23 novembro 2024
Em sua edição de hoje, o jornal A Tarde dá conta de que o presidente da OAB baiana, Saul Quadros, resolveu impugnar as candidaturas de todos os seus adversários – Dinailton Oliveira, que o antecedeu e quer voltar, José Amando, que era íntimo de Saul e tinha sua cobertura na Ordem, mas rompeu com ele, e Roque Aras, a única verdadeira novidade na sucessão da entidade, inclusive.
Argumento de Saul: em todas as chapas há companheiros dos concorrentes que apresentam alguma irregularidade junto à OAB – inadimplência ou prazo de inscrição na Ordem incompatível com o que estabelece o estatuto com relação a disputas eleitorais. Saul pode, de fato, ter muitas justificativas legais para a drástica iniciativa, mas apenas uma prosperá junto ao advogado que irá às urnas no dia 25 definir o destino da OAB:
O candidato assumiu que está com medo de enfrentar a reeleição – quer disputar sozinho, no tapetão. À leitura automática, os adversários de Saul podem querer acrescentar que, assim, ele evidencia seu espírito autoritário ou qualquer outra acusação que potencialize a imagem de alguém que age com violência contra a livre concorrência e, pior do que isso, o debate de idéias em torno de um órgão que, na Bahia, precisa urgentemente recuperar sua expressão social.
Não se pode tirar da iniciativa de Saul, entretanto, pelo menos um mérito: Ele chama a atenção para o fato de que, mais do que nunca, as eleições e a função social da Ordem precisam passar a ser acompanhadas não mais exclusivamente pela classe dos advogados, mas por toda a sociedade baiana. Como diz o ditado, antes tarde do que nunca.