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07 de maio de 2015 | 07:45

CPI do Congresso vem a Salvador apurar extermínio de negros

bahia

A Bahia será palco da próxima audiência pública promovida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados destinada para apurar os casos de violência, mortes e desaparecimentos de jovens negros e pobres no país, que foi batizada de CPI do Extermínio da Juventude Negra. A audiência será realizada no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia, na próxima segunda-feira (11), das 9h às 13h. De acordo com o deputado baiano Bebeto Galvão (PSB), membro da CPI e militante do movimento negro, a audiência vai debater prioritariamente sobre os casos de assassinatos de jovens negros, vítimas da ausência de políticas públicas de inclusão do Estado e tentar encontrar juntamente com a sociedade civil formas de solução para a problemática.A CPI, que conta ainda com mais dois deputados baianos, Bacelar (PTN) e Davidson Magalhães (PCdoB), irá dividir as atividades por mesas de debates. E em uma delas estarão presentes representantes e familiares de vítimas da violência, a exemplo do capoeirista Mestre Ninha, pai do garoto Joel, de 10 anos, morto em 2010, com um tiro na cabeça durante operação policial no Nordeste de Amaralina, além do Jorge Lázaro, pai do trapezista de circo Ricardo Matos dos Santos, que foi executado cruelmente por policiais na Boca do Rio enquanto jogava futebol com amigos. Para Bebeto, este será um momento importantíssimo para a Bahia, que é o estado onde a polícia mais mata em termos relativos segundo os Anuários da Segurança Pública (2012-2014), e conta com 21 cidades no ranking nacional dos municípios que mais matam jovens negros no Brasil. “É um momento para questionar porquê ainda está em vigência esse modelo falido de Segurança Pública, que só tem a prática do aparelhamento, encarceramento e enfrentamento, só age com repressão. E isso só se traduz em morte, na maioria de negros, pobres e também de policiais, que são majoritariamente pessoas pobres também. É preciso ouvir da sociedade e também dos próprios agentes da segurança, qual o modelo de polícia que queremos e precisamos. O que não queremos de jeito nenhum é o modelo em que sacar a arma e atirar é sempre a primeira alternativa”, diz Bebeto.

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