07 de abril de 2014 | 09:20

Praia de Patamares é uma das mais organizadas da Orla; ambulantes de Itapuã não se adequaram

salvador

A orla quase perfeita. Cadeiras reclináveis, sombreiros padronizados, ambulantes mantendo distância regulamentar um do outro e, claro, uma bela vista para o mar. Isso, na praia de Piatã, hoje uma das mais charmosas de Salvador. A poucos metros dali, na praia ao lado, Itapuã era o exemplo da desordem. Cadeiras e mesas de plástico amontoando-se na areia, sombreiros velhos e sem padronização, ambulantes irregulares, enfim, poluição visual no paraíso. Em uma semana de intensa fiscalização da prefeitura, a Orla da capital baiana viveu um domingo de contrastes. Entre todas as praias, Itapuã parece ser a maior resistência ao ordenamento. Na quarta, uma operação da Secretaria de Ordem Pública (Semop) revoltou os barraqueiros, que tiveram 1,1 mil equipamentos apreendidos. Um dos ambulantes, em Itapuã, ateou fogo em 16 banheiros químicos como represália. Ontem, os mesmos barraqueiros que perderam materiais voltaram ao local. Carregamentos com mesas e cadeiras plásticas, além de sombreiros sem padronização, chegavam a todo momento. Bastou a fiscalização passar para a praia ser tomada. “Quantas vezes eles levarem minhas coisas eu vou voltar. Eu só sei fazer isso da vida”, bradou Juliana Montenegro, uma das poucas ambulantes que se dispôs a falar. A maioria se mostrou hostil com a presença da reportagem. Uma outra ambulante denunciou a falta de critérios da prefeitura na escolha dos permissionários e a pequena quantidade de kits distribuídos. “Muita gente das antigas ficou de fora. Somos a favor da organização, mas também queremos justiça na distribuição dos kits. Até quem era só garçom virou barraqueiro”, afirmou, sem se identificar. Leia mais no Correio.

Alexandre Lyrio, Correio*
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