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Plano é vender R$ 12 bilhões em ativos para fazer caixa 02 de dezembro de 2016 | 06:40

Plano da Odebrecht é vender R$ 12 bilhões em ativos para fazer caixa

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Após fechar o acordo de delação premiada e leniência, o conglomerado baiano Odebrecht tem pela frente o desafio de recuperar sua credibilidade, fortemente abalada pelo envolvimento no pagamento de propinas, e reduzir sua pesada dívida, que beira R$ 110 bilhões, o que pode comprometer as operações do grupo. O plano é vender R$ 12 bilhões em ativos para fazer caixa. O grupo, que está encolhendo com a venda de importantes negócios, busca convencer bancos e investidores que está mudando para conseguir os financiamentos que necessita para se manter em pé, segundo fontes ouvidas pelo Estado. Com um faturamento da ordem de R$ 126,6 bilhões (no acumulado dos últimos 12 meses até junho), a companhia começou a vender empresas e renegocia as dívidas de suas subsidiárias. Das dívidas pendentes, conseguiu renegociar a da divisão Agroindustrial, produtora de açúcar e álcool, de cerca de R$ 13 bilhões. Mas um dos casos mais sensíveis é o da Odebrecht Óleo e Gás – o conglomerado precisa renegociar US$ 3 bilhões, mas depende de uma negociação com a Petrobrás para manter contratos de seis sondas. A empresa de Transportes também passa por dificuldades, sobretudo, para conseguir tocar obras de concessões de rodovias que ganhou nos últimos anos. Nesse contexto, a volta do financiamento do BNDES é considerado fundamental. Estima-se que pelo menos R$ 5 bilhões estão represados para dar seguimento a obras nacionais da companhia. Recentemente, o banco também anunciou a suspensão de financiamentos para a exportação de serviços das construtoras que têm contratos no exterior, o que afeta diretamente o grupo. “O governo terá que fazer escolhas. Já perdemos 70 mil empregos, o governo está disposto a perder mais 100 mil postos de trabalho?”, questiona um executivo da empresa, referindo-se as funcionários demitidos da Odebrecht desde o início da Lava Jato e os que ainda estão nos quadros da empresa.

Estadão
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