26 novembro 2024
A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, voltou a destacar a necessidade do bom funcionamento das instituições para o fortalecimento da democracia brasileira. Durante evento no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), na manhã desta quinta-feira, 23, Cármen afirmou que as instituições são maiores e mais importantes do que seus integrantes. “O Judiciário tem cara e não é um desconhecido. O Ministério Público tem cara e não é um desconhecido. E não é a cara de cada um de nós. O Supremo Tribunal Federal é muito mais importante do que seus ministros. O Poder Judiciário é muito mais importante do que cada um dos seus juízes. E o Ministério Público é muito mais importante do que cada um de seus promotores e procuradores”, disse. A presidente da Suprema Corte brasileira participou da abertura do ‘Talk show sobre os 30 anos da Constituição: o Ministério Público na Constituinte’, em Brasília. O evento promove conversas entre os membros que participaram da elaboração e da inclusão do Ministério Público na Constituição Federal de 1988. “As instituições democráticas do Brasil estão funcionando. Estão funcionando com deficiências. Sempre haverá deficiências. Talvez as nossas, neste momento, sejam muito maiores e a sociedade brasileira esperasse que cada um de nós, especialmente nós, servidores públicos, já tivéssemos sido capazes de superar e oferecer um Brasil muito melhor”, disse Cármen Lúcia. Na avaliação da presidente do Supremo, apesar dos problemas que as instituições apresentam, o sistema de Justiça brasileiro está funcionando e tem dado respostas à sociedade. “Estamos fazendo isso. Com problemas, sim. Com a morosidade da Justiça ainda muito longe do que é a razoável duração do processo, sim. Mas estamos fazendo. Por mais que se critique o Poder Judiciário e o Ministério Público, talvez grande partes das críticas é porque estamos fazendo.” A ministra ressaltou ainda que não falta ao Ministério Público e ao Poder Judiciário coragem na execução de suas atribuições. “Não é nem um pouco fácil ser juiz, nem promotor ou procurador neste Brasil de hoje. E é bom que os brasileiros saibam disso, para continuar acreditando que o direito vale a pena”, afirmou. Presente no evento, a procuradora-geral da República e presidente do CNMP, Raquel Dodge, afirmou que é preciso hoje ter empatia para agir com sensibilidade sobre as causas dos problemas que a população brasileira enfrenta. “Temos de conhecer a realidade das pessoas que estão sob nossa jurisdição direta.”
Estadão