19 maio 2024
Passei as 48h que antecederam o processo de abertura do impeachment em BSB e pude ver a insatisfação de uma base fragilizada e desprestigiada pelo governo federal. Acredito que o governo achava que era obrigação dos parlamentares votar maciçamente contra o impeachment. Até que poderia ser pelo conteúdo e inconsistências do processo, segundo alguns juristas.
Porém esqueceu, o Governo, de avaliar e não houve competência para detectar, a tempo, o sentimento de vingança que estava hibernado na mente dos parlamentares. Os parlamentares começaram a acordar ao sentir o clamor das ruas e a frustração de não ter seus pleitos atendidos, reivindicados por suas bases, além da falta de atenção e carinho, que é peculiar, de um bom governante (todo ser humano gosta de afago).
“Governante algum deve se achar o soberano e imbatível, pois assim sendo, é o prenuncio da derrota.” Deus nos criou com 2 ouvidos (para ouvirmos mais) e 1 boca (para falarmos menos). Perde assim, também o ex presidente Lula por ter invertido essa ordem do criador.
O ministro Jaques Wagner se tornou um grande administrador e articulador e, se tivesse total autonomia no governo da Presidente Dilma, com certeza, não deixaria chegar aonde chegou. JW já comprovou sua competencia ao ganhar o governo da Bahia, por duas vezes seguidas, e ainda ser coroado, fazendo o seu sucessor Rui Costa.
O senador Otto Alencar fez a sua parte e saiu forte desse processo, pois manteve a sua coerência política e conseguiu liderar 100% da bancada baiana do PSD para ajudar a tentar salvar a presidente.
Espero que sirva de lição para os governantes esse triste episódio de “vingança”, que deve servir de alerta para os senhores chefes do Executivo no sentido de tratar e respeitar melhor o Legislativo, pois tudo na vida tem limites e corrigir trajetória e métodos no abafa leva ao declínio.
* Angelo Coronel é deputado estadual do PSD da Bahia.
Angelo Coronel*