Foto: Dida Sampaio/Estadão
O pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin 18 de julho de 2018 | 21:30

Com sinal de apoio do PTB, Alckmin poupa suspeitos de irregularidades no partido

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O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, poupou de críticas o PTB e seus dirigentes investigados na operação Registro Espúrio horas depois de o partido indicar apoio ao tucano nas eleições 2018. Entre os suspeitos de irregularidades no Ministério do Trabalho, controlado pelo partido, estão o presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, condenado no mensalão, a filha dele, a deputada Cristiane Brasil (RJ), e o líder do partido na Câmara, Jovair Arantes (GO). Alckmin disse estar “muito alegre e feliz” com a decisão unânime da executiva nacional do PTB de indicar apoio a ele e esquivou-se de comentar as suspeitas contra o partido e dirigentes, apesar de ter sido questionado três vezes por jornalistas durante participação no Fórum da Mobilidade, promovido pela ANPTrilhos. “O PTB tem bons quadros, bons prefeitos, bons parlamentares”, disse Alckmin, citando que o PSDB integrará a coligação do senador Armando Monteiro (PTB), pré-candidato ao governo de Pernambuco. “Em nenhum momento ninguém tocou no assunto de espaço governamental. Precisamos trabalhar com as melhores pessoas e é isso que vamos fazer. Todos os partidos têm bons quadros”. O ex-governador citou, por exemplo, que o PTB controla a Secretaria da Justiça do governo paulista há cerca de oito anos e costuma indicar juristas para a chefia da pasta. O último foi o ex-procurador-geral de Justiça do Estado Marcio Elias Rosa. Alckmin citou o quadro pluripartidário brasileiro e disse que, para governar, é preciso montar um time. “Aliança é importante. Ninguém faz política sozinho, você precisa ter time, equipe. É a campanha muito curta, e de outro lado para governar”. O tucano também afirmou que trabalha para conquistar o apoio do blocão de centro (formado por DEM, PP, PRB e SD, entre outros). “Tenho conversado, nada de especial, mas tenho conversado”, disse Alckmin, que tem como concorrente no cortejo aos partidos o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes. Na palestra ao setor de trilhos, Alckmin defendeu a necessidade urgente das reformas tributária, da previdência, política e do Estado. Ele também sinalizou ser favorável a privatizações, a concessões e a parcerias público-privadas para expansão das redes de transporte sobre trilhos, como trens e metrô. O tucano propôs que o governo tenha papel planejador, fiscalizador e regulador – e pregou a despartidarização de agências de controle. “O Estado não precisa ser empresário, tomar conta de tudo. O que a iniciativa privada puder fazer, o governo federal não precisa fazer”, disse. “Ninguém vai fazer uma linha de metrô nova só com dinheiro privado. Tarifa de R$ 4 não fecha a conta. Nenhum governo tem dinheiro para tudo. Vamos ter que trazer a iniciativa privada”. Alckmin prometeu, caso eleito, transformar o País num canteiro de obras de infraestrutura para gerar empregos, porque, segundo ele a tecnologia desempregou nas indústrias, no campo e no setor de serviços. O ex-governador disse que obras de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos são uma grande fonte de empregos e renda: “Pretendo, se Deus quiser for eleito, fazer um canteiro de obras. Nosso problema é emprego”. Alckmin defendeu trens de passageiros regionais entre cidades médias e disse que o governo federal pode ceder áreas contíguas aos trens de carga e recuperar investimentos. “Governo sem capacidade de investimento não tem o que fazer, perdeu a razão de estar”. Ele afirmou que o trem é “imbatível” como opção para transporte de cargas. Alckmin também disse que o preço dos combustíveis seja controlado a cada 30 dias por meio da redução de impostos que incidem no custo quando o barril do petróleo se encarecer no exterior, usando os tributos com um colchão para amortecer as variações.

Estadão Conteúdo
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