Líderes do PT criticam declarações de ACM Neto contra a CPMF

Líderes do Partido dos Trabalhadores acham curiosa a decisão do prefeito ACM Neto (DEM) de somar forças contra a CMPF, “visto que comumente ele está na imprensa solicitando recursos ao Governo Federal”, observa a presidente do partido em Salvador, Marta Rodrigues. A petista destaca a incoerência no posicionamento do gestor. Segundo ela, o aumento de tributos foi justamente a medida utilizada pelo prefeito para equilibrar as contas do município, quando assumiu a gestão em 2014. “Em vez de se associar ao governador Rui Costa, na defesa de recursos para a cidade, ele vai a Brasília para lutar contra medidas do governo para ampliar a arrecadação e os repasses para os Estados. Porque ACM Neto não apóia o governador? Ou ele atua com duas medidas e dois pesos ou está mais interessado em fazer política e travar uma luta invisível contra Rui, pensando nas eleições de 2016”. A deputada estadual e vice-líder do Governo, Fátima Nunes (PT) também ressaltou o fisiologismo do prefeito, lembrando que o partido dele foi um dos que mais apostaram na continuidade da CPMF, criada no Governo de Fernando Henrique Cardoso, do qual eles faziam parte. “O governo do PT acabou com o imposto, já que era provisório. Mas, diante de uma situação de crise mundial e também da falta de recursos para a manutenção dos pagamentos da Previdência, o imposto temporário volta a ser necessário. Quer dizer que na época do PSDB-DEM a medida era justa e hoje não?”, questiona Fátima. “Na verdade, são R$ 0,02 para cada R$ 1. Não afeta tanto o trabalhador. É uma medida justa. Cada um, dentro da sua posição econômica vai doar o mesmo percentual. É uma tarifa democrática e que tem prazo de validade”. A deputada disse que o País está crescendo e precisa de recursos para atender todas as políticas públicas nas áreas de saúde, educação, políticas sociais e infra-estrutura. “O partido do prefeito precisa dizer então como fazer o milagre de transformar água do mar em dinheiro. A CPMF permite tirar mais de quem tem mais e ajudar o País a manter o desenvolvimento”.