Foto: Divulgação
Prédio da Odebrecht em São Paulo 08 de dezembro de 2016 | 08:15

Lava Jato monta esquema especial para ouvir delatores da Odebrecht

brasil

A força-tarefa da Operação Lava Jato se organiza e procura novos integrantes para agilizar o trabalho de ouvir os depoimentos dos executivos e ex-executivos da Odebrecht, que fecharam o maior acordo de colaboração premiada das investigações de cartel e corrupção na Petrobrás. Os procuradores se subdividiram em equipes para formalizar no papel e em vídeo os termos de delação das 77 pessoas ligadas ao grupo empresarial, entre eles, o presidente afastado Marcelo Bahia Odebrecht e o patriarca Emílio Odebrecht. A meta dos procuradores é começar ainda nesta sexta-feira, 9, – na quinta é feriado do Dia da Justiça -, ou na segunda-feira, 12. Os depoimentos começam nove meses após o início das negociações e serão realizados em pelo menos cinco estados. A pulverização em diversas localidades tem como objetivo agilizar o processo. Além de Curitiba (PR), estão previstos depoimentos em Brasília (DF), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). Para dar conta da quantidade de depoimentos, a força-tarefa tem procurado novos integrantes para atuar nos casos relacionados à delação da Odebrecht. A força-tarefa se subdividirá em equipes de procuradores da Procuradoria-geral da República, que é quem fez o acordo de delação premiada, e da Procuradoria em Curitiba, origem das investigações da Lava Jato, e que ficará responsável pelo acordo de leniência (espécie de delação para empresas). A expectativa era conseguir tomar os depoimentos até o dia 19, quando começa o recesso do Judiciário. Investigadores da força-tarefa e advogados ouvidos pelo Estado, no entanto, admitem que devem conseguir concluir tudo apenas em janeiro. Desse modo, no retorno do recesso o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), deve receber o conteúdo do acordo para deliberar sobre sua homologação. Só após a homologação da Justiça, as delações poderão ser utilizadas para abertura de inquéritos ou na solicitação de medidas cautelares, como busca e apreensão e prisão de pessoas citadas. A leniência será apresentada para homologação para o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, em Curitiba. Tanto a Justiça em primeira instância, como o Supremo os trabalhos serão retomados em fevereiro de 2017. Até lá, a força-tarefa quer ter concluído todos os depoimentos a serem apresentados para homologação.

Estadão
Comentários