08 de abril de 2014 | 09:07

Risco de leptospirose é elevado em 34 bairros de Salvador

salvador

Na sua casa, no Pau da Lima, um prato de feijão e arroz esperava por Edson Dias, 41 anos, mas ele sequer saboreou o almoço de ontem. Bastou um minuto de vacilo e uma ratazana passou sobre a comida. Isso é revirar o estômago, não é? Pois a presença do animal não é rara em Salvador. Em Pau da Lima, 90% dos roedores são vetores da bactéria que causa a leptospirose, segundo pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). E o próprio Edson já foi vítima da doença, no ano passado. “Pensei que eu ia morrer. O que mais tem é rato, a qualquer hora”, queixa-se. Desde dezembro, o bairro onde ele mora é uma das localidades que fazem parte de 5 dos 12 distritos sanitários de Salvador com alto índice de transmissão de leptospirose, segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). No Uruguai, que fica em outro dos cinco distritos – o de Itapagipe -, a guerra contra os ratos é rotina, segundo a comerciante Carla Fabiana Silva, 31 anos. “Eu falo sempre: mijo de rato mata. Aqui, a gente vigia para não entrar em casa”. Em frente ao mercadinho dela, um beco abriga as ratazanas, que circulam livremente. O risco de alguém contrair a doença também é maior nos distritos de Cabula/Beiru, São Caetano/Valéria e Subúrbio Ferroviário, segundo a coordenadora do programa de controle de roedores do CCZ, Maria Gorete Rodrigues: “O índice de infestação é considerado muito alto a partir de 25%. O baixo, que é ideal, fica em torno de 1%”. Leia mais no Correio.

Clarissa Pacheco, Thais Borges e Amanda Palma, Correio*
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