12 de dezembro de 2014 | 16:45

Dólar sobe a R$ 2,6590 sob influência da queda de preço do petróleo

economia

O dólar escalou hoje mais um degrau no Brasil, apesar de o Banco Central ter feito quatro leilões de moeda ao longo do dia. A derrocada nos preços do petróleo, que espalhou a aversão ao risco no exterior, pesou sobre as divisas de países exportadores da commodity, como o Brasil, e favoreceu a busca pela moeda americana. Na reta final, o dólar desacelerou um pouco os ganhos ante o real, mas ainda assim terminou em alta de 0,30% no balcão, aos R$ 2,6590, no maior patamar desde 1º de abril de 2005. Foi o terceiro dia consecutivo de ganhos para a moeda americana, sendo que em dezembro ela subiu até agora em sete de dez sessões. Pela manhã, o dólar até chegou a recuar ante o real, marcando a mínima de R$ 2,6480 (-0,11%) às 9h36 no balcão. Mas o avanço da moeda americana ante as divisas de exportadores de petróleo era generalizado no exterior, em função do recuo dos preços da commodity. Isso afetou também o Brasil, em meio à leitura de que o petróleo baixo prejudica as exportações da Petrobras e do País como um todo. Mais cedo, o Banco Central realizou dois leilões de swap cambial (equivalentes à venda de moeda no mercado futuro). No primeiro, vendeu 4 mil contratos (US$ 197,9 milhões) e, no segundo, outros 10 mil contratos (US$ 490,3 milhões) – neste caso para rolagem dos vencimentos de janeiro. Mas o viés de alta para o dólar vindo do exterior era muito forte, ainda mais após a divulgação de alguns números positivos nos EUA. O índice de sentimento do consumidor medidos pela Reuters/Universidade de Michigan subiu a 93,8 em dezembro, na leitura preliminar, ante a previsão de 90,0 e os 89,4 de novembro. Como de costume, dados positivos sobre a economia americana reforçam apostas de que o Federal Reserve (Fed) pode antecipar a alta de juros – o que, na prática, pode roubar dólares de países como o Brasil.

Fabrício de Castro, Estadão Conteúdo
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