22 novembro 2024
Com a demora na definição da indicação de César Borges para candidato ao Senado na chapa de Jaques Wagner (PT) cresceu imensamente nas últimas horas o movimento entre deputados de partidos aliados ao governo e do próprio PT contra a aliança com o PR presidido pelo senador para a chapa proporcional (de deputados).
O principal argumento deles é de que, com a cada vez mais distante perspectiva de Borges de fechar um acordo com os candidatos do DEM, Paulo Souto, e do PMDB, Geddel Vieira Lima, o governo “vacila” em buscar se submeter à pressão do senador para selar a coligação proporcional com o PR.
“O PR nacional já fechou apoio a Dilma, Geddel diz que não quer mais Borges, o mesmo diz o DEM. Para onde Borges vai agora, se não for para a chapa de Wagner?”, questiona um petista de alto coturno na Assembleia Legislativa, observando que o governador ainda não percebeu que estaria na hora de “virar o jogo” contra Borges.
Por virar o jogo, ele entende uma decisão de Wagner no sentido de aceitar apenas o senador, como sempre foi o desejo do PT, vetando a coligação do PR com seu partido para a chapa de deputados. “De muito boa, a situação de Borges e do PR ficou muito ruim. Agora, eles só terão coligação para deputado por generosidade do PT”, disse o mesmo petista.
Segundo ele, não teria sido por outro motivo que o deputado estadual Capitão Tadeu, um socialista que não comunga exatamente com a cartilha do governo, apesar de a presidente de seu partido, Lídice da Mata, estar praticamente fechada como outra candidata ao Senado na chapa de Wagner, teria atacado ontem na Assembleia a aliança com o PR.
“O que o PR e César Borges não perceberam é que o senador deixou de ser a vedete das eleições. A fila andou. Agora, ele não tem alternativa, senão a chapa de Wagner ou não vai concorrer. Portanto, nenhum partido quer mais dar coligação na proporcional ao PR, como já estava praticamente acontecendo”, disse um oposicionista agora há pouco ao Política Livre.
Ele relatou ter conversado com o deputado Capitão Tadeu ontem à tarde. Teria saído convencido de que, quando se posicionou contra a aliança com o PR, o parlamentar do PSB não teria falado apenas em seu nome exclusivamente. “Não posso dizer que Tadeu foi aconselhado por ninguém a criticar a aliança. Mas ele não está sozinho”, revelou.