08 de abril de 2016 | 08:16

Para aliados baianos, relatório é frágil, superficial e viciado

bahia

Deputados federais baianos que compõem a base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara Federal teceram críticas ao relatório apresentado anteontem na comissão especial que analisa o processo de impeachment da petista por pedaladas fiscais em 2014 e início de 2015. O parecer do relator deputado Jovair Arantes, do PTB de Goiás, opina pela admissibilidade do processo e deve ser votado pelo colegiado na próxima segunda-feira (11).Para João Carlos Bacelar (PTN), deputado federal baiano que integra a comissão especial do impeachment como titular, não há dúvida de que o processo de impedimento de Dilma é uma “tentativa de golpe”.O peteenista estava, a princípio, receoso de expor sua opinião sobre o caso publicamente. Depois, teria passado a ser alvo de investidas da articulação política do governo, que estaria oferecendo cargos em troca de apoio na votação do processo. Bacelar teve o nome especulado para assumir o Ministério do Turismo, mas ele nega o interesse. Após as especulações, o parlamentar baiano passou a usar os microfones da tribuna da Câmara para atacar a mobilização pró-impeachment e fazer apelo, como o registrado ontem ao falar do relatório de Jovair Arantes: “Não vamos aceitar o que a oposição quer fazer. Não podemos aceitar um relatório frágil, superficial e viciado. O que acontece, hoje, no Brasil, é a banalização do processo de impeachment”.Bacelar afirmou que a impressão que teve foi de o relator do processo não ter “nenhuma intimidade com o texto que assinou”. “O relator tropeçou nas palavras e, em vários momentos, pareceu não compreender os termos jurídicos que dizia, demonstrando fragilidade e falta de convicção do que estava lendo. […] O relatório extrapola os limites das denúncias tanto do ponto de vista material quanto do temporal. O texto não consegue mostrar a ilegalidade dos decretos de suplementação orçamentária apresentados pela presidente, não confirma o nexo entre os decretos e a meta fiscal, à época, nem demonstra o dolo da presidente da República em nenhum momento”, discursou o presidente do PTN baiano.

Tribuna da Bahia
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