24 maio 2025
Sob o título “A herança maldita de ACM”, a Veja desta semana traz reportagem sobre o litígio dos herdeiros pelo espólio do falecido senador, que a revista calcula em R$ 345 mi. A publicação apresenta ainda informações que haviam ficado encobertas na surpreendente semana de revelações sobre a disputa familiar tornadas públicas com a invasão do apartamento da viúva Arlette Magalhães, na última terça-feira.
Uma delas é que o empresário César Mata Pires, marido da herdeira Tereza Mata Pires, filha do casal ACM, teria procurado o senador ACM Jr. e o deputado federal ACM Neto para propor um acordo pelo qual o pré-candidato do DEM a prefeito de Salvador receberia uma mesada de R$ 100 mil, um avião e a garantia de financiamento de todas as campanhas, “da borracha ao marketing”, para que o empreiteiro assumisse o controle da TV Bahia.
O senador receberia o triplo de todos os seus rendimentos provenientes da emissora. Segundo a revista, “a guerra começou” exatamente porque pai e filho rechaçaram peremptoriamente a proposta de Mata Pires. A publicação diz ainda que a família se mostrou indignada com boatos, atribuídos ao empreiteiro, de que ACM teria tido um filho fora do casamento.
Afirma a reportagem, assinada pelo jornalista Otávio Cabral, que, pela versão difundida, o homem teria 40 anos e fora reconhecido por ACM no leito de morte, ganhando de presente um apartamento no bairro do Morumbi, em São Paulo, mas hoje estaria interessado em entrar na Justiça para pedir a exumação do corpo do ex-senador, confirmar a paternidade e reivindicar sua parte na herança.
“Só três pessoas podem saber se isso é verdade: meu pai, que já morreu, esse rapaz e a mãe dele”, desconversa ACM Júnior, segundo a publicação, deixando claro o desconforto com a história que ronda a família há muitos anos. A revista diz ainda que a família Magalhães, representada por ACM Jr. e os herdeiros do ex-deputado Luis Eduardo Magalhães, acusa Cesar Mata Pires de ter feito uma aliança com os petistas da Bahia para prejudicá-la.
“Na última eleição, a OAS foi uma das maiores financiadoras das campanhas eleitorais do PT, doando oficialmente mais de 2 milhões de reais. Agora, seguindo orientações do empreiteiro, a empresa estaria investindo na pré-candidatura do petista Nelson Pelegrino – um dos principais rivais políticos de ACM Neto – à prefeitura de Salvador”, diz a revista. Pelegrino é marido da juíza que autorizou a invasão do apartamento da víúva.
A revista diz ainda que, em conversas reservadas, César Mata Pires ainda levanta suspeitas sobre a origem do patrimônio da família, referindo-se ao fato de ACM ter feito política durante toda a vida e ainda assim ter conseguido construir uma considerável fortuna. “A concessão e o fato de ser a única retransmissora da Globo valorizaram demais a nossa empresa e ajudaram muito nos negócios”, rebate ACM Júnior na revista.