22 novembro 2024
Eduardo Salles é engenheiro agrônomo com mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Está no seu terceiro mandato de deputado estadual e preside a Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, além da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Produtivo. É ex-secretário estadual de Agricultura e ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (CONSEAGRI). Foi presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia e da Câmara de Comércio Brasil/Portugal. Há 20 anos é diretor da Associação Comercial da Bahia. Ele escreve neste Política Livre mensalmente.
Um dos grandes orgulhos que tive ao exercer o cargo de secretário estadual de Agricultura era quando técnicos das demais unidades da federação reconheciam que a defesa agropecuária baiana estava entre as três melhores do país. Sem dúvida nenhuma a ADAB (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia) possui um quadro de servidores de excelência. Em pouco mais de duas décadas de criação, tem relevantes serviços prestados à agropecuária do Estado e, consequentemente, à economia.
Criada em 1999, a ADAB chegou a ter mais de 2.000 servidores, mas hoje são apenas 600, com 230 concursados. A falta de infraestrutura é outro problema grave, principalmente a frota disponível aos servidores.
E não é de agora que venho alertando sobre a importância de fortalecer a ADAB. Em junho de 2017 promovi, na Assembleia Legislativa da Bahia, uma audiência pública para alertar sobre o assunto.
Passado o período eleitoral, chegou a hora de estabelecer um programa de governo que retome a importância da ADAB, responsável pela inspeção e controle de produtos agropecuários, setor que responde por 23,8% do PIB baiano.
A Bahia possui 56 milhões de hectares, área idêntica à de muitos países europeus. Essa dimensão territorial impõe muita dificuldade para a defesa agropecuária manter nosso rebanho e culturas livres de pragas provenientes de outras unidades da federação e países.
Desde sua implantação muitas vitórias foram conseguidas, como o controle da febre aftosa, o combate à lagarta (Helicoverpa armigera) que poderia exterminar a cultura do algodão e outras na Bahia, a adesão ao SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção) e tantas outras.
Não podemos correr o risco de a mosca da carambola exterminar milhares de empregos da fruticultura do Vale do São Francisco, o cancro cítrico prejudicar a citricultura no Recôncavo e em Rio Real, a monilíase devastar a economia da região cacaueira e tantos outros exemplos.
A defesa agropecuária não é um assunto restrito apenas a esse setor, mas à economia baiana. É preciso que todos nós enxerguemos que defender a ADAB é proteger o patrimônio da agropecuária baiana.
Defendo que a ADAB tenha em sua diretoria, mesmo que por nomeação política, quadro com a qualificação necessária. Posso garantir, por experiência própria, que seu corpo de servidores possui condições de oferecer esses nomes.
Acredito também ser fundamental a valorização da carreira dos servidores, a abertura imediata de concurso público, a melhoria na infraestrutura e o aperfeiçoamento da gestão como condições sine qua nom para o fortalecimento da ADAB.
Tenho como um dos pilares do meu mandato como deputado estadual a defesa incondicional da agropecuária baiana e, por esse motivo, em parceria com técnicos da ADAB, elaborei uma emenda à LOA (Lei de Orçamento Anual) para um aporte de R$ 25 milhões que serão destinados para melhorar a infraestrutura da ADAB e oferecer ao seu corpo de servidores melhores condições para evitar que pragas coloquem em risco um dos setores responsáveis pela geração de milhares de empregos.
Como deputado estadual reeleito, engenheiro agrônomo e defensor incondicional da agropecuária baiana, essa sempre será uma bandeira minha, pois entendo que sem defesa agropecuária forte colocaremos em risco milhares de empregos e a economia do Estado.