Foto: Elói Corrêa/Arquivo/GOVBA
Carlos Mello é cotado para o comando da Embasa 30 de dezembro de 2024 | 12:06

Sindae faz nova ofensiva para dificultar indicação de Carlos Mello para presidência da Embasa

exclusivas

O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente da Bahia (Sindae) formalizou questionamentos ao Comitê de Elegibilidade da Embasa contra a nomeação de Carlos Mello como membro do Conselho de Administração da empresa, chamado de Consad. Trata-se de mais uma manobra do Sindae para tentar impedir que Mello se torne o próximo presidente da concessionária, o que é uma alternativa colocada sobre a mesa do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Este Política Livre já mostrou com exclusividade que o sindicato chegou a divulgar um comunicado afirmando que os trabalhadores reagiriam com “forte indignação” a uma eventual indicação de Carlos Mello, que é o atual presidente do Consad, para comandar a Embasa. Para o Sindae, isso seria um sinalização de que o governo deseja privatizar a concessionária.

Com a resistência do sindicato, que tem forte peso político, o Consad, com o respaldo do governo, optou por escolher como presidente interino da Embasa o atual diretor de Operações do Interior da empresa, Gildeone Almeida Santos, após a saída de Leonardo Góes, indicado pelo presidente Lula (PT), por influência do senador Jaques Wagner (PT), para uma diretoria na Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA). Porém, como o nome de Mello segue no radar do Palácio de Ondina, o Sindae decidiu redobrar a artilharia.

Nos questionamentos enviados pouco antes do Natal ao Comitê de Elegibilidade da Embasa, o sindicato aponta o que considera ser uma série de irregularidades que tornam a designação de Mello ao Consad como incompatível com as normas legais, estatutárias e os princípios fundamentais de governança corporativa da empresa.

Uma das principais irregularidades identificadas é a acumulação de cargos. Carlos Mello ocupa, simultaneamente, a chefia de gabinete Casa Civil e a presidência do conselho. Além disso, o sindicato afirmou que ele foi nomeado, em diversas ocasiões, como secretário interino da Casa Civil, incluindo uma designação oficial publicada no Diário Oficial do Estado em 29 de novembro de 2024, em uma das exonerações temporárias do titular, Afonso Florence, que é deputado federal licenciado, para tratar das emendas parlamentares em Brasília.

De acordo com o Sintae, essa “sobreposição de funções fere os pilares da boa governança, levantando questionamentos éticos sobre sua imparcialidade e comprometimento com os interesses da Embasa”.

O sindicato aponta ainda que surgiram denúncias contra Carlos Mello envolvendo aumentos indevidos de remuneração de assessores da presidência do conselho, gastos excessivos com passagens aéreas e uso de jatinhos. A entidade também acusa Mello de promover alterações no Estatuto Social da Embasa para enfraquecer o controle exercido pelo próprio Consad, fortalecendo a presidência da empresa, inclusive no fechamento de negócios e ampliação do teto de patrocínio.

A indicação de Carlos Mello para o comando da Embasa seria do interesse do atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Porém, a nome também seria do agrado de Wagner (PT), já que Mello exerce a função de chefe de gabinete da Casa Civil do Estado desde 2007, quando o senador, que havia indicado Leonardo Góes para o comando da empresa no início de 2023, estava no primeiro mandato como governador da Bahia. Já o Sintae deseja que Gildeone Almeida seja efetivado na presidência da empresa.

Política Livre
Comentários