23 novembro 2024
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) criticou nesta segunda-feira, 28, a velocidade de reação do governo do presidente Michel Temer ao lidar com a greve dos caminhoneiros, que chega hoje ao seu oitavo dia. “Acho que o governo demorou, deveria ter agido antes”, declarou o presidenciável tucano, que participou esta manhã de uma palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). “Em São Paulo, o governador Marcio França (PSB) ajudou, na medida em que precisa ter diálogo”, acrescentou, ecoando o que o próprio França disse mais cedo , em entrevista à radio Eldorado. Alckmin criticou ainda o fato de o governo ter apenas oferecido um congelamento dos preços do diesel por 60 dias. “Não pode ter uma solução de 60 dias, precisa ter uma regra permanente”, defendeu. O tucano defendeu um reajuste baseado na media de “no mínimo 30 dias” dos preços da commodity e também um “colchão tributário” para absorver choques dos preços e da desvalorização do real. “Quando atingir o pico do petróleo, cai o PIS/Cofins. Quando volta a cair, restabelece o imposto e não prejudica tanto a questão fiscal”, disse. O que não pode, argumenta, é ter “11 reajustes em 15 dias”. Em entrevista concedida mais cedo ao Bom Dia Brasil, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou que o preço do combustível está congelado pelos próximos 30 dias e que, após esse período, os reajustes serão mensais. O ex-governador também disse ser “inaceitável” aumentar imposto, sem, no entanto, fazer referência direta ao imposto de importação do diesel que está entre as medidas anunciadas pelo governo. “Acho que, por trás desse movimento, tem uma revolta com a questão da carga tributária brasileira”.
Estadão Conteudo