23 de setembro de 2010 | 18:55

Como fica a disputa presidencial após o Datafolha

A pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira aponta para uma redução da vantagem de Dilma Rousseff (PT) sobre seus adversários, aumentando a chance de haver segundo turno na eleição presidencial.

Foi a primeira sondagem feita após a queda da ministra Erenice Guerra por denúncias de tráfico de influência dentro do governo. E também a primeira depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou seus ataques à imprensa.

Dilma oscilou de 51% para 49% do total de votos, principalmente por perder eleitores entre os mais escolarizados e de renda mais alta. Marina Silva (PV) manteve sua tendência de crescimento e chegou, segundo o Datafolha, a 13%. José Serra (PSDB) foi de 27% para 28%. Ambos ganharam votos nos mesmos segmentos em que Dilma perdeu.

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A petista parece ter batido no seu teto de crescimento e refluído. Mas é necessário mais um ou dois levantamentos para confirmar se há uma tendência de queda. O Ibope divulga pesquisa nesta sexta-feira.

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O grupo onde Dilma perdeu votos é o menor do eleitorado: os mais ricos e escolarizados. São justamente os eleitores menos propensos a votar na petista. Os candidatos de oposição estão perto de alcançar seus limites nesse segmento. Para levar a eleição para o segundo turno, precisariam crescer também nos estratos de renda e escolaridade mais baixa. Esse é o movimento a se observar a partir de agora.

Nesta eleição, ainda não houve ondas que tenham partido do alto da pirâmide social em direção à base. Até agora, o movimento tem sido oposto. Uma reversão dessa tendência, embora mais difícil, poderia levar a eleição para o segundo turno.

De qualquer modo, a pesquisa tem efeitos imediatos: melhora o moral das campanhas de Serra e Marina, acende uma luz amarela para a campanha de Dilma e pode mudar a estratégia petista em relação à imprensa – seja no sentido de recrudescer os ataques, seja no sentido de abrandá-los.

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