partido da Igreja Universal, não tem interesse apenas na filiação do deputado federal Leo Prates (PDT), como revelou a coluna semana passada.

* Também foram convidados para engrossar as fileiras da sigla os deputados federais Mário Negromonte Júnior (PP), Cláudio Cajado (PP) e Jonga Bacelar (PL). Jonga só estaria disposto a aceitar se for para ser o presidente do Republicanos na Bahia.

* É grande a lista de queixas de lideranças baianas contra os deputados, estaduais e federais, do União Brasil. Não escapa um da acusação de que, como ACM Neto, ninguém atende telefone nem retorna ligação.

* Pouco mais de um mês após lançar a candidatura presidencial em Salvador, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) retorna à Bahia neste sábado (17). Ele participa do 14º Encontro do Sertão, que acontece no município de Ourolândia.

* O deputado estadual Adolfo Menezes (PSD) seguiu o conselho do poeta Manuel Bandeira e foi-se embora para a Pasárgada, só que a cidade real, localizada no Irã, novo destino escolhido pelo parlamentar para tirar uns dias de descanso.

Radar do Poder: A feijoada de Leo, o coração grande de Bruno, o sinal de alerta dos aliados de Jerônimo e o sumiço de Rui

radar do poder | 08 maio 2025

Feijoada política

O deputado federal Leo Prates (PDT) promoveu no domingo (04), em Salvador, uma feijoada para discutir política. Chamou apoiadores na capital mirando a reeleição em 2026. Admitiu que dificilmente alcançará a estrondosa votação de 2022 (mais de 88 mil), também efeito do recall da exposição como secretário municipal de Saúde na pandemia. Mas, com projeto de suceder o prefeito Bruno Reis (União) em 2028, trabalha para sair das urnas na cidade na faixa dos 50 mil votos. Para isso, terá a ajuda do próprio chefe do Executivo municipal e principalmente do antecessor, ACM Neto (União).

Lista de convidados

Entre os participantes da feijoada estavam o deputado estadual Luciano Simões Filho, presidente do União Brasil na capital, o ex-prefeito de Salvador João Henrique Carneiro (PL) e o ex-secretário estadual de Saúde Fábio Vilas-Boas, além do assessor especial do Palácio Thomé de Souza Igor Dominguez (DC), que tem o apoio de Bruno Reis para conquistar uma cadeira na Assembleia em 2026. Já a lista de vereadores presentes demonstrou a força de Leo na Câmara Municipal.

Influência na Câmara

Entre os edis presentes, quatro já fecharam com o deputado do PDT para 2026: Daniel Alves (PSDB), Cláudio Tinoco (União), Marcelle Moraes (União) e Palhinha (União). Também apareceram na feijoada os vereadores Alexandre Aleluia (PL) e Isabela Souza (Cidadania). Hoje, Leo é o federal que mais tem apoios arregimentados no Legislativo municipal. E ainda conta com o suplente e atual ouvidor da Prefeitura, Zilton Netto (PDT). Desses citados, apenas Marcelle deve concorrer a uma cadeira na Assembleia. Tinoco desistiu e vai apoiar a reeleição do deputado estadual Sandro Régis (União).

Estrutura a favor

Para a reeleição, Leo também vai contar com apoios importantes em setores da Prefeitura. Além de Zilton Netto, ele tem como aliado o novo secretário de Ordem Pública, Décio Martins. E mais: ACM Neto articula para que o titular da poderosa pasta da Educação, Thiago Dantas, trabalhe pelo pedetista em 2026 da mesma forma como fez com a vereadora Roberta Caíres (PDT) em 2024, na disputa por uma cadeira na Câmara Municipal. Outro que deve marchar com Leo é o secretário de Combate à Pobreza, Júnior Magalhães.

Futuro partidário

Na semana passada, a coluna revelou que Leo Prates, de malas prontas para deixar o PDT após a sigla migrar para a base do governo baiano, abriu um diálogo sobre filiação com o Republicanos, por meio do presidente da Câmara, Hugo Mota (PB). O comandante da legenda na Bahia, deputado federal Márcio Marinho, confirmou que há convite oficial. O PP também virou uma opção, diante do compromisso feito por ACM Neto de que o partido elegerá o mesmo número de congressistas pela Bahia em 2026 ao se federar com o União Brasil. Também por conta disso, Neto vai controlar a federação União Progressista no Estado.

Coração de mãe

Além de Leo Prates, Bruno Reis terá outras duas prioridades para a eleição de deputado federal em 2026: Cacá Leão, secretário de Governo e presidente municipal do PP, e, em menor escala, o hoje deputado estadual Alan Sanches (União). Para a corrida na Assembleia, o prefeito faz questão de eleger Igor Dominguez. Entretanto, Bruno também vai trabalhar pela reeleição de dois amigos: Emerson Penalva (PDT) e Luciano Simões Filho. Para embaralhar mais o jogo, outro chegado que cogita entrar na disputa para estadual é o líder do governo na Câmara de Salvador, Kiki Bispo (União).

Dois “bicudos”

Bruno Reis terá que administrar essa disputa entre aliados próximos. Alan Sanches e Emerson Penalva, por exemplo, nunca se “bicaram”. Há algumas semanas, os dois entraram em pé de guerra pela disputa de uma liderança chamada Moisés Feitosa, que foi o candidato a vereador mais bem votado em Mussurunga em 2024. Moisés fechou com Alan e desejava manter a parceria construída com Penalva para estadual, mas o pedetista recusou, pois almejava que o cabo eleitoral apoiasse Elmar para federal, repetindo a “dobradinha” de 2022.

Efeito colateral

Com a “teimosia” de Emerson Penalva, Alan Sanches passou a estimular que a liderança de Mussurunga seja candidato a deputado estadual, para irritação ainda maior do pedetista. Moisés Feitosa, que não teria recebido de volta a mesma atenção que deu a Elmar quando disputou uma cadeira na Câmara Municipal de Salvador, contaria, inclusive, com o respaldo de ACM Neto para concorrer a uma cadeira na Assembleia.

Sinal de alerta

As recentes “escorregadas” de Jerônimo nas andanças pelo interior acenderam o sinal de alerta entre os aliados do Palácio de Ondina nos mais diversos partidos. Além da fala sobre mandar os bolsonaristas para a “vala”, que desgastou o petista nacionalmente, o chefe do Executivo estadual disse na semana passada, em entrevista a uma rádio de Jacobina, que viajava muito pela Bahia porque sabia que não estava “bem”, num raro momento de sincericídio em que parece ter concordado com a oposição.

Prestígio em alta

Jerônimo usou, mais uma vez, todo o poder de sedução na entrega de ambulâncias a prefeitos e deputados, na segunda (05), no Parque de Exposições de Salvador. Durante o evento, chamou o aniversariante do dia, o deputado estadual Vitor Azevedo (PL), para uma pequena celebração no palanque, com direito a bolo e “parabéns”. Aliás, Vitor anda com o prestígio em alta no governo. É um assíduo frequentador da Secretaria de Relações Institucionais, conforme revelam as redes sociais.

Batendo continência

Apesar do clima exagerado de comemoração, não deu um petista sequer na festa de aniversário do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), aquela que todo ano os amigos pagam a pedido de outros amigos do autointitulado líder como se ele não soubesse de nada. O que chamou mesmo a atenção é que até a esposa do emedebista foi vista batendo continência para militares no evento

Mulherengo expulso

Conhecido pela fama de garanhão, um influente deputado baiano foi expulso de um badalado camarote durante a tradicional Festa dos Vaqueiros de Milagres, ocorrida no final de abril, por mexer com mulheres casadas – o que, se referindo ao galanteador, não seria novidade. Para não ir às vias de fato contra o ousado parlamentar, que já havia exagerado na bebida, um marido ciumento acionou os seguranças do espaço, que agiram imediatamente. Nem a famosa carteirada deu jeito.

Ministro sumiu

O ministro Rui Costa (Casa Civil) sumiu de cena depois de anunciar, com grande estardalhaço, que a ViaBahia seria substituída como concessionária que administra as BRs 324 e 116 e o que os problemas dos seus milhares de usuários estariam com os dias contados. Adversários no próprio PT, que não são poucos, o acusam de fazer vistas grossas a alegados desmandos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que podem prejudicar a mudança na administração das rodovias.

Boa justificativa

O prefeito José Ronaldo (União) está feito pinto no lixo em Feira de Santana, onde o clima até hoje é de comemoração por sua eleição, no ano passado. Cortejado por Jerônimo Rodrigues, que não para de viajar até o município e buscar prestigiá-lo sempre que pode, avalia com carinho o convite para ingresso no PSD. A justificativa é que é o partido-mãe da candidatura presidencial de Tarcísio Freitas (Republicanos), governador de São Paulo.

Certidão de filiação

Apesar de ter dito à imprensa que pediu desfiliação do MDB, o ex-prefeito de Xique-Xique, Reinaldo Braga Filho, um dos coordenadores políticos do escritório de ACM Neto em Salvador, segue como um dos quadros do partido, segundo certidão obtida pela coluna junto à Justiça Eleitoral, datada de segunda-feira, dia 5. Outro apoiador de Neto que continua no ninho emedebista é o ex-prefeito de Itapetinga Rodrigo Hagge. Mas este os irmãos Vieira Lima ainda têm esperança de “converter”, pois Hagge teria no MDB uma eleição mais tranquila para a Assembleia.

Pitacos

* Por falar em Rodrigo Hagge, apesar de ter sido nomeado em fevereiro para o cargo de assessor especial da Limpurb, empresa que cuida da limpeza na capital, o emedebista nunca foi visto por lá. O salário é de quase R$20 mil.

* Não repercutiu bem dentro da Prefeitura de Salvador e no setor cultural da cidade a exoneração, na semana passada, do servidor público de carreira Walter Pinto Júnior da função de número dois da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult).

* Nos tempos em que ficou no cargo, como subsecretário de Pedro Tourinho, que deixou a pasta por decisão própria em janeiro, Walter conquistou a confiança das representações culturais, tanto que foi cotado para assumir o comando da Secult.

* Walter foi para a sub da Secretaria de Sustentabilidade (Secis). Para o lugar dele na Secult, a vice-prefeita e titular da pasta, Ana Paula Matos (PDT), escolheu Alexandre Reis, que exerceu a mesma função quando a pedetista foi secretária da Saúde.

* A bancada estadual do PP avalia, de fato, migrar em grupo para o PDT. O problema, dizem, é apenas administrar o mercurial Félix Mendonça, que horas está de bem com a vida e outras, submerso no mais terrível mau humor.

* Causou um certo mal-estar na cúpula da PM baiana a escolha do major George Porto para o comando da assistência militar da Assembleia Legislativa. Antes da presidência de Ivana Bastos, a função sempre foi exercida por coronéis.

* O deputado estadual Matheus Ferreira (MDB) anda “paquerando” o prefeito de Xique-Xique, Renan Braga (MDB). Ele destinou, por meio de emenda parlamentar, um tanque-pipa para o município por livre e espontânea vontade.

* O prefeito de Feira, José Ronaldo (União), não só trabalhou durante a tradicional micareta da cidade. Apesar da idade – 73 anos –, sempre que era chamado para cair na folia ele descia até o chão.

* Quem também participou ativamente da micareta foi o deputado estadual Binho Galinha (PRD), aquele acusado pela Polícia Federal de chefiar uma milícia. Curtiu, inclusive, ao lado do governador.

* Por falar em Feira de Santana, a única figura que tem destoado do clima de boa expectativa que tem cercado o prefeito é seu secretário de Saúde, a quem José Ronaldo tem emprestado, por sinal, todo o apoio. O rapaz tem sido criticado pela soberba.

* No ranking do time de Jerônimo destacado para atender prefeitos, inclusive da oposição, quem vem se destacando pela educação e a eficiência, na opinião geral dos gestores, é o presidente da Embasa, Gildeone Almeida Santos. 

Radar do Poder: Procura-se um partido para o bloco do PP, o novo formato das viagens de Neto, Leo em movimento e o gogó de Jerônimo

radar do poder | 01 maio 2025

Mudança em bloco

Em lamúrias após o anúncio da federação com o União Brasil, os deputados estaduais do PP Niltinho, Hassan Iossef, Eduardo Sales e Antonio Henrique Júnior, que desejam se manter na base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), articulam uma mudança conjunta para um mesmo partido. As conversas acontecem com cinco legendas da base aliada: o PDT, mais novo integrante do grupo, o Podemos, o PSB, o Avante e o PSD. Os outros dois representantes do PP na Assembleia, Felipe Duarte e Nelson Leal, estão fora do movimento. O primeiro, todos sabem, já escolheu o Avante.

Cabo de guerra

O PDT e o PSB, no entanto, não demonstram disposição em abrigar um bloco tão “pesado” do ponto de vista eleitoral para não prejudicar a candidatura de filiados tidos como prioridade para 2026. Já o governo não quer ver o PSD e o Avante ainda mais fortalecidos e busca equilibrar o jogo partidário dentro da base. A alternativa mais viável hoje, então, seria o Podemos, que tem interesse em recebê-los. Entretanto, os pepistas aguardam o desdobramento das conversas sobre a fusão entre a sigla e o PSDB. Eles só vão se a nova legenda fizer parte do time de Jerônimo.

Força para negociar

Niltinho, Hassan Iossef, Eduardo Sales e Antonio Henrique Júnior sabem que, em um partido só, têm condições de formar uma bancada e um grupo para barganhar na Assembleia e também ampliar ou ao menos manter espaços conquistados no governo, sobretudo as diretorias no Detran. Embora já tenha sinalizado aos colegas e ao Executivo estadual a saída do ninho pepista, Hassan ainda aguarda um posicionamento oficial do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), de quem é liderado e que mantém diálogo com Jerônimo, para definir o futuro.

Prantos progressistas

A fotografia do anúncio oficial da federação, anteontem (29), em Brasília, deixou evidente a insatisfação do PP baiano diante do “casamento” forçado com o União Brasil. Com exceção do deputado federal João Leão e do secretário de Governo da Prefeitura de Salvador, Cacá Leão, favoráveis ao movimento, as principais lideranças do primeiro partido no Estado não compareceram à festa, na qual o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) desfilou com sorriso largo após aplicar uma “rasteira” no deputado federal Mário Negromonte Júnior, que comanda a casa progressista na boa terra.

Vaga no TCM

Depois de sentir o golpe que fez naufragar a adesão oficial do PP à base de Jerônimo, o foco total do presidente do partido na Bahia agora é emplacar a esposa e procuradora Camila Vasquez como conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) no lugar do pai, o conselheiro Mário Negromonte, que se aposenta em junho. Enfraquecido politicamente com a criação da União Progressista, ele aposta na relação pessoal que vem construindo com o governador e no fato de a indicação ser, obrigatoriamente, de um quadro do Ministério Público de Contas, vaga cuja ocupação tem poucas opções e caráter mais técnico.

Rebeldia felina

Apesar das conversas iniciadas em fevereiro entre o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e o presidente do PDT da Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, no meio político ninguém acreditava no regresso da cúpula pedetista à base do governo petista na Bahia. A avaliação inicial era de que tudo não passava de um jogo de cena e que o parlamentar, no final das contas, não largaria a mão do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), por conta de desentendimentos antigos e novos com ACM Neto. Félix, mais uma vez, demonstrou toda sua rebeldia.

Botando ovo

Aliás, Jerônimo se sentiu em casa no encontro desta quarta (30), num hotel de Salvador, que oficializou o retorno do PDT ao bloco de sustentação do governo. Ele ficou cerca de três horas no local, posando para fotos com praticamente todos os chamados pedetistas puro-sangue – desse grupo, costuma ser excluído o deputado federal Leo Prates, que segue na oposição. O governador brincou com o ex-prefeito de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro, um dos articuladores da adesão. “Se esse evento não acontecesse aqui hoje, Luciano teria botado um ovo”.

Partido na mira

Embora negue a pretensão de deixar o PDT neste momento, Leo Prates abriu conversas com o Republicados, que se tornou uma alternativa para a reeleição em 2026, além do União Brasil. O parlamentar baiano dialogou sobre o assunto com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, representante da agremiação pela Paraíba. O deputado federal Márcio Marinho, que manda na sigla em solo baiano, não gostou nada da novidade. Muito menos a deputada federal Rogéria Santos, que não teria sido eleita pelo Republicanos se Leo fosse um dos filiados em 2022.

Caça às bruxas

Antes do pedido de exoneração da pedetista Andrea Mendonça da Secretaria do Mar, Bruno Reis já havia mandado fazer um levantamento de todos os cargos indicados na gestão municipal pelo irmão dela, Félix Mendonça. A ordem no Palácio Thomé de Souza é demitir todos após o deputado confirmar o apoio da sigla a Jerônimo. Além da influência direta de ACM Neto sobre essa decisão, Bruno também se sentiu traído, na medida em que articulou a montagem das chapas proporcionais do PDT para as disputas eleitorais de 2022 e 2024, a exemplo do que fez também com o PP.

Vereadores com Bruno

Em meio à oficialização do apoio do PDT ao governo do Estado, a vereadora Roberta Caires, que é filiada ao partido, utilizou a tribuna da Câmara Municipal, nesta terça (29), para fazer críticas duras a Jerônimo, citando dados oficiais sobre a violência na capital baiana. Ligada a ACM Neto, ela disse que a Bahia vive um “desgoverno” que encara vítimas da criminalidade como “dados e não pessoas”. Os outros três edis pedetistas – Anderson Ninho, Débora Santana e Omarzinho, este o mais próximo de Félix –, não acompanham o partido no apoio ao Palácio de Ondina.

Novo formato

Aconselhado por colaboradores, ACM Neto decidiu mudar o formato das viagens ao interior na pré-campanha ao governo da Bahia. A correria de 2021 e de 2022 deve dar lugar a agendas mais tranquilas, com tempo para a informalidade, número menor de seguranças e encontros mais demorados com lideranças. A ideia é não fazer nada engessado. Em maio de 2021, a primeira viagem da pré-campanha foi à região da Chapada Diamantina. Na ocasião, visitou duas cidades em dois dias. Na semana passada, dedicou o mesmo tempo em atividades políticas em Ilhéus, no sul do Estado.

Só no gogó?

Tem prefeito preocupado com a quantidade de compromissos e anúncios feitos pelo governador – visando, inclusive, atrair novos aliados para a base de sustentação política – que ainda não saíram do papel. “Jerônimo é leve, trata todo mundo bem, tem um enorme poder de sedução. Chama o prefeito, ouve as demandas, faz projeto, anúncio, mas as coisas precisam acontecer. Não pode ficar só na promessa. As obras precisam acontecer, principalmente em favor dos aliados que estão com ele desde o início”, disse à coluna um gestor do PSD.

Enquadrada civil

Com o espaço exíguo para caber tanta gente, não espanta que já esteja começando a haver choques entre civis e militares no gabinete do vice-governador Geraldo Júnior (MDB). O último deles foi protagonizado pela “toda poderosa” secretaria-executiva da Vice-Governadoria, que deu uma enquadrada federal num milico que queria ocupar sala próxima à sua, obtendo apoio dos colegas. Conforme disse ela alto e bom som depois, quem manda no gabinete são os civis. Saiu da refrega aplaudida.

Tesoura de Ivana

Presidente da Assembleia, Ivana Bastos (PSD) decidiu equilibrar o jogo na divisão dos cargos na Casa entre os parlamentares. Passou a tesoura na cota de colegas que tinham espaço demais entre nomeados e terceirizados e foi mais generosa com quem nada ou pouco possuía. O gesto, claro, desagradou alguns parlamentares figurões.

Largar o osso

Embora diga publicamente que queira passar o bastão adiante, na prática a deputada federal Lídice da Matta (PSB) vem adiando a escolha de um novo coordenador da bancada baiana no Congresso Nacional. A socialista até já conversou individualmente com alguns interessados em sucedê-la, a exemplo de Gabriel Nunes (PSB), Daniel Almeida (PCdoB), Cláudio Cajado (PP) e Valmir Assunção (PT), mas não marca a reunião para que a alternância seja sacramentada. “Ela não quer largar o osso. Nem tem aparecido nos encontros da bancada”, disse um deputado à coluna.

Abaixo da cintura

A disputa pela indicação ao cargo de desembargador eleitoral na Bahia tem ampliado o fosso entre a OAB, que apóia um candidato, e desembargadores estaduais interessados em promover outro postulante. Nos bastidores, o que um grupo fala do outro não se publica. Mas o time da Ordem alega que, com sua insistência, um magistrado vai acabar colocando, definitivamente, a ‘Operação Overclean’ dentro do TRE.

Pitacos

* Um advogado baiano que virou coach e tem vendido cursos pelas internet está incomodando colegas com suas abordagens agressivas, as quais alguns passaram a classificar abertamente como assédio.

* Petistas que voltaram a negociar com a ex-prefeita de Lauro de Freitas Moema Gramacho (PT) por causa da sucessão no partido andam incomodados com o forte perfume francês utilizado pela petista, mesmo nas primeiras horas da manhã.

* No encontro com prefeitos e lideranças do PDT, nesta quarta (02), Jerônimo disse que ficou muito feliz ao saber que o ex-deputado federal Severiano Alves, hoje secretário-geral da sigla da Bahia, “estava vivo”. O pedetista tem 82 anos.

* No evento, o prefeito de Santa Cruz Cabrália, Girlei Lage (PDT), disse que, mesmo dando apoio a ele em 2022, foi ignorado por ACM Neto em 2024. “Não foi na nossa cidade tirar uma foto conosco, mesmo quando esteve em Porto Seguro”, reclamou.

* Começaram a sair nomeações de indicados do PSDB na Secretaria Municipal de Saúde, que estavam travadas por determinação do Palácio Thomé de Souza.

* Vereador de Camaçari, Jackson Josué (União) sugeriu, em conversa com a coluna, que Flávio Matos (União) assuma uma nova função: a de coordenador da campanha de ACM Neto ao Palácio de Ondina na Região Metropolitana de Salvador.

* Em vídeo publicado nas redes, Flávio Matos disse que querem aniquilá-lo. Embora negue o rompimento com o ex-prefeito Antonio Elinaldo (União), o tom é de quem será candidato a deputado federal, hipótese que gera instabilidade no grupo.

* Presidente do partido de Flávio Matos em Camaçari, Helder Almeida fez questão de participar do anúncio oficial da federação entre a sigla e o PP, anteontem (29), em Brasília. Ele deve comandar o União Progressistas no município.

Radar do Poder: O novo partido de Elmar, as doações de Roma, a arapongagem do vice e a mosca azul em Camaçari

radar do poder | 23 abril 2025

Partido de Elmar

Embora não pretenda deixar o União Brasil, o deputado federal Elmar Nascimento finaliza as articulações em Brasília visando ter um partido para chamar de seu na Bahia. As conversas acontecem com o PRD, o DC, o PMN e o PMB, estando mais adiantadas com o primeiro, conforme rumores que circulam pela Assembleia. Quem deve presidir a sigla no Estado é o ex-vereador de Salvador Adriano Meirelles, hoje ligado ao deputado estadual Marcinho Oliveira, este sim de malas prontas para deixar o União Brasil e migrar para a legenda de Elmar, de quem é liderado.

Majoritária em aberto

Os planos são de eleger no mínimo quatro estaduais e um federal. Outro mandatário da Assembleia que deve ingressar na sigla é Pancadinha (Solidariedade), membro da “bancada” do deputado federal do União Brasil na Casa – o parlamentar nega a mudança, até para não perder os espaços que garantiu junto ao partido no Legislativo estadual. Já o posicionamento sobre a majoritária só deve ser anunciado em 2026. Apesar de Elmar e Marcinho terem se aproximado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), não está descartado o apoio a ACM Neto (União) na briga pelo Palácio de Ondina.

Impacto no Paço

As articulações também agitam os corredores da Câmara Municipal de Salvador. Embora não haja em 2026 janela partidária para vereador, alguns edis da base do prefeito Bruno Reis (União) que desejam disputar as próximas eleições manifestaram interesse em participar ou saber mais sobre o projeto partidário de Elmar, a exemplo de Ricardo Almeida (DC), Sidninho (PP) e Débora Santana (PDT). O partido também deve ser oferecido caso o presidente do Legislativo municipal, Carlos Muniz (PSDB), deseje filiar o filho homônimo,apontado como candidato a deputado federal, como já revelou a coluna.

Sinal verde

Coube a Elmar costurar o ingresso do PRD, nascido da fusão entre o Patriota e o PTB, no grupo de ACM Neto e de Bruno Reis. O prefeito, inclusive, indicou o presidente do partido na Bahia – Francisco Elde, chefe de Gabinete do Palácio Thomé de Souza. No pleito de 2024, a agremiação elegeu 70 vereadores, sendo dois na capital e três prefeitos no interior. O deputado federal do União Brasil teria sinal verde da direção nacional para fazer a troca de comando no Estado.

Ironia do destino

Caso se confirme que o PRD será o partido de Elmar, a ironia é que Marcinho Oliveira, às turras com os correligionários da oposição por votar com o governo e participar de eventos de Jerônimo Rodrigues (PT), será candidato em 2026 pela legenda, dona do número 25, que fez história nos tempos do carlismo e dos extintos PFL e DEM. Há cerca de um mês, Marcinho vem dialogando com os comandos estadual e nacional do União Brasil sobre deixar o partido amigavelmente. Em conversas com outros parlamentares, ele descartou que exista possibilidade de ser expulso.

Doações de Roma

O deputado federal capixaba Gilvan da Federal, do PL, não gostou de ser criticado pelo comandante da legenda na Bahia, João Roma, após defender a morte do presidente Lula (PT). Em plenário, ele afirmou que o partido destinou, nas eleições, R$100 mil ao PDT, sigla autora do pedido de inelegibilidade contra Jair Bolsonaro (PL). A coluna apurou que a doação foi feita ao candidato pedetista a prefeito de Irecê, Figueredo Amorim, que já foi do PSB e aliado do PT baiano. O PL botou ainda R$ 20 mil na conta do postulante do PDT a prefeito de Dário Meira, Neilson de Caetano. Ambos foram derrotados nas urnas.

Eles ficam

Nenhum deputado federal do PP da Bahia tem planos de deixar o partido se ocorrer a federação com o União Brasil. Nem mesmo Mário Negromonte Júnior, presidente da sigla no Estado, que confia no insucesso do “casamento” agora ou mais adiante. Cláudio Cajado vai dançar ao som da música que tocar, inclusive em 2026 – apesar de estar dialogando com Jerônimo, ele é próximo de ACM Neto e de Bruno Reis. E João Leão é a favor. “Estou 100% dentro dessa. Essa federação comandada por ACM Neto vai transformar a vida dos baianos”, disse o “bonitão” à coluna.

Convite de Lupi

O deputado estadual Roberto Carlos (PV) foi convidado para retornar ao PDT pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, principal dirigente do partido. O dirigente deve selar, no início de maio, o retorno da legenda à base do governo baiano. Lupi quer que o parlamentar dispute uma cadeira na Câmara Federal em 2026. Como o PCdoB vetou a candidatura à Câmara do deputado estadual Zó do Sertão (PCdoB), que também tem como principal reduto eleitoral o município de Juazeiro, Roberto deve aceitar o desafio e já recebeu até as bençãos de Jerônimo.

Homenagem em Feira

Depois de embarcar para o sul da Bahia com o objetivo de iniciar, esta semana, uma nova maratona de viagens ao interior, ACM Neto receberá duas homenagens em Feira de Santana. Na noite do dia 8 de maio, ele será agraciado, na Câmara de Vereadores, com o título de cidadão feirense e a entrega da Medalha Maria Quitéria. Haverá, ainda, homenagens ao avô de Neto, o falecido senador ACM, e ao pai, ACM Júnior. Nesta quinta (24), o ex-prefeito da capital embarca para Ilhéus. Desta vez, promete fazer tudo sem correria.

Armadilha da adesão

Prefeitos baianos que integram partidos de oposição na Bahia passaram a ter receio de participar de audiências com Jerônimo em Salvador. A avaliação é que o governo tem forçado demais a barra ao buscar dar uma conotação política e eleitoral aos encontros institucionais, visando atingir ACM Neto. Ontem (22), a prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União), tomou todos os cuidados para não cair na armadilha durante reunião com o governador para tratar de investimentos do Estado no município. Sequer publicou algo sobre a reunião nas redes sociais.

Coelhão de Páscoa

Cercado de policiais, do jeito que ele mais gosta, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) curtiu o feriadão de Páscoa em uma mansão em Praia do Forte, no Litoral Norte da Bahia. Moradores do condomínio Ilha dos Pássaros se assustaram com o porte da escolta, que não costumam ver em nenhum outro lugar da Bahia, nem acompanhando o governador.

Araponga do vice

Falando do ilustre emedebista, a última do seu novo chefe de Gabinete foi pedir, por sua orientação, uma rigorosa investigação na vida pregressa de cada funcionário da Vice-Governadoria, inclusive dos militares. O levantamento visa descobrir informações sobre “quem indicou”, formação acadêmica, relações políticas e familiares e até o que se faz no momento de folga, além, é claro, de “conhecidos na imprensa” – esta última para identificar vazamentos.

Falta de estrutura

Vereadores da capital começaram a se queixar, em conversas entre si, embora timidamente, de Carlos Muniz (PSDB) por conta da falta de resposta da Prefeitura a pedidos por “estrutura” de trabalho nas comunidades. Alguns dizem que o presidente da Câmara lutou para viabilizar os próprios espaços no Executivo, mas teria esquecido de alguns colegas. Além disso, Muniz ainda não substituiu quadros no Legislativo que o auxiliavam na relação com os edis: Carlos Cavalcante, o Leleto, ex-diretor legislativo e que foi para a Assembleia, e Diego Brito, ex-chefe de Gabinete e agora superintendente da Transalvador.

Mosca azul

Onze dos 12 edis da oposição em Camaçari disseram a Flávio Matos, ex-presidente da Câmara de Vereadores e candidato derrotado ao Executivo do município em 2024, que irão cumprir o acordo firmado com o ex-prefeito Antonio Elinaldo (União) para 2026. Ou seja, apoiarão o próprio Elinaldo para a Assembleia e, na corrida pela Câmara Federal, a reeleição de Paulo Azi (União) e a candidatura do deputado estadual Manuel Rocha (União). Na reunião, ocorrida semana passada, não houve adesão a um movimento de Flávio, ‘mordido’ pela mosca azul, visando concorrer a deputado federal.

Rota de colisão

Durante a conversa com os vereadores, que tinha como pauta principal a fiscalização da gestão de Luiz Caetano (PT) em Camaçari, Flávio Matos afirmou que está “ouvindo o povo” sobre 2026, fazendo com que o tema eleitoral fosse colocado na mesa. Reservadamente, o ex-vereador, no entanto, tem dito que não pode ficar “entubado” no próximo pleito após os mais de 77 mil votos que recebeu em 2024. Pelo conflito de interesses, há quem diga que o rompimento entre Flávio e Elinaldo é iminente.

Pitaco

* Secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e deputado estadual licenciado, Ângelo Almeida (PSB) foi escalado para facilitar a aproximação política do governo com a prefeita de Morro do Chapéu, Juliana Araújo (PDT).

* Juliana é a única prefeita pedetista que ainda tem resistência à adesão do partido à base de Jerônimo. Ela é filha do vice-presidente estadual do PDT, o ex-deputado federal José Carlos Araújo, muito próximo de ACM Neto.

* “O convite já fizemos. E vamos seguir fazendo. Juliana é uma das prefeitas mais qualificadas e competentes da Bahia”, disse Ângelo à coluna. O secretário tem uma relação próxima com a gestora.

* Em conversa com a coluna, o deputado estadual Pancadinha (Solidariedade) minimizou a decisão do prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), de lançar a primeira-dama do município, Andrea Castro, como candidata à Assembleia.

* “Para mim é bom, porque assim temos mais mulheres na política da região”, disse o parlamentar, que foi candidato a prefeito de Itabuna em 2024 e perdeu para o reeleito Augusto. Em 2026, tudo indica que a família Castro deixe Pancadinha sem mandato.

* Líder do governo na Assembleia, o petista Rosemberg Pinto tentou “ressuscitar” uma candidatura à reeleição de Éden Valadares à presidência do PT da Bahia, mas a ideia não vingou nem mesmo no grupo do dirigente.

* Mas o objetivo de Rosemberg seria outro: conseguir apoio para lançar ao comando do PT baiano a candidatura da presidente da CUT no Estado, Leninha Valente. O plano, tudo indica, não vingou.

* Após uma briga que envolveu até medida protetiva judicial, a vereadora de Salvador Marcelle Moraes (União) e o irmão, o ex-vereador e ex-deputado estadual Marcell Moraes (PSDB), fizeram as pazes.

* Entretanto, a reaproximação não significa que caminharão juntos na política. “Somos irmãos, e deixei as diferenças de lado por conta da minha mãe. Marcell tem os projetos dele e eu tenho os meus, de forma independente”, disse Marcelle.


* Marcell não descartou apoiar a irmã caso ela seja candidata em 2026. “Marcelle pode sair para federal e Carol dos Animais (PSDB), que apoiei para vereadora, pode ser estadual, ou vice-versa. Eu só serei candidato se for a governador ou a senador”, garantiu.

Radar do Poder: A chapa Bruno-Isabela, as “coincidências” entre o que Rui fala e acontece na Overclean e os prefeitos fantoches

radar do poder | 16 abril 2025

Chapa “pujante”

Políticos que circulam pelo Palácio Thomé de Souza desenharam, na semana passada, aquela que seria uma chapa “pujante” ao governo da Bahia nas eleições de 2026 se o líder da oposição no Estado, ACM Neto (União), assumir um projeto nacional. A escalação seria: o prefeito Bruno Reis (União) na cabeça, tendo como vice a empresária Isabela Suarez e, na disputa pelas duas vagas ao Senado, o atual senador Angelo Coronel (PSD) e o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho (União).

Densidade eleitoral

Bruno tem repetido com frequência que não será candidato a governador, mas os aliados consideram que ele pode ser convocado, caso ACM Neto concorra a vice-presidente numa chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A avaliação é que o prefeito se tornou, disparado, o segundo quadro da oposição com mais densidade eleitoral na Bahia, caso a intenção seja vencer a eleição. Se for para fazer figuração, o escolhido pode ser o presidente do PL na Bahia, o ex-ministro da Cidadania João Roma (PL).

Vencedor, mesmo que perca

Roma disse a correligionários que trabalha com o cenário de ACM Neto disputar a vice-presidência para garantir um lugar na majoritária. Além disso, o ex-ministro acredita que Neto, pela influência do cenário nacional, que se confirmou em 2022, não entrará na disputa a governador se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insistir numa candidatura, peitando a inelegibilidade até o limite. O dirigente do PL também acha que Bruno Reis concluirá o segundo mandato. Para Roma, que saiu enfraquecido do pleito municipal de 2024, concorrer a governador já seria uma grande vitória, mesmo que perca.

Gesto a Coronel

Por falar em chapa majoritária, o senador Jaques Wagner (PT) admitiu pela primeira vez, em entrevista publicada ontem (15) pelo jornal Valor, que pode abrir mão da reeleição em 2026 em prol da unidade da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). A hipótese foi levantada pela primeira vez por esta coluna (veja aqui) em dezembro de 2024. Para o galego, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), é o único tem presença garantida na chapa, como concorrente ao Senado. Assim, Wagner faz um gesto a Coronel, que dialoga com a oposição.

Transalvador desbloqueada

Bruno Reis atendeu ao presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), e destravou ontem, terça-feira (15), as nomeações na Transalvador. Combinado com o vereador, o atual superintendente do órgão, Diego Brito, aliado fiel do tucano, emplacou o chefe de gabinete e o gerente administrativo do órgão. Já na Secretaria de Saúde, o titular da pasta, Rodrigo Alves, ligado ao deputado federal Adolfo Viana (PSDB), segue bloqueado.

 

Suplente empregado

Bruno Reis empregou esta semana mais um derrotado nas eleições de 2024 para a Câmara Municipal: o ex-vereador e agora suplente Binho de Ganso (União Brasil), nomeado como assessor especial da Secretaria de Governo, com salário que pode passar dos R$30 mil, a depender da gratificação. Binho é ligado ao deputado federal Dal Barreto (União), que fechou uma parceria política, na semana passada, com o vereador George Gordinho da Favela, líder do PP no Legislativo municipal. O estadual do edil deve ser o assessor especial do prefeito, Igor Dominguez (DC), forte nome para a Assembleia.

Luz amarela

Acendeu a luz amarela na Secretaria de Relações Institucionais do governo – que tem articulado a adesão de prefeitos de oposição – a sinalização do gestor de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá (PP), que encheu o governador de elogios e fez críticas a ACM Neto num périplo recente por Salvador, mas, ao retornar ao município do Oeste baiano, deixou claro que não era da base de Jerônimo. Titular da pasta, Adolpho Loyola ficou chateado com o pepista, que foi aconselhado por assessores a parecer menos petista em meio ao eleitorado conservador que lhe confiou o mandato.

Rivais no palanque

Na agenda de três dias em Jequié, Jerônimo reuniu no mesmo palanque, dessa vez sem brigas, o prefeito Zé Cocá (PP) e o deputado federal Antonio Brito (PSD), cuja rivalidade é quase pessoal. Da última vez que isso aconteceu, em outubro de 2023, durante solenidade oficial, o parlamentar chegou a gritar com o pepista, na época ainda 100% no campo da oposição ao governo. O deputado costuma chamar Cocá de traidor, pelo rompimento com o PT em 2022, enquanto o prefeito diz que o pessedista não destina recursos federais para o município.

Estou aqui

O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) pressionou tanto Jerônimo Rodrigues que o governador acabou cedendo e permitindo que agora sejam incluídas nas placas de inauguração também o nome e o cargo do seu substituto oficial. O fato inédito na história da Bahia deixou petistas alarmados, sobretudo depois da derrota sofrida pelo emedebista na disputa pela Prefeitura Salvador e o efeito devastador de sua candidatura sobre a bancada municipal do PT.

Imagem ruim

Aliás, para a maioria dos governistas, incluindo aí petistas e quadros de partidos aliados, é impressionante como Jerônimo ainda não conseguiu perceber que associar sua imagem limpinha à do vice-governador é um péssimo negócio, porque remete diretamente tanto ao fracasso do seu grupo nas eleições de Salvador em 2024 como a uma figura que não inspira confiança, como as pesquisas, tanto da oposição quanto da situação, captaram amplamente durante a campanha.

Medo de Malafaia?

O deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante), eleito na base petista nos planos estadual e federal, tem sido cobrado pelos eleitores nas redes sociais após assinar o pedido de urgência para o PL da Anistia na Câmara. Em tempos de Páscoa, um dos seguidores chamou o parlamentar de “Judas” e afirmou que Isidório tem medo do pastor Silas Malafaia, um dos maiores defensores de Jair Bolsonaro. “Ingratidão tira a afeição, viu deputado?”, complementou o cidadão.

“Coincidências” no Planalto

Auxiliares e interlocutores de Rui Costa têm visto forte “coincidência” entre juízos que o ministro emite e o que sucede, especialmente na Bahia, na Operação Overclean. Não deve ter sido à toa que o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mandou um recado ao petista ao dizer que ele perseguia o partido de olho na política baiana. Em Brasília, onde o ministro é pouco querido,  se diz que ele pratica maldades porque tem a CGU e a PF sob seu controle, mas esquece de que o mundo dá voltas, sobretudo no círculo do poder.

Duas canoas

Enquanto Davi Alcolumbre acusa Rui Costa de perseguir o União Brasil por causa das questões da Bahia, o grupo político do ministro fecha os olhos para o movimento pela indicação ao TRE baiano de figura com ligações íntimas com o partido do presidente do Senado, afilhada de magistrado conhecido pelo dom de encantar serpentes.

Prefeitos fantoches

Deputados estaduais estão preocupados com um fenômeno que aconteceu nas eleições de 2024 em cerca de duas dezenas de municípios da Bahia e que, embora não seja novo, ganhou força para influenciar planos políticos pessoais no próximo pleito. Eles se referem aos ex-prefeitos que emplacaram “fantoches” como sucessores. Ou seja, quem governa de fato são os antecessores, que estariam usando este poder para, de olho numa cadeira na Assembleia Legislativa, comprar apoio político por meio do uso das máquinas públicas municipais, agindo como se a Justiça não existisse.

Candidatura de consenso

A ala chamada de CNB 400 da Corrente Construindo um Novo Brasil, do PT, espera chegar, no próximo dia 26, a um consenso sobre a candidatura de Everaldo Anunciação, ex-presidente do partido na Bahia e atual vice nacional, para o comando da legenda no Estado. Nesta data, acontece um seminário, no auditório da Assembleia, com representantes de toda a corrente, inclusive a ala CNB Renova, à qual pertence Éden Valadares, que preside a sigla atualmente em solo baiano. O evento terá a presença de lideranças petistas de todo o país, como já mostrou o site.

Pitacos

* Desligado oficialmente do cargo de assessor pelo deputado federal Elmar Nascimento (União) após se tornar um dos personagens da Operação Overclean, Amaury Nascimento conhece a fundo o parlamentar baiano.

* Além de ser primo em primeiro grau, Amaury está com Elmar desde que o ex-líder do União Brasil na Câmara era deputado estadual. Em Campo Formoso, principal reduto eleitoral do parlamentar, os dois sempre foram vistos como “unha e carne”.

* Criada informalmente na reforma administrativa, a Secretaria do Mar de Salvador segue funcionando na Doca 1, no Comércio, sem a mínima estrutura. Além de pessoal, falta até computador para a equipe da pedetista Andrea Mendonça trabalhar.

* Em uma reunião recente sobre o projeto do Novo Mané Dendê, que contempla parte do Subúrbio da cidade, o titular da Casa Civil da Prefeitura de Salvador, Luiz Carreira, deixou escapar que Bruno Reis não pretende enviar tão cedo projetos de lei à Câmara.

* Como já havia antecipado esta coluna, a medida tem como objetivo evitar que os vereadores intensifiquem as cobranças pelo atendimento de demandas junto ao Palácio Thomé de Souza.

* No domingo (13), o líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), chamou os amigos para um churrasco em comemoração pelo seu aniversário. Jaques Wagner e os deputados estaduais Adolfo Menezes (PSD) e Angelo Coronel Filho (PSD) apareceram.

* Em discurso na Assembleia, Hilton Coelho (PSOL) afirmou que o deputado federal Paulo Magalhães (PSD) não tem “moral” para relatar o processo de cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) por agressão contra um membro do MBL.

* Hilton lembrou que, em 2001, o próprio parlamentar baiano deu um pontapé no escritor Maneca Muniz, que esteve no Congresso para lançar um livro contra o velho ACM, tio do inclemente. A Câmara nunca cassou ninguém por atitudes como essa.

* Logo depois que foi eleita 1ª vice-presidente da Assembleia, a deputada Fátima Nunes (PT) representou a Casa na entrega do título de cidadão de Salvador ao colega Roberto Carlos (PV), na noite de ontem (15), na Câmara de Vereadores da cidade.

* Aliás, a homenagem a Roberto Carlos reuniu velhos amigos da política, a exemplo do ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos) e do ex-prefeito da capital João Henrique Carneiro. Os três foram colegas de Assembleia nos tempos de oposição ao carlismo.

* A Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia decidiu solicitar ao governo do Estado a instalação de um gabinete de crise em Irecê por conta da seca que assola a região.

Radar do Poder: Bruno Reis firme na caneta, o federal de Carlos Muniz e a ararinha azul da vice-governadoria

radar do poder | 09 abril 2025

Nomeações travadas

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), mandou o chefe de Gabinete do Palácio Thomé de Souza, Francisco Elde, travar pedidos de nomeações ou colocações solicitados pelos aliados que assumiram cargos de comando no primeiro ou segundo escalões na reforma administrativa. O vereador licenciado e secretário de Inovação e Tecnologia, Alberto Braga (União), por exemplo, tem se queixado de que até hoje não conseguiu empregar na pasta a própria secretária ou o copeiro de confiança.

Perdendo as penas

Os tucanos estão perdendo as penas por impaciência. Eles não conseguem emplacar ninguém na Secretaria da Saúde, nem nos cargos menores. Até agora, o secretário Rodrigo Alves, indicado pelo deputado federal Adolfo Viana (PSDB), só convenceu Bruno a nomear uma diretora, logo no segundo dia em que assumiu o posto, e a subsecretária, que já era funcionária da pasta. Na Transalvador, o novo superintendente Diego Brito, da cota do presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), reclama que mesmo se quisesse trocar alguém da limpeza não conseguiria.

Dedo de Roma

A situação é a mesma em outras estruturas. Novo titular da Secretaria de Ordem Pública, Décio Martins (PDT), ligado ao deputado federal Leo Prates (PDT), segue de mãos atadas no quesito substituições. Segundo uma fonte da Prefeitura, Bruno Reis vai estudar caso a caso os pedidos para avaliar pessoalmente a qualidade das indicações. Um deles diz respeito à troca de comando na inspetoria-geral da Guarda Municipal. O novo diretor de Segurança Urbana, coronel Humberto Sturaro, deve indicar para o cargo Marcelo Ferreira Barbosa, que é próximo do presidente do PL na Bahia, João Roma, no lugar do atual titular Marcelo Silva.

Política hereditária

Bruno Reis aguarda a Polícia Federal liberar oficialmente o agente Anderson Muniz, irmão de Carlos Muniz e que já teve uma rápida passagem como deputado estadual, para nomeá-lo diretor-geral da Codecon, órgão municipal que cuida da defesa do consumidor. O presidente da Câmara não fez outra indicação. Aliás, o comentário no meio político é que o tucano pretende lançar outro parente, desta vez o filho homônimo, um aplicado estudante de medicina, como postulante a uma cadeira na Câmara Federal ou na Assembleia em 2026. Muniz já descartou concorrer.

Janela de oportunidade

Em audiências com vereadores aliados, sobretudo do União Brasil e do PP, Bruno Reis tem dito que a federação entre os dois partidos deve sair do papel até maio, no máximo, caso as conversas sigam evoluindo. E mais: que o “casamento” das duas legendas por quatro anos pode ser uma oportunidade para os edis da base que cogitam concorrer à Assembleia em 2026. Explica-se: em sua avaliação, a tendência é que deputados pepistas insatisfeitos com o movimento, por desejarem apoiar a reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT), procurem outro destino partidário, abrindo espaço para novas candidaturas.

Promessa de aniversário

Enquanto o União Brasil lançava a candidatura presidencial de Ronaldo Caiado em Salvador, na quinta-feira passada (04), o presidente do PP da Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior, recebia Jerônimo na residência do município de Glória, no norte do Estado. Lá, em meio à família Negromonte, o governador, que foi inaugurar obras e anunciar novos investimentos na região, comemorou o próprio aniversário com a promessa do deputado de que vai lutar até o fim para que a federação com o partido de ACM Neto não se torne uma realidade.

Rui na comitiva

Como havia especulado a Radar do Poder da semana passada, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), confirmou à coluna que vai acompanhar Jerônimo na agenda de inaugurações, anúncios, visitas e reuniões em Jequié, que começa nesta quinta (10) e só termina no final de semana. Com isso, Rui deve selar a reaproximação com o prefeito do município, Zé Cocá (PP), com quem rompeu de forma ácida em 2022 e que negocia a readesão ao Palácio de Ondina. Resta saber se o deputado federal Antonio Brito (PSD), ferrenho adversário de Cocá, estará na comitiva.

Engrossando as fileiras

Presidente do Solidariedade da Bahia, o deputado estadual Luciano Araújo convidou o colega de Assembleia Vitor Azevedo (PL) para engrossar as fileiras do partido. O mesmo convite já havia sido feito aos deputados estaduais Paulo Câmara (PSDB), Laerte do Vando (Podemos) e Raimundinho da JR (PL) – este último já aceitou e pretende disputar uma cadeira na Câmara Federal em 2026. Entretanto, o deputado estadual Pancadinha tem mantido conversas com um desafeto de Luciano, o ex-vereador de Salvador e ex-Solidariedade Adriano Meirelles, para deixar a legenda.

Fazendo as contas

Luciano Araújo acredita que, se os planos derem certo, o Solidariedade pode eleger de três a quatro deputados estaduais e um federal. Para isso, tem se movimentado no interior para formar a lista de postulantes. Mantém conversas com os ex-prefeitos Dr. Pitágoas (PP), de Candeias, Silva Neto (PDT), de Araci, e Dr. Marcelo (PSDB), de Itamaraju. Além disso, estimula candidaturas de filiados que foram bem nas urnas em 2024, mas não tiveram sucesso, a exemplo de Valdemar da Conect, que ficou em segundo lugar na briga pela Prefeitura de Valença, atingindo 11,5 mil votos.

Caixa de whisky

No balcão de apostas da Assembleia, levaram para casa mais caixas de whisky os parlamentares que apostaram na desistência do deputado Júnior Muniz (PT) da disputa pela 1ª vice-presidência da Casa. Aliás, estes foram maioria. Apenas os mais incautos acreditaram que o petista levaria a disputa até o fim, como prometera. Júnior, que é ligado ao prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), já tem um forte histórico de blefar para negociar benesses. O que ninguém descobriu ainda é quais foram os temos do acordo entre ele e o líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), para que abrisse o caminho para a deputada petista Fátima Nunes ser eleita à mesa diretora.

Everaldo não!

Por falar no líder, Rosemberg Pinto disse, em conversa com a coluna, preferir que o vice-presidente nacional do PT, Everaldo Anunciação, continue no posto e desista da intenção de concorrer à presidência do partido na Bahia. Rosemberg revelou que tinha simpatia pela reeleição do atual comandante da sigla no Estado, Éden Valadares, mas admitiu que o dirigente se inviabilizou porque “errou na condução do partido”, embora não tenha feito isso sozinho, “porque existe toda uma Executiva por trás”. Para ele, Éden, no entanto, deu uma “projeção nacional” ao diretório baiano.

De Carlos para Carlos

Quem se despediu da Assembleia, após mais de 40 anos de Casa, foi Carlos Rocha Machado, que era o secretário-geral da Mesa Diretora. Admirado por todos, Carlinhos vinha enfrentando problemas de saúde por conta das consequências da diabete e também da psoríase. Para o posto, a presidente Ivana Bastos (PSD) convocou o competente Carlos Cavalcante Neto, o Leleto, que exercia, há dez anos, a função de diretor legislativo da Câmara de Salvador. O curioso é que Leleto chegou a ser motorista do falecido Paulo Jackson na Assembleia, onde também já foi office boy.

Ararinha azul

O vice-governador Geraldo Júnior (MDB), o líder sem liderados, ficou uma arara azul com as declarações de Everaldo Anunciação, dadas ao PolíticaPod, podcast deste Política Livre, dizendo que o partido cometeu um equívoco ao apoiá-lo à Prefeitura de Salvador, em 2024, disputa em que terminou em terceiro lugar, atrás do candidato do PSOL, Kleber Rosa, causando um vexame para o governo e destruindo a bancada municipal petista. Cheio de ousadia e ‘razão’, disparou telefonemas para o petista e outras lideranças da legenda, dizendo que merecia mais consideração.

Coordenação da bancada

O deputado Gabriel Nunes (PSD), que está no primeiro mandato na Câmara Federal, tem manifestado aos colegas o desejo de ser o sucessor da deputada federal Lídice da Mata (PSB) na coordenação da bancada baiana no Congresso Nacional. Filho do ex-deputado José Nunes (PSD), ele almeja ser o nome de consenso, ou seja, sem disputa. Há, entretanto, outros parlamentares mais experientes de olho na vaga, a exemplo de Daniel Alves (PCdoB) e Cláudio Cajado (PP). Não há data definida para Lídice deixar o posto, que ocupa há dois anos.

Pitaco

* O novo assistente militar de Geraldo Júnior, Coronel Pacheco, não tem tido sossego. O Capitão Tadeu (PSB), ex-deputado estadual,  vem cobrando do PM explicações públicas sobre o uso de diárias.

* Quem abre o sorriso largo (e raro) em Brasília e Salvador a cada nova operação da Overclean é Rui Costa, que completa a alegria com uma frase enigmática na direção dos interlocutores: “Podem esperar que vem mais. Muito mais”.

* Por falar em Overclean, em Brasília, não necessariamente próxima do gabinete de Rui, a mensagem que se dissemina é a de que a operação vai estender-se para o Judiciário baiano, podendo respingar, inclusive, sobre escolhas para o TRE.

* Na contramão do que defendem as principais lideranças petistas, a deputada federal comunista Alice Portugal disse que a Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, deve ser “ampliada e fortalecida”, e não extinta.

* “A continuidade desse casamento entre os três partidos é importante para a reeleição do presidente Lula e do governador Jerônimo Rodrigues”, disse a parlamentar à coluna. Presidente nacional do PT, o senador Humberto Costa (PE) é a favor do fim da união.

* Três deputados federais da Bahia participaram, no final de semana, da 150ª Assembleia da União Interparlamentar (UIP), que aconteceu no Uzbequistão: Cláudio Cajado (PP), vice-presidente da entidade no Brasil, José Rocha (União) e Jonga Bacelar (PL).

* O deputado Adolfo Menezes (PSD) mantém os mesmos hábitos de quando era presidente da Assembleia. Ao menos uma vez a cada 15 dias, se delicia com o acarajé da baiana do estacionamento da Casa. E faz questão de pagar para todo mundo.

* A deputada Cláudia Oliveira (PSD) apresentou um projeto de resolução, que deve ser votado na semana que vem, para entregar a Comenda Dois de Julho à presidente da Assembleia, Ivana Bastos. Foi mais rápida do que os colegas.

* Já o vereador de Salvador Randerson Leal (Podemos) vai entregar o título de cidadão de Salvador ao próprio pai, o deputado estadual Roberto Carlos (PV), em sessão no próximo dia 15, na Câmara de Salvador. Isso que é legislar em causa familiar.

* O vice-prefeito de Itacaré, professor Zé Washington (PSD), propala que tem mandato meio a meio acertado com o atual prefeito, Nego de Saronga (PT). Segundo Zé Washington, o plano é o petista exercer a chefia do Executivo municipal nos dois primeiros anos e ele, nos dois últimos.

Radar do Poder: O puxão de orelha em ACM Neto, os importados de Jerônimo, a dinastia Hagge e a despedida artificial de Tum

radar do poder | 02 abril 2025

Puxada de orelha

Ao menos uma liderança do interior teve o ímpeto de dizer a ACM Neto (União), olho no olho, aquilo que alguns dos aliados só manifestam na imprensa. Em uma audiência recente, o empresário de Santo Antônio de Jesus Ditinho Lemos, forte pré-candidato a deputado estadual, reclamou que o postulante ao Palácio de Ondina sequer telefona para os prefeitos da oposição. Com cara de quem não gostou da “puxada de orelha”, Neto quis saber para qual prefeito ele não ligou. Ditinho apontou para o lado, onde estava, com a timidez de sempre, o gestor da capital do Recôncavo, Genival Deolino (PSDB).

Telefone mudo

Ditinho disse mais: que ACM Neto também não atende ligações ou responde mensagens. O empresário afirmou que telefonou e enviou felicitações pela passagem do aniversário do ex-prefeito, em fevereiro, e não obteve retorno, nem de agradecimento. Também presente na audiência, o deputado estadual Alan Sanches (União) acalmou os ânimos, afirmando que o líder da oposição participou ativamente da campanha à reeleição de Genival, em 2024.

Gato por lebre?

Quem conhece o homem sabe o quanto Ditinho é do tipo que vai para cima. Lá em Santo Antônio de Jesus, dizem que ele é o prefeito de fato, além de ter a maioria dos vereadores na palma da mão. Resta saber se o empresário, que fez fortuna vendendo frango, sairá mesmo das urnas com os 15 mil votos que Alan Sanches prometeu lhe dar em Salvador. O deputado do União Brasil, que terá o apoio de Ditinho para federal na cidade do Recôncavo, vai “dobrar” na capital com Igor Dominguez (DC), assessor especial do Palácio Thomé de Souza e também postulante a uma cadeira na Assembleia.

Jerônimo, o cordial

Durante a posse da nova diretoria da União dos Municípios da Bahia (UPB), na sexta (28), em Salvador, o assessor de uma Prefeitura do interior disse, numa roda de conversa, que ACM Neto estaria chegando para dar um abraço nos gestores. A gargalhada no grupo veio antes de o cidadão afirmar que era uma piada. Já o governador Jerônimo Rodrigues (PT), chamado esta semana de “puxador de saco de prefeito” por Neto, esteve presente e foi elogiado pelo tratamento dispensado até mesmo a quem não o apoiou em 2022.

Importados do governador

Embora a escolha de um mineiro para chefiar a secretaria de Comunicação do governador tenha ocorrido sob boas expectativas, dado o fato de o cargo ter ficado vago quase cinco meses, dificultando a execução da política do setor para a gestão, governistas faziam ontem (01) piada com a quantidade de “importados” na administração. O último gracejo sugeria que, se forem deixados sozinhos na Ribeira sem acesso ao Waze, o novo titular da Secom, Bruno Monteiro (Cultura) e Maurício Weidgenant (chefe de Gabinete) não conseguem chegar ao Solar do Unhão.

Weid o quê?

A propósito de Weidgenant, cuja maioria dos auxiliares de Jerônimo não sabe nem como se pronuncia, é o oposto do chefe no quesito simpatia e ousadia, tendo por hábito dar “esporro” em secretários e políticos e, sem relações na Bahia, convocar a turma para trabalhar até nos domingos.

Perdão para os fortes

Será no próximo dia 11 a visita de Jerônimo a Jequié, quando o governador fará inaugurações e anúncios ao lado do prefeito Zé Cocá (PP), que negocia a adesão à base aliada. A agenda ocorreria em março, mas obras que serão entregues não ficaram prontas. Cocá deve convidar o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Os dois se abraçaram na posse da nova diretoria da UPB, na sexta (28). Eles brigaram feio em 2022, quando o pepista foi para o lado de ACM Neto. Resta saber se a esposa de Rui, a conselheira do TCM Aline Peixoto, que é de Jequié e era amiga do gestor, já o perdoou.

Cacique popular

Por falar no ministro, não foi à toa que ele acompanhou Jerônimo no final de semana durante uma série de entregas e ações em Salvador, marcando o aniversário da capital. Durante o périplo, o governador deixou claro, segundo auxiliares do Palácio de Ondina, que não abre mão de ter Rui como candidato ao Senado. “Com a popularidade em baixa, para Jerônimo é fundamental ter Rui na chapa. O ministro é hoje o mais popular entre os três caciques do PT, embora não seja índio como o governador”, afirmou um importante quadro petista da gestão, se referindo também ao senador Jaques Wagner.

Ciúme de primo

Ex-prefeito de Itapetinga e agora um dos articuladores do escritório de ACM Neto, Rodrigo Hagge (MDB) anda enciumado com a atenção dispensada ao primo Dudu Hagge pelo governador. Nesta terça (01), Jerônimo fez questão de posar para uma foto ao lado do garoto de 16 anos, convidado para uma audiência em Salvador junto com o pai, o atual gestor do município, Eduardo Hagge (MDB), que já aderiu ao Palácio de Ondina. Rodrigo, que será candidato a deputado estadual, teme que Dudu, que já tem pinta de político, seja alçado à condição de herdeiro político da família.

Dedo na ferida

Conhecedor do cenário político em Itapetinga, onde a família Hagge está dividida entre ser oposição ou governo, Jerônimo chegou a enviar, antes da audiência de ontem, um vídeo parabenizando Dudu pela passagem do aniversário, no início de março. No fundo, o governador busca agradar a mãe do garoto, Maria Hagge, que é a secretária de Desenvolvimento Social do município. Ela exerce forte influência sobre o marido Eduardo e não se bate com Rodrigo. Aliás, partiu da primeira-dama a ordem para que a esposa do ex-prefeito, Yasmin Lima, secretária municipal de Planejamento, não tivesse liberdade para nomear ninguém na pasta.

Papelão de Marchesini

O ex-comandante do Corpo de Bombeiros Adson Marchesini não fez um papelão apenas por conta do discurso no qual questionou a própria exoneração, na solenidade de transmissão de cargo, nesta segunda (31). O militar fez questão de falar por quase 50 minutos. Citou nominalmente todos os presentes. Chegou mesmo a rasgar elogios ao governador antes de reclamar da demissão, num ato de insubordinação criticado por todos. Ao ouvir as críticas, Jerônimo passou e encarar firmemente a tropa. Para não ser questionado pela imprensa, deixou a solenidade antes do final.

Bola fora

Especialista em dar “bola fora”, o líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), provocou a ira dos colegas ao compartilhar, nas redes sociais, um vídeo no qual duas jornalistas insinuam que a deputada Fátima Nunes (PT) pode não ser eleita 1ª vice-presidente por machismo dos parlamentares, que preferem o deputado Júnior Muniz (PT) no posto. Tudo indica que “Rosinha” vai perder pela segunda vez a disputa ao cargo, desta vez sem cogitar ser postulante, já que a presidência não está mais em jogo.

IA

Antes de deixar a secretaria de Agricultura do Estado, Tum enviou uma mensagem de agradecimento, acompanhada de um vinho do Vale do São Francisco – ele é natural de Petrolina (PE) –, a dirigentes, parlamentares, gestores municipais e lideranças políticas. Um deputado agraciado com o mimo brincou que, por ser tão bem escrito, sem erros, o texto do cartão teria sido redigido por inteligência artificial. “Para alguém que não sabe diferenciar sisal de abacaxi, isso não é o normal”, disse o maldoso parlamentar.

Por amor

A deputada estadual Cláudia Oliveira (PSD) utilizou a tribuna da Assembleia – algo raro – para fazer um discurso raivoso contra o deputado federal Neto Carletto (PP). Afirmou que o pepista é um “menino” que vive grudado nas barras do tio, o presidente do Avante na Bahia, Ronaldo Carletto, e que “nem a voz engrossou”. A fala foi uma reação às críticas feitas pelo congressista ao prefeito de Eunápolis, Robério Oliveira (PSD), marido da parlamentar. “Acho que ela levou para o pessoal por amor e eu não vou responder porque acredito no amor”, brincou o sobrinho, com muito bom humor, com a coluna.

Medalhas aos Maia

O deputado federal Arthur Maia (União) e seu pai, Roberto Maia, de 87 anos, que serviu ao Exército como soldado no Quartel de Amaralina nos anos 1950, foram homenageados pelo Comandante Geral da corporação, general Tomás Paiva, com as medalhas, respectivamente, do Pacificador e do Exército Brasileiro, em solenidade em Salvador, na semana passada. Depois do evento, a família ofereceu um almoço no restaurante Amado para familiares e amigos, e que contou com a presença da cúpula militar e de autoridades políticas e civis.

Afoitos da reforma

Tem muita gente afoita na reforma de Bruno Reis nas subsecretarias. O sub da Ordem Pública (Semop), Paulo Alves, ligado ao deputado federal Paulo Azi (União), andou se apresentando como futuro número dois da Reparação (Semur) sem ter sido nomeado. O detalhe é que o atual ocupante do posto, Jairo João, que é remanescente da gestão de ACM Neto, está de férias e nem sabia da novidade. Já o titular da Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), João Xavier, está doidinho para se livrar do seu sub, Daniel Gabrielli, que adora aparecer.

Pitacos

* Everaldo Anunciação disse à coluna que o fato de ser hoje vice-presidente do PT no país não o impede de ser candidato a presidente do partido na Bahia, se decidir entrar na disputa. Ele lembrou que haverá, também em junho, eleição para a Executiva nacional.

* Ivana Bastos afirmou aos deputados, durante reunião da Mesa Diretora, nesta segunda (01), que encomendou orçamentos antes de lançar a licitação para a renovação da frota de veículos alugados pela Assembleia e colocados à disposição dos parlamentares.

* A previsão é que a licitação seja lançada até junho. Atualmente, os 63 deputados estaduais contam com modelos Corola Cross. Os parlamentares querem trocar por um SUV ou camionete.

* O secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), foi o único, com exceção do prefeito Ednaldo Ribeiro (Republicanos), que teve direito a discursar no lançamento do São João de Cruz das Almas, na semana passada, em Salvador.

* Quem não gostou nada disso foi a deputada federal Roberta Roma (PL), que também subiu no palanque da festa, mas não teve direito a fala. Ednaldo, que está negociando a adesão ao governo, não permitiu.

* Líder do prefeito na Câmara de Salvador, Kiki Bispo (União) fez um discurso esta semana na Câmara afirmando que o governo do Estado derrubou inúmeras árvores para construir a ligação viária entre a Avenida 29 de Março e Cajazeiras.

* Kiki disse que não viu ninguém do PT ou de entidades ambientalistas protestar contra isso. Já na época das obras do BRT, ACM Neto foi constantemente atacado “pelos prejuízos ambientais” da intervenção. Dois pesos e duas medidas.

* Apesar da viagem ter sido custeada pelo Banco Mundial, o secretário de Mobilidade de Salvador, Pablo Souza, que está apenas há dois meses no cargo, recebeu quase R$15 mil em diárias da Prefeitura participar de um fórum nos EUA, em março.

* Quem se deu bem na reforma administrativa de Bruno Reis foi Jean Sacramento, que, ao ser deslocado da Ouvidoria para a Arsal, trocou o prédio antigo no Comércio, onde o elevador não funcionava, pelo Empresarial Thomé de Souza, na ACM.

* Justiça seja feita, antes de sair Jean tentou mudar a sede da Ouvidoria para um local térreo, visando atender melhor a população. A tarefa agora caberá a Zilton Netto, que assumiu o comando do órgão com a mesma vontade com que já chefiou a Codecon.

* Bruno Reis sancionou nesta segunda (01) 12 leis de autoria dos vereadores, entre elas a que obriga as empresas de formatura a ofertar capelos para cabelos crespos e volumosos nessas solenidades. A ideia foi da vereadora Marta Rodrigues (PT).

* O vereador de Salvador Randerson Leal (Podemos) apresentou projeto de lei para obrigar a Prefeitura a realizar audiência pública antes de alterar o limite de velocidade em vias da cidade. A proposta surgiu após a redução de 70 para 60km/h no Bonocô.

Radar do Poder: A ambiguidade do PP, o plano de Roma para 2026, o apoio de Rui a Júlio Pinheiro e o conselho a Flávio Matos

radar do poder | 26 março 2025

Prêmio de consolação

O levantamento divulgado esta semana pelo instituto Paraná Pesquisas, que aponta a liderança folgada de ACM Neto (União) na disputa pelo Palácio de Ondina e a queda na popularidade do governador Jerônimo Rodrigues (PT), deu uma injeção de ânimo em prefeitos do PP no interior baiano diante do avanço das tratativas para a formação de uma federação entre o partido e a sigla que tem o ex-gestor de Salvador como vice-presidente nacional.

Em cima do muro

Explica-se: mesmo querendo estar na base do governo Jerônimo, de olho nos investimentos do Estado nos seus municípios, a maioria dos prefeitos do PP considera que, ao contrário dos deputados da sigla que já estão na base aliada, não precisam provar lealdade deixando a legenda caso a federação se concretize, sobretudo diante da possibilidade revelada pelas pesquisas de ACM Neto ser eleito em 2026. “Nessa situação, fica até confortável dizer que é governo, seja ele qual for a partir de 2027”, comentou à coluna um influente deputado pepista.

Rompendo o cordão

Principal prefeito do PP na Bahia, Zé Cocá, de Jequié, se reuniu no início desta semana com o presidente do partido na Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior. Aliado do gestor, o deputado estadual Hassan, da mesma sigla, também participou da conversa. Os três definiram que terão um posicionamento alinhado sobre a federação, a adesão institucional ao governo e as eleições de 2026. Com isso, Cocá deixou claro que, ao contrário do pleito de 2022, não irá seguir cegamente o deputado federal pepista João Leão, que deseja manter a aliança com ACM Neto.

Ponta do lápis

Com a possibilidade da federação, muitos políticos que pretendem concorrer a deputado federal e estadual nas eleições de 2026 que são filiados ao PP ou ao União Brasil estão fazendo as contas na ponta do lápis. Caso se unam de fato, as duas siglas atuarão como uma só, inclusive na composição das listas de candidatos, o que deve aumentar a competitividade e a chamada “linha de corte”. De olho na Câmara Federal, o deputado estadual Alan Sanches (União) e o ex-prefeito de Candeias Dr. Pitágoras (PP) intensificaram a procura por outras alternativas.

Bom marido

Presidente do PL da Bahia, João Roma quer emplacar a esposa, a deputada federal Roberta Roma, do mesmo partido, como vice na chapa encabeçada por ACM Neto nas eleições para o governo em 2026. Quer repetir o movimento feito pelo deputado estadual e atual presidente do PSDB baiano, Tiago Correia, cuja esposa, a empresária Ana Coelho (Republicanos), foi a companheira de chapa do ex-prefeito da capital na corrida pelo Palácio de Ondina. O resultado todo mundo viu no que deu.

Candidato a deputado

Roma acha que o PL tem tamanho para reivindicar a vice na chapa da oposição. O ex-ministro já disse a correligionários que só tem intenção de disputar o governo da Bahia em 2026 se ACM Neto não for candidato e apoiá-lo, cenário considerado improvável. Ele sinalizou a lideranças do interior, com quem mantém conversas toda segunda-feira, que será postulante a deputado federal no lugar da esposa. Se Roberta Roma não for a vice, a ideia é articular para ela um cargo na estrutura do PL nacional a partir de 2027.

Amigo fiel

Em tempos de vacas magras após o desempenho desastroso do PL no pleito de 2024 na Bahia, João Roma hoje só tem o apoio de um prefeito para concorrer a deputado. Trata-se do gestor de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (Republicanos). Os dois estiveram juntos no domingo (23), quando, a convite, o ex-ministro esteve no município para a inauguração de uma creche. Ednaldo garantiu ao aliado que, mesmo se aderir à base de Jerônimo, trabalhará pela eleição do amigo a uma cadeira na Câmara.

Resultado imprevisível

É considerado imprevisível o resultado de um eventual bate-chapa entre a deputada Fátima Nunes (PT) e o deputado Júnior Muniz (PT) pela 1ª vice-presidência da Assembleia. Alguns deputados do chamado “centrão” da Casa apostam que, mesmo com o apoio do governo, a petista será derrotada em pleno mês das mulheres. Há quem diga que, mesmo se fosse candidata única, ela não alcançaria o número mínimo de 32 votos para ser eleita. “O problema de Fátima não é Júnior, é ela mesma. Ela nunca se relacionou bem com os deputados”, disse um parlamentar governista à coluna.

Estranho no ninho

Embora não admita à imprensa que é candidato na eleição marcada para a tarde de hoje (26), Júnior Muniz tem feito campanha junto aos colegas, como revelou com exclusividade o site (LINK). O movimento tem o apoio de lideranças importantes do PT, a exemplo do prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, a quem o parlamentar é ligado. Além disso, é mais um gesto de insatisfação de Júnior com a forma como é tratado pelo líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), já que nunca ocupou um espaço de relevância na Assembleia, mesmo quando lhe foi prometido.

Casal Caetano

Por falar em Luiz Caetano, o prefeito e a esposa, a deputada federal petista Ivoneide Caetano, iniciaram uma articulação para que o vereador de Camaçari Tagner Cerqueira seja candidato à presidência do PT da Bahia. O casal também disse “não” ao movimento, já naufragado, do atual presidente do PT baiano, Éden Valadares, de lançar como sucessor o companheiro Sandro Magalhães. Aliás, nenhum deputado estadual ou federal do partido embarcou na ideia. Padrinho político de Éden, o senador Jaques Wagner também se recusou e entrar na “roubada”.

Apoio ministerial

Ministro da Casa Civil, o petista Rui Costa costuma dizer que sua prioridade é sempre a gestão, mas tem acompanhado de perto a sucessão no PT estadual. Júlio Pinheiro, ex-prefeito de Amargosa, nome encampado de bom grado pelo governador e o grupo do deputado federal Jorge Solla, conta com apoio expresso dele para suceder o atual presidente da sigla na Bahia, Éden Valadares. Até agora, no entanto, Júlio tem se recusado a entrar na disputa.

Novo emprego?

Ganha força o movimento para que o ex-vereador Tiago Ferreira dispute a presidência do PT em Salvador. A articulação tem o apoio do deputado estadual Robinson Almeida e do deputado federal Valmir Assunção, que integram as correntes petistas DS e EPS, respectivamente. O movimento também tem a simpatia da corrente CNB, que é majoritária. Tiago dialoga, inclusive, com o agora vice-presidente nacional do PT, Everaldo Anunciação, que já comandou a sigla na Bahia e é cotado para retornar ao posto na disputa interna do dia 6 de julho.

Vice em pó

Ao tomarem conhecimento do festival de policiais e carros da PM e do Corpo de Bombeiros de que o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e sua família se serviam, políticos do governo Jerônimo disseram que o chefe do Executivo estadual tem sido excessivamente tolerante com o emedebista. “Se o titular fosse Rui (Costa), Geraldo já teria virado pó”, disse um deles.

Flor da pele

O deputado federal Zé Neto (PT) reclamou junto a pessoas próximas do governador que tem sido deixado de fora das articulações conduzidas por Jerônimo e pelo secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), visando atrair o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, para a base aliada. O parlamentar, que tem na Princesa do Sertão o principal reduto eleitoral, anda com os nervos à flor da pele, se sentindo traído pelos companheiros.

Convidado a se retirar

Derrotado na eleição para a prefeitura de Camaçari, o ex-vereador Flávio Matos tem sido aconselhado por correligionários do União Brasil a desistir da ideia de concorrer a deputado federal em 2026. Caso mantenha a decisão de entrar na disputa, ele será convidado a se retirar do partido. Uma candidatura de Flávio atrapalharia os planos do ex-prefeito do município Antonio Elinaldo (União), que já tem o compromisso de apoiar a reeleição do deputado federal Paulo Azi (União) e a candidatura do deputado estadual Manuel Rocha (União) a uma cadeira na Câmara.

Pitacos

* Enquanto não se define o novo secretário de Comunicação do governo Jerônimo, um dos cotados já tomou outro rumo. O publicitário Cid Andrade vai encarar um desafio além-mar. Aceitou o convite para trabalhar nas eleições para 1º ministro de Portugal.

* Segundo pessoas próximas ao ministro, Rui Costa teria ficado chateado pelo fato de não ter sido chamado pelo presidente Lula para a viagem oficial ao Japão e ao Vietnã. Até porque Jaques Wagner foi um dos três senadores convidados.

* O deputado estadual Pancadinha (Solidariedade) deve anunciar na semana que vem a adesão à base do governo. É mais um que vai abandonar o grupo de ACM Neto. Sai da oposição se queixando de compromissos não honrados.

* Pancadinha já é tratado como aliado. Já se reuniu com Adolpho Loyola e esteve na Conder. A reeleição dele, no entanto, é considerada difícil diante da decisão do prefeito de Itabuna, Augusto Castro, de lançar a candidatura da esposa Andréa Castro.

* O deputado Euclides Fernandes, do PT, não conseguiu esconder ontem (25), nos corredores da Assembleia, a preferência pelo colega Júnior Muniz na disputa pela vice-presidente da Casa.

* Já o deputado Roberto Carlos (PV) brincou sobre a possibilidade de um bate-chapa na disputa pelo cargo. “Como o voto é secreto, a mão de muita gente coça e dá vontade de trair”.

* Embora publicamente defenda a candidatura de Fátima Nunes para a vice, a presidente da Assembleia, Ivana Bastos (PSD), não deve se intrometer na disputa interna dentro do PT.

* Isso porque Ivana também tem boa relação com Júnior Muniz. Há quem diga, inclusive, que a presidente prefere ter o parlamentar ao lado do que uma deputada que é muito próxima de Rosemberg Pinto.

* Ivana comandou, na semana passada, uma reunião com a bancada do partido dela, o PSD. Na ocasião, os deputados cobraram uma maior interlocução entre a presidente e o governo do Estado para o tratamento das demandas dos colegas.

* O policial federal Anderson Muniz, irmão do presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), passou a ser cotado para comandar a Codecon. Ele chegou a ser cogitado para a Arsal, mas o posto deve ser ocupado mesmo por Jean Sacramento.

Radar do Poder: Bruno e a lista de desejo dos vereadores, os possíveis sucessores de Otto e o brilho mais reluzente do PDT

radar do poder | 19 março 2025

Férias à Câmara

Não pegou bem na Câmara Municipal de Salvador uma piada atribuída ao prefeito Bruno Reis (União) de que os vereadores deveriam tirar férias ao longo do ano de 2025. A brincadeira foi feita como uma resposta bem-humorada às queixas de que o chefe do Executivo municipal não estaria priorizando o atendimento aos aliados do Legislativo. Alguns edis da base consideram, inclusive, que o prefeito não deve estar pensando em mandar nenhum projeto para a Casa no momento com receio de enfrentar obstáculos na tramitação. Há quem duvide até da chegada do novo PDDU em 2025.

Primeira chamada

Um vereador de um dos maiores partidos da base chegou a dizer à coluna que o prefeito não enviou um projeto para oficializar a criação da Secretaria do Mar, instituída para contemplar o PDT, porque não queria dialogar com os aliados, muitos com listas de solicitações de empregos, obras e apoio a eventos ou entidades. Desde que foi reeleito, Bruno Reis só começou a despachar com os vereadores na semana passada. Ele optou por iniciar com os novatos, aqueles que estão construindo agora a relação mais direta com a Prefeitura e que, em tese, não têm as mesmas cobranças de fatura política.

Novato guloso

Um dos poucos já atendidos por Bruno Reis, o vereador Marcelo Guimarães Neto (União), embora no primeiro mandato, não ficou satisfeito com o encontro. Ele teria considerado irrisória a promessa de 15 cargos terceirizados para empregar cabos eleitorais. Aliás, do partido de Marcelinho, apenas Kiki Bispo, líder do governo, Palhinha, que conquistou a cadeira na Câmara com a ida do colega Alberto Braga para a Secretaria de Inovação e Tecnologia (Semit), e Paulo Magalhães Júnior não teriam do que se queixar do prefeito. Ao menos é que se fala nos corredores da Câmara.

Ciumeira do vizinho

Além da alegada ‘demora’ no atendimento por parte do prefeito, diversos vereadores ouvidos pela coluna afirmaram que alguns colegas têm sido privilegiados pelo Executivo desde a campanha eleitoral, a exemplo de Omar Gordilho (PDT) e Roberta Caíres (PDT). Até mesmo integrantes de partidos contemplados de forma generosa na reforma administrativa de Bruno Reis têm reclamado. No PSDB, por exemplo, a lamúria ocorre porque o secretário indicado pela sigla, Rodrigo Alves, não teria carta branca para nomear ninguém na pasta.

Despacho do presidente

A questão dos cargos na Saúde será um dos temas da audiência entre Bruno Reis e o presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), marcada para segunda (24). Na mesma reunião, o prefeito deve bater o martelo sobre as indicações do tucano para o segundo escalão. O vereador pretende abrir mão de emplacar o irmão Anderson Muniz na Arsal visando contemplar Jean Sacramento, que é o atual Ouvidor do município e que chegou a ser cotado como subsecretário de Saúde – a coluna da semana passada revelou que os dois disputavam o posto. Dessa forma, Jean permanece no PSDB.

Dosimetria dos espaços

Vale lembrar que, das sete mudanças oficializadas por Bruno Reis no primeiro escalão por meio da reforma administrativa, cinco foram feitas sob medida para acomodar aliados políticos. Isso contribuiu, inclusive, para aumentar os rumores de que o prefeito poderia ser candidato ao governo ou ao Senado em 2026. “O problema é que poucos ficaram com muito e muitos ficaram com pouco ou nada, tanto no atacado quanto no varejo. Isso somado à falta de atendimento do prefeito motiva as insatisfações da base aliada na Câmara”, resumiu um vereador.

Herdeiro de Otto

Com o desejo de mandar o deputado federal Otto Filho (PSD) para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), como já revelou o site, o senador Otto Alencar (PSD) estuda lançar outro filho para disputar as eleições de 2026 para a Câmara. Ele estaria na dúvida entre Isadora Alencar, que já trabalhou no próprio TCE como assessora, ou Daniel Alencar, que é médico igual ao pai. Qualquer um dos dois teria mais talento para a política do que o irmão parlamentar, na visão de aliados.

Injeção de ânimo

O secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), almoçou nesta terça (18), na Assembleia, com a presidente da Casa, Ivana Bastos (PSD), e líderes partidários. A visita teria sido motivada pelos rumores, revelados pelo site, de que a líder da bancada do PT, Fátima Nunes, não contaria com a simpatia de parte dos aliados na eleição para a 1ª vice-presidência. O encontro injetou ânimo nos governistas para trabalharem em prol da petista, eleita em fevereiro suplente da Mesa Diretora com 47 dos 63 votos, a menor votação entre os demais integrantes do colegiado.

Protagonismo feminino

Ivana Bastos acabou assumindo o protagonismo da sessão especial da Assembleia que entregou, na semana passada, os títulos de cidadão baiano ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. Em discurso, ela afirmou ser um marco o fato de uma mulher estar presidindo a Casa num momento tão importante. Chegou a ler uma carta enviada pelo senador Angelo Coronel (PSD) a parabenizando pela ascensão ao posto de chefe do Poder, o que teria deixado os senadores Otto e Jaques Wagner (PT) enfezados.

Forcinha da oposição

Mesmo com mais de 50 parlamentares presentes na Assembleia por conta da posse definitiva de Ivana Bastos como presidente da Casa, o governo Jerônimo Rodrigues (PT) precisou de uma “forcinha” da oposição para conseguir aprovar, ontem (18), o projeto de reajuste dos professores indígenas e o que cria cargos na Casa Civil. Após a oposição tentar derrubar a sessão, o quórum mínimo de 32 deputados só foi alcançado porque Manuel Rocha (União) marcou presença a pedido de Marcinho Oliveira (União), que praticamente já é governista.

Painel alcaguete

O detalhe curioso é que houve uma tentativa do líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), de esconder o leve apoio de Manuel Rocha ao Executivo na sessão de ontem, talvez combinado com o próprio colega oposicionista, que, ao contrário de Marcinho, tem boa relação com o ex-prefeito ACM Neto (União). O petista pediu aos técnicos que cuidam do painel eletrônico que mudassem rapidamente a tela quando o quórum de 32 fosse alcançado. Isso, no entanto, não aconteceu, e todos puderam notar que coube a Manuel garantir a continuidade da votação a favor do governo.

Mudança de planos

O gesto de Manuel Rocha em favor do governo aconteceu um dia após um dos principais aliados do deputado na região oeste, o prefeito de Santa Maria da Vitória, Tonho de Zé (União), declarar apoio a Jerônimo, após audiência com o governador. O gestor vai manter o compromisso de seguir ao lado do parlamentar, candidato a uma cadeira na Câmara Federal. Entretanto, as conversas sobre o apoio ao ex-prefeito de Camaçari Antonio Elinaldo (União) para a Assembleia podem minguar, pois Tonho estuda lançar a irmã Bete Santos, secretária municipal de Saúde, como candidata.

Malas prontas

Já Marcinho Oliveira deve deixar o União Brasil na janela partidária. Ele, que garante ser postulante à reeleição, tem convites do PP, do MDB e do Avante. Deve optar pelo último, segundo apurou a coluna. Com atuação forte principalmente no interior, Marcinho também quer aumentar a votação na capital em 2026. Quem tem frequentado o gabinete dele é o vereador Maurício Trindade (PP) e o ex-vereador Adriano Meireles (PSDB). Ambos declararam apoio ao deputado.

Efeito colateral

A possibilidade cada vez mais real de o PP formar uma federação com o União Brasil no plano nacional deve fazer Jerônimo Rodrigues intensificar as conversas para atrair o PDT para a base aliada, revelou uma fonte ligada ao Palácio de Ondina. “O governador vai precisar de partidos para acomodar o exército de candidatos a deputado que terá em 2026, incluindo ex-prefeitos. Já há uma preocupação, por sinal, em acomodar os próprios quadros do PP que não querem ficar numa federação liderada por ACM Neto (União)”, avaliou uma fonte ligada ao Executivo.

Adesão a caminho

Por sinal, o ex-prefeito de Araci Silva Neto, que coordena o movimento municipalista do PDT da Bahia e é primeiro suplente do partido na Assembleia, terá, na sexta (21), uma reunião com Adolpho Loyola para tratar da adesão da sigla ao governo. O encontro tem o aval do presidente da legenda na Bahia, o deputado federal Félix Mendonça Júnior. Na ocasião, Silva pretende agendar uma reunião entre prefeitos pedetistas e o governador.

Insegurança francesa

No Aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães, se sucedem os problemas com a francesa Indigo, empresa escolhida, pelo visto pelo critério de nacionalidade, pela também francesa Vinci para operar o estacionamento. Sem preparo, a Indigo já obrigou os usuários a aguardarem horas em filas para pagar pelo serviço e agora convive com o vexame de ter permitido que um carro fosse roubado em plena luz do dia e ainda colocado em dúvida que o proprietário de fato houvesse deixado o veículo estacionado no local enquanto fazia uma viagem rápida a BH.

Pitacos

* Famoso supermercadista estaria há noites sem dormir do outro lado do Atlântico depois de tomar conhecimento de que a Polícia Federal teria achado fortes ligações dele – por meio do recebimento de milhões – com um investigado de uma operação em curso.

* Já há quem diga que o retorno do supermercadista ao Brasil deve ser antecipado por motivo de ‘força maior’.

* Jerônimo finalmente tirou a presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, a desembargadora Cyntia Resende, do freezer em que a manteve por meses, o que, como mostra a foto, a deixou exultante.

* Quem abriu as portas do governo para receber a magistrada foi o secretário estadual de Justiça, Felipe Freitas.

* Ao participar da abertura de um evento sobre a agroindústria familiar da Bahia, em Feira de Santana, na semana passada, o prefeito da cidade, José Ronaldo (União), brincou na presença de Jerônimo.

* Ele afirmou que aquela era a primeira vez em que subia num palanque do Estado em 18 anos de governo. Ou seja, mesmo tendo sido prefeito nos governos de Rui Costa e do hoje senador Jaques Wagner (PT), nunca recebeu a mesma deferência.

* O deputado Hilton Coelho (PSOL) afirmou à coluna que não pretende adotar nenhuma medida judicial contra a posse de Ivana Bastos como presidente da Assembleia sem novas eleições.

* “No meu entendimento, o certo seria uma nova eleição de toda a Mesa Diretora. Seria muito melhor para a Casa que Ivana fosse eleita de fato. Ela sairia do processo mais fortalecida. Mas acho que não cabe mais (recurso judicial)”, disse o parlamentar.

* Agradou ao ministro da Casa Civil, o petista Rui Costa, a decisão do presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, de não disputar a reeleição para o comando da legenda, em julho.

* Em um congresso do partido ocorrido em Brasília, em dezembro de 2024, Rui disse a correligionários que estava disposto a apoiar um nome que concorresse contra o atual dirigente, que é liderado de Jaques Wagner.

Radar do Poder: O dilema kafkiano de Ivana Bastos, a tese de Nelson Leal, um cargo para Carlos Muniz e a ameaça do capitão

radar do poder | 12 março 2025

Verdade provisória

“Em tempos de incerteza, até a verdade parece provisória”. A frase do escritor tcheco Franz Kafka resume bem a volatilidade dos últimos acontecimentos na Assembleia. Em menos de 24 horas, a atual presidente Ivana Bastas (PSD), tão cheia de dúvidas quanto de conselheiros, mudou de posição ao menos três vezes sobre o caminho a percorrer para ser confirmada no comando da Casa após o afastamento do colega Adolfo Menezes (PSD). E ninguém sabe ao certo ainda qual será a solução final.

Giro de 360º

Na segunda (10), Ivana apoiou um parecer da Procuradoria Jurídica da Casa, aprovado na reunião da Mesa Diretora, sustentando que a deputada poderia ficar na presidência em definitivo sem disputa, posição defendida antes por ela e por outros parlamentares. Na terça (11), após ouvir juristas próximos, comprou a ideia de que o certo seria fazer uma eleição, mesmo que “simbólica”, seja lá o que isso signifique. Ao final do mesmo dia, a tese da efetivação automática retomou força depois que a presidente consultou desembargadores e políticos, entre eles o senador Jaques Wagner (PT).

Torre de Babel

Por quase três horas, o tema foi debatido por Ivana com colegas em uma reunião na tarde de ontem, na sala da presidência. O encontro deveria contar apenas com as presenças da presidente e dos líderes, mas a sala ficou lotada de deputados dando as próprias opiniões. Parecia uma Torre de Babel, onde ninguém se entendia. Prevaleceu a tese de que a deputada do PSD precisa aguardar o arquivamento do processo contra Adolfo no STF antes da efetivação e de ser substituída na 1ª vice pela deputada Fátima Nunes (PT).

Tese aloprada

Ex-presidente da Assembleia, o deputado Nelson Leal (PP) disse, na reunião, que uma nova eleição para oficializar Ivana na presidência caracterizaria um segundo mandato consecutivo da parlamentar no comando da Casa. A tese virou motivo de piada. Um outro ponto, no entanto, é levado mais a sério: se Ivana for efetivada automaticamente, na condição de substituta imediata do titular, ela poderia, teoricamente, ficar por mais dois biênios sem infringir a jurisprudência do STF, situação semelhante à do presidente da Câmara de Salvador, vereador Carlos Muniz (PSDB).

Como uma nuvem

Já o entendimento sobre a ocupação da 1ª vice mudou. Na segunda (10), a Mesa Diretora havia aprovado, no mesmo parecer da Procuradoria Jurídica, que não havia necessidade de nova eleição, com a ascensão da suplente Fátima Nunes. Agora, vai ocorrer justamente o oposto, embora ninguém garanta que tudo não possa mudar novamente – é como uma nuvem, brincou o deputado Robinho (União). Foi justamente essa mudança que gerou a confusão sobre a presidência.

Altruísmo tardio

Durante a citada reunião no gabinete de Ivana, deputados chegaram a sondar se uma eventual renúncia de Adolfo à presidência da Assembleia poderia acelerar os trâmites internos para resolver o imbróglio legal. Mas o setor jurídico da Casa disse que não. O ‘altruísmo’ ajudaria se o pessedista, responsável pela  confusão ao tentar a sorte na roleta russa do STF quando insistiu na reeleição, tivesse aberto mão do cargo antes de o ministro Gilmar Mendes afastá-lo em definitivo. Como se trata do julgamento de uma reclamação sobre um tema com jurisprudência consolidada, o entendimento do Supremo é que essa decisão final pode ser monocrática.

Renovação da frota

O fato é que, na prática, Ivana já assumiu em definitivo a presidência. Ontem (11), ela comandou a primeira reunião com líderes partidários de todas as bancadas e blocos. Prometeu que fará um encontro do tipo por mês. A atitude agradou, pois Adolfo só costumava fazer isso com os “cabeças” do governo e da oposição. Na quinta (14), em outra reunião da Mesa Diretora, Ivana deve sinalizar que vai atender a outros pleitos dos colegas, incluindo a renovação da frota de veículos alugados para os parlamentares – o Corolla Cross, modelo atual, deve dar lugar a algum tipo de caminhonete ou SUV.

Diárias para assessores

Os deputados também querem que Ivana autorize a Assembleia a pagar diárias para assessores e motoristas durante as viagens de trabalho. Hoje, apenas os parlamentares têm direito ao valor de R$ 900 por dia. A ideia é que motoristas e assessores possam receber cerca de R$ 400 nessas situações, assumindo os próprios custos com hospedagem e alimentação, por exemplo. Além disso, a nova presidente tem planos de fazer uma renovação em quadros de comando do Legislativo, para dar uma “oxigenada”.

Cota familiar

O prefeito Bruno Reis (União) quer concluir até esta sexta (14) a reforma administrativa no segundo escalão. Carlos Muniz pretende indicar aliados para comandar dois órgãos: a Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos (Arsal) e a Coordenadoria de Defesa do Consumidor (Codecon). Para o primeiro, o nome mais forte é o do policial federal Anderson Muniz, irmão do edil tucano e que já foi, por um breve período, deputado estadual, em 2019.

Visita ao palácio

Quem também estaria cotado para a Arsal é o chefe da Ouvidoria Geral do Município (OGM), Jean Sacramento. De acordo com vereadores da base, ele se reuniu nesta terça (11) com Bruno Reis para tratar do futuro. A possibilidade de permanecer onde está é remota, uma vez que o cargo deve ser ocupado pelo ex-diretor da Codecon e suplente de vereador Zilton Netto (PDT), ligado ao deputado federal Leo Prates (PDT). Outra alternativa para Jean seria ocupar a chefia de gabinete da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Debandada tucana

Jean, que coordenou a campanha do PSDB à Câmara Municipal nas eleições de 2024 em Salvador, chegou a ser cotado para a sub da saúde, mas não vingou. Carlos Muniz garante que a decisão foi de Bruno Reis, mas o ouvidor, segundo pessoas próximas, acredita que o presidente da Câmara optou por indicar ao posto Edriene Teixeira, que foi nomeada. Ela é ligada ao vereador Maurício Trindade (PP), aliado de Muniz. O climão desgastou o ouvidor, que está de malas prontas para deixar o partido, levando junto suplentes e lideranças.

Acordo com os bispos

No Diário Oficial desta quarta (12), Bruno Reis deu andamento ao acordo firmado com o Republicanos de entregar ao partido, com “porteira fechada”, as secretarias de Infraestrutura (Seinfra) e Manutenção (Seman), por meio da nomeação de diretores do alto escalão. Na Diretoria de Manutenção e Infraestrutura, a mais importante da segunda pasta, saiu Luciano Sandes e entrou José Monteiro, da cota da legenda liderada pelo deputado federal Márcio Marinho e pelo titular da Seinfra, o vereador licenciado Luiz Carlos. Monteiro já passou por diversos cargos nas duas secretarias.

Secretaria fortalecida

Nesta quinta-feira (13), Bruno Reis deve concluir as conversas para colocar sob o guarda-chuva da Seinfra a reforma e construção de quadras e campos. Hoje, a responsabilidade é da Superintendência de Conservação e Obras Públicas (Sucop), que, apesar de ser subordinada à secretaria de Luiz Carlos, atua de forma independente. Vale lembrar que o Republicanos tentou assumir o controle da Sucop, mas o atual chefe do órgão, Orlando Castro, é tido como intocável – ele foi indicado pelo ex-ministro e então aliado Geddel Vieira Lima (MDB) e se tornou próximo do prefeito.

Dedicação exclusiva

Luciano Sandes, que deixou a diretoria de Manutenção e Infraestrutura da Seman, terá agora dedicação exclusiva – antes ele acumulava as duas funções – ao cargo de secretário de Articulação Comunitária e Prefeituras-Bairro. A pasta, que já existia na prática, foi formalizada por meio de lei aprovada no final do ano passado pelos vereadores, e passa pelos últimos trâmites para ter equipe e orçamento próprio para atuar de forma executiva. A sub de Luciano será Cláudia Cavalcanti – os dois trabalham juntos desde a gestão de ACM Neto (União).

Saída comemorada

A mudança de Alexandre Tinôco da Secretaria de Ordem Pública (Semop) para a Secretaria de Gestão (Semge) foi recebida com certo alívio por parte da classe política. Reservadamente, vereadores relataram à coluna que enfrentavam dificuldade de acesso à Semop. A insatisfação era tamanha que os comentários sobre a saída de Tinôco beiravam a uma espécie de comemoração. Agora na Semge, o desafio dele é lidar com os servidores públicos, um grupo que também sabe fazer pressão quando necessário.

Anúncio de rompimento

Quem está insatisfeito com Bruno Reis é o deputado federal Capitão Alden (PL). Nesta terça (11), o parlamentar recebeu indicações de que Maurício Lima, amigo pessoal de ACM Neto, será mantido na Diretoria de Segurança Urbana e Prevenção à Violência. Ou seja, a indicação feita por Alden para que o coronel Humberto Sturaro assumisse a vaga minguou. O deputado já teria, inclusive, preparado o anúncio do rompimento. Agentes da Guarda Civil Municipal também esperavam a mudança.

Cadê o compliance?

O superintendente de um dos principais shoppings de Salvador tem se exaltado em reuniões com lojistas, principalmente, “por coincidência”, quando são mulheres. A mensagem que os superiores precisam passar ao superintendente é de que, além de educação, ele precisa ter cuidado porque shopping vive de moda e se a moda Maria da Penha pega, não sobrarão “Josés” nem muito menos “Luízes” para contar a história.

Pitacos

* Desde o Carnaval, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) já falou ao menos duas vezes com a imprensa sobre convidar Bruno Reis para uma audiência, com o objetivo de tratar dos investimentos do Estado na capital.

* Porém, como contou Bruno Reis à coluna na segunda, até agora nada foi agendado. “Eu solicitei (o encontro) em fevereiro de 2023, e estou no aguardo. Converso com todo mundo, principalmente sobre os interesses da cidade”.

* Líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT) aconselhou o prefeito da capital a parar de criticar Jerônimo se quer mesmo a audiência. “Parece até que o prefeito é candidato a governador”, brincou.

* Carlos Muniz retorna ao trabalho na próxima semana. Ele andou ausente por conta de uma cirurgia de hérnia abdominal, mas marcou presença na posse do pupilo e agora ex-chefe de gabinete Diego Brito para o comando da Transalvador, na segunda (10).

* Muniz revelou à coluna que Diego não queria assumir o cargo, por ser reservado e preferir o bastidor, mas foi convencido. “E toda missão que ele aceita ele cumpre com louvor. Não será diferente na Transalvador”.

* Durante os anúncios feitos na segunda (10) por Bruno Reis da reforma administrativa, o vereador Paulo Magalhães Júnior (União) e o assessor especial do prefeito Igor Dominguez (DC) demonstraram a maior afinidade.

* Resta saber se o clima entre os dois vai continuar assim à medida em que a eleição de 2026 se aproxima. É que eles serão candidatos a deputado estadual e duelarão por votos em Salvador.

* O presidente do PDT da Bahia, deputado Félix Mendonça Júnior, não ficou tão animado com a nomeação da irmã, Andréa Mendonça, na nova Secretaria do Mar. O parlamentar sabe que a tal pasta é, na verdade, uma assessoria da Secretaria de Governo.

* Na terça (11), no saguão da Assembleia, o deputado Diego Castro (PL) mostrou o maior entrosamento com sindicalistas que pleiteavam melhorias para os servidores públicos. Mas ele se recusou a tirar fotos com a turma. Todo mundo usava vermelho.

* Esposa de Adolfo Menezes, Denise Menezes deixou o comando do projeto social Assembleia com Carinho, cargo que ocupava de forma voluntária. Ivana Bastos ainda deve escolher uma outra pessoa para a função.

* Mal assumiu o cargo de secretário de Mobilidade de Salvador, Pablo Souza já embarcou para a capital dos EUA com o objetivo de participar de um fórum organizado pelo Banco Mundial. A Prefeitura garante que quem pagou a consta foi o banco.

* No primeiro mandato, o prefeito de Encruzilhada, Dr. Pedrinho (PCdoB), espalhou outdoors pela cidade com um balanço das contas municipais. A publicidade tem, ainda, um QR Code que direciona o cidadão à página da Prefeitura TCM. Ótimo exemplo!