01 de fevereiro de 2014 | 10:00

Oferenda biodegradável é opção para festejos de Iemanjá

salvador

O descarte de material não-biodegradável no mar pode provocar impactos na natureza que levam mais de um ano para se dissipar. No caso do vidro, por exemplo, a decomposição pode chegar a quase quatro mil anos. Como esta realidade pode causar danos irreparáveis à geração futura, o vereador Marcell Moraes (PV) protocolou o Projeto de Lei nº 321/13 para que a prefeitura de Salvador fiscalize este descarte indevido e repare os infratores. Para ele, a coleta de lixo deve ser feita na terra e também no mar. “Ficamos à mercê da maré que leva o lixo para o fundo ou para outras praias e ilhas. Isso quando não formam ilhas de sujeira pelo oceano. É algo que precisa ser discutido e revisto”, propõe. No entanto, há uma especificidade em Salvador, marcada pela religiosidade africana, que causa polêmica com relação a este projeto. Vale ressaltar, que não é a intenção do vereador fomentar uma discussão desagradável, mas também não é aceitável o descarte indevido. “O objetivo deste Projeto não é proibir o oferecimento àqueles tidos como ‘entidades do mar’, mas sim, conscientizar a população que realiza esta prática religiosa que se pode prestar culto aos deuses, com responsabilidade e respeito para com as coisas divinas. Como podemos pensar ou falar de culto religioso sem respeitar o outro, mesmo que estes sejam as gerações que nos sucederão?”, questiona o vereador, que completa: “A religião não deve estar isolada do cotidiano do homem e o culto religioso não deve deixar de se ater às questões sociais. Os impactos ambientais negativos só cessarão quando todos estiverem alinhados com o bem-estar de todos”, finaliza. Atualmente, o projeto está em tramitação na Câmara de Vereadores.

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