27 novembro 2024
Caladinho, como convém, o governo baiano entrou na disputa pela atração da montadora asiática Chery, que começa a comercializar este ano o primeiro carro chinês no Brasil, o Tiggo, e procura uma base no País para evitar o pagamento de impostos de importação pelo fato trazer os automóveis da vizinha Argentina.
Além da Bahia, estão de olho na Chery o Ceará, principal concorrente nordestino, Minas Gerais e Rio de Janeiro, informou há pouco uma fonte do governo ao Política Livre, alegando que toda a negociação tem sido conduzida no mais absoluto sigilo, igualmente pelos quatro Estados, para evitar dificuldades nas conversas.
O assunto passou a ser, entretanto, badalado depois que o gerente de Treinamento Empresarial da Chery, Wagner Montovani, deu uma coletiva na semana passada em São Paulo para falar sobre o lançamento do Tiggo no país. O executivo admitiu que há um grupo de estudos da montadora, integrado por consultores internacionais, analisando o mercado local.
Por enquanto, antecipa a fonte baiana ao site, no Nordeste, a Bahia leva a vantagem de possuir um parque automotivo, capitaneado pela Ford, em Camaçari, mas o Ceará aparentemente tem sido mais agressivo na política de atração do investimento, oferecendo, por exemplo, melhores cotas de incentivos fiscais.
O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), teria estado com os executivos da montadora pessoalmente numa viagem que fez em maio à Europa. Como a Chery é estatal, as discussões são travadas diretamente entre os governos do País e dos Estados interessados no investimento.
A estimativa é que trate-se de um empreendimento de US$ 700 mi com capacidade para produzir 150 mil unidades por ano. A Chery geraria no país 10 mil empregos – diretos e indiretos -, diz a mesma fonte do governo baiano ao site.