06 de janeiro de 2009 | 08:23

EXCLUSIVO: Conflitos com família Magalhães levam a demissão de editor-chefe do Correio da Bahia

Raul Monteiro

Foi confirmada ontem a demissão do editor-chefe do Correio da Bahia, Rodrigo Cavalcanti. O pivô da dispensa do jornalista foi a manchete da edição do jornal de quinta-feira passada que chamava o então candidato a presidente da Câmara Municipal, vereador Alfredo Mangueira (PMDB), de “ex-bicheiro”.

A matéria foi publicada no dia da posse do prefeito João Henrique (PMDB) e dos 41 vereadores eleitos no ano passado, véspera da eleição de Mangueira à presidência da Câmara. O vereador é um correligionário antigo da família Magalhães, proprietária da Rede Bahia, da qual faz parte o jornal.

Não foi o primeiro conflito com os Magalhães do jornalista alagoano, um profissional respeitado nacionalmente, com passagem por vários veículos de comunicação no país, apesar de jovem, que parecia desconsiderar a influência da família, especialmente do seu eixo político, no matutino.

Há relatos no jornal de que o primeiro desentendimento entre eles ocorreu quando o colunista Hagamenon Brito, da editoria de Cultura, escreveu um texto insinuando que a gravidez da cantora Ivete Sangalo fora forjada. Irritado, O irmão de Ivete e seu produtor, Jesus Sangalo, pediu a cabeça de Brito.

A direção do jornal teria aceitado a exigência, mas Cavalcanti posicionou-se em favor do texto de Hagamenon, que foi mantido no veículo, num episódio que gerou desconfianças mútuas. Por conta do problema, Cavalcanti teria, momentos depois, entregue sua carta de demissão, que foi desconsiderada.

Outro episódio que opôs a família ao editor do jornal foi a demissão da ex-editora de Política do Correio, Lenilde Pacheco, que havia sido convidada para o cargo diretamente pelo deputado federal ACM Neto (DEM). Neto soube da demissão por terceiros e ficou passado com Cavalcanti.

Há ainda informações de que o editor teria reajustado o salário de alguns jornalistas, em detrimento de outros, gerando um clima grande de insatisfação na redação. Neste caso, a família teria avaliado que ninguém estava com a razão: o momento não seria para reajuste de funcionários.

Comentários