Foto: Reprodução
Estudos técnicos da Firjan apontam a Bahia como o sexto estado a ser mais atingido 14 de abril de 2015 | 07:35

Bahia pode ter perda de R$21 bi com Operação Lava Jato

bahia

A Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga os desvios na Petrobras, deve trazer perdas significativas para a economia baiana. Essa perspectiva é apontada por especialistas, após a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) ter apresentado um estudo técnico que aponta o cenário da Bahia como o sexto a ser o mais atingido, com prejuízos que podem alcançar a cifra de R$ 21,3 bilhões. As paralisações em grandes obras, como o Estaleiro Paraguaçu, em Maragogipe, no Recôncavo Baiano, e a Ferrovia Oeste-Leste, são algumas das consequências diretas para os negócios do estado. No estudo, o Rio de Janeiro pode ter perdas de até 105,8 bilhões, seguido por São Paulo, com R$ 78,2 bilhões, Pernambuco, com R$ 73,5 bilhões, Pará, com R$ 34,2 bilhões, e Rondônia, com prejuízos estimados em R$ 28 bilhões. O presidente do Conselho Federal de Economia, Paulo Dantas da Costa, frisou a repercussão ‘imediata” na Bahia das irregularidades apuradas, que trouxeram como consequência o encerramento de algumas atividades. “São efeitos grandes, a exemplo do Estaleiro, que é um projeto de dimensão extraordinária e que está praticamente paralisado”, afirmou. O economista lembrou que os problemas gerados pelas investigações na estatal e nas demais empresas contratadas agravam ainda mais a situação da economia que já se apresentava negativa. “No final do ano passado, eu já destacava o PIB baixo e que os investimentos foram muito aquém do esperado.
Para recuperar o PIB seriam necessários 26% a 27% de investimento. Diante disso, a tendência é que atrase ainda mais a capacidade de recuperação. Se não há investimentos públicos e privados, aumenta-se o desemprego, e a realidade afeta diretamente o crescimento” da economia, destacou. Segundo Dantas, o ano tende a ser muito difícil com os ajustes dos preços e os complicadores nas contas públicas. “Se não estão alinhadas, comprometem a possibilidade de o estado investir”. O dirigente da entidade fez uma análise também sobre as medidas “tardias” adotadas pelo governo federal na seara da economia. “No ano passado foi feito algo que a economia não perdoa, que foi o retardamento dos ajustes nos combustíveis e na energia elétrica. Esses aumentos vieram agora por causa da inflação”, afirmou, citando o quanto as intervenções por cadeia devem aumentar os preços dos alimentos e demais produtos. Leia mais na Tribuna.

Lilian Machado, Tribuna
Comentários