14 maio 2025
O juiz federal Sérgio Moro autorizou, a pedido do Ministério Público Federal, a extensão do acordo de leniência da Carioca Engenharia a oito executivos da empreiteira. O acordo impôs à Carioca e a seus donos, Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Junior, multa de R$ 100 milhões. À empreiteira, R$ 10 milhões, e a cada um dos executivos, R$ 45 milhões. A leniência da Carioca Engenharia foi homologada por Moro em fevereiro deste ano. A decisão que amplia o acordo a oito executivos foi tomada pelo juiz da Lava Jato na quinta-feira, 13. Serão beneficiados com a leniência os executivos Alberto Elisio Vilaça Gomes, Albuíno de Azevedo, Alexandre Açakura, Álvaro Monerat, Eduardo Beckheuser, Luiz Fernando dos Santos Reis, Roberto José Teixeira Gonçalves e Tania Fontenelle. Alberto Elisio Vilaça Gomes foi condenado por Moro em ação penal contra executivos da empreiteira Mendes Júnior. Ele pegou 10 anos de reclusão pelos crimes de corrupção e associação criminosa. Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior delataram propina de R$ 52 milhões em 36 parcelas ao presidente cassado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os dois fecharam acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. O relatório de leniência apresentado pela Carioca foi dividido em anexos. Segundo Sérgio Moro, ‘os anexos foram instruídos com elementos que podem ser pertinentes à investigação’. Os relatos apontam para Mário Góes, que segundo a força-tarefa da Lava Jato é lobista e operador de propinas na Diretoria de Serviços da Petrobrás, e para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Mário Góes também é delator do esquema de corrupção instalado na estatal entre 2004 e 2014.
Estadão