27 novembro 2024
Com a definição do líder do governo na Câmara e o apelo para que Waldir Maranhão (PP-MA) não presida as sessões plenárias, a palavra de ordem entre os líderes dos partidos é desobstruir a pauta e colocar a Casa para funcionar. A Câmara não vota nenhuma matéria no plenário há 14 dias, desde o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), quatro Medidas Provisórias (MPs) serão votadas nesta quarta-feira, 18. A 706 (que transfere dívidas de R$ 3,5 bilhões das distribuidoras da Eletrobras no Norte do País para a conta de luz), a 708 (que autoriza a União a reincorporar trechos da malha rodoviária federal transferidos aos Estados e ao Distrito Federal), a 712 (que dispõe sobre a adoção de medidas de combate ao mosquito transmissor do vírus da dengue, da chikungunya e do zika) e 715 (que destina R$ 316,2 milhões para pagar parcelas do benefício Garantia-Safra). “A Casa precisa voltar a funcionar e de forma efetiva”, declarou Jovair. Os novos governistas dizem que estão preparados para a obstrução liderada pelo PT e para, se necessário, levar as votações no plenário “noite adentro”. A preocupação é destravar a pauta e deixá-la livre para as medidas que serão encaminhadas nos próximos dias pelo presidente em exercício, Michel Temer. Os partidos do “Centrão” acreditam que, com a indicação do líder do PSC, André Moura (SE), para a liderança do governo, haverá encaminhamento mais célere aos trabalhos. “Não ter um líder do governo faz com que a eficiência se reduza”, lembrou o líder do PSD, Rogério Rosso (DF). Rosso não soube dizer como o governo deverá compensar os partidos que defendiam o nome de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para o posto de líder do governo, mas lembrou que ele defendeu um rodízio no cargo para “oxigenar o compartilhamento de decisões”. Jovair Arantes afirmou que Moura não é indicação do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Eduardo Cunha está na dele. A indicação foi dos partidos do centro”, disse.
Estadão