25 dezembro 2024
Um petista baiano com acesso fácil ao núcleo de poder em Brasília acredita que o ministro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, entrou em seu momento mais difícil na crise que a descoberta de seu surpreendente enriquecimento originou, podendo, de fato, ser obrigado a deixar o governo nas próximas horas.
Segundo ele, o desgaste gerado pela decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), de anular o requerimento de convocação de Palocci à Comissão de Agricultura do Congresso seria o ápice dos conflitos em torno da permanência do ministro no governo.
“Ainda que o governo seja bem sucedido na anulação da convocação, o desgate a ser criado até lá torna a presença de Palocci no Ministério, de fato, muito difícil”, antecipou ele ontem ao Política Livre, depois de uma reunião reservada em Brasília na qual a saída de Palocci do governo foi discutida abertamente.
Segundo o mesmo petista, o imbróglio na Comissão de Agricultura, cuja decisão pela convocação os governistas atribuem a uma “fraude” de seu presidente, Lira Maia (DEM-PA), com toda a repercussão que terá até o desfecho, seria uma demonstração de que a sorte, definitivamente, deixou de sorrir para o ministro.
Ele calcula que os próximos momentos serão cruciais para Palocci e Dilma Rousseff, sua principal fiadora, depois do do ex-presidente Lula. E que a articulação política do governo passará a noite em claro, discutindo uma saída para a crise que paralisou a principiante gestão da primeira presidente da República do Brasil.