29 de dezembro de 2014 | 06:55

Malária mata mais que Ebola no Oeste da África

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A batalha no Oeste da África para conter o Ebola tem dificultado a campanha contra a malária, uma doença evitável e tratável e que está matando muito mais pessoas que o temido vírus. Em Gueckedou, perto da aldeia onde o Ebola começou a matar pessoas nas florestas tropicais do sul da Guiné um ano atrás, os médicos dizem que tiveram de parar os testes de sangue para a malária. Um queda de até 40% nos casos de malária registrados na Guiné neste ano não é uma boa notícia, disse o médico Bernard Nahlen, vice-diretor da Iniciativa do Presidente dos Estados Unidos Contra a Malária. Segundo ele, a diminuição pode ser consequência do medo das pessoas de irem aos serviços de saúde e por isso não estarem recebendo tratamento para contra a doença. “Seria uma grande falha por parte de todos os envolvidos se um número grande de pessoas morrer de malária no meio da epidemia de Ebola”, disse o médico em uma entrevista por telefone. “Eu ficaria surpreso se não houvesse um aumento no número de mortes desnecessárias de malária no meio de tudo isso, e um grande número das vítimas será de crianças.” Os números são sempre estimativas na Guiné, onde metade das 12 milhões de pessoas não têm acesso a centros de saúde e inúmeras morrem. Cerca de 15 mil guineenses morreram de malária no ano passado, 14 mil eram crianças menores de cinco anos, de acordo com a Nets for Life Africa, uma instituição de caridade sediada em Nova York dedicada ao fornecimento de redes tratadas com inseticida contra mosquitos para colocar sobre camas. Em comparação, cerca de 1.600 pessoas morreram de Ebola na Guiné, de acordo com estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Agência Estado
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