24 de outubro de 2016 | 18:50

Policial do Senado aponta retaliações por se recusar a fazer varreduras

brasil

Além do policial legislativo Paulo Igor Bosco de Silva, que denunciou à Polícia Federal a atuação da Polícia do Senado para supostamente tentar obstruir investigações contra parlamentares, outros agentes revelaram à PF ter sofrido retaliações internas na Polícia do Senado.O ex-chefe de Serviço de Suporte Jurídico da Polícia Legislativa Carlos André Alfama, por exemplo, relatou à PF no dia 8 de junho ter se recusado a participar de uma varredura no Maranhão a pedido do ex-senador Lobão Filho (PMDB-MA), em 2014. Alfama disse ter avisado seus colegas que isso seria uma infração funcional.No ano seguinte, segundo contou à PF, acabou sendo afastado do cargo de chefe de Suporte Jurídico. Isso ocorreu em abril de 2015, conforme declarou, por não concordar com as varreduras que vinham sendo feitas a serviço de parlamentares após operações da Polícia Federal.”Que acredita que, por sempre ter opinião de encontro às ordens do Diretor de Polícia do Senado e por ter se negado a participar das varreduras, foi dispensado da Chefia de Serviços de Suporte Jurídico e Correcional”, disse. Ele afirmou que sempre foi contrário à realização de varreduras da Polícia Legislativa em escritórios políticos e até em residências de parlamentares, “o que não é uma atribuição do órgão” e que, segundo Alfama, “poderia captar escutas legais”.Alfama depôs no inquérito da Operação Métis, aberto a partir da primeira denúncia feita por seu colega, Paulo Igor Bosco Silva. A varredura na residência de Lobão Filho foi apontada pela Polícia Federal como irregular e que embasou a Operação Métis, deflagrada na sexta-feira, 21 – quatro policiais legislativos foram presos.

Estadão Conteúdo
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