31 de janeiro de 2017 | 14:26

Empresa do genro de ministro do TCU doou R$ 3,8 mi a campanhas eleitorais em 2014

brasil

Investigada na Operação Vórtex, desdobramento da Operação Turbulência, a construtora Lidermac firmou contratos de R$ 87 milhões com o governo de Pernambuco de 2010 a 2016, segundo a Polícia Federal. Desta quantia, contratos no valor de R$ 75 milhões foram fechados até 2014, ano da campanha presidencial do ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em agosto daquele ano em acidente aéreo em Santos (SP). A Vórtex, deflagrada nesta terça-feira, 31, levou para depor coercitivamente o empresário Rodrigo Leicht Carneiro Leão, genro do ministro do Tribunal de Contas da União José Múcio e um dos sócios da Lidermac. Os outros três sócios da empresa também foram levados a depor pela PF. Ao mesmo tempo, as doações eleitorais da empresa saltaram de R$ 30 mil em 2006 para R$ 3,8 milhões em 2014, segundo a PF. Em 2014 foram doados pela Lidermac R$ 500 mil ao Diretório Nacional do PSB, segundo consta no site do TSE. Atualmente, as empresas privadas estão proibidas de fazer doações eleitorais por determinação do Supremo Tribunal Federal, que considerou os repasses inconstitucionais. Os valores, tanto dos contratos quanto das doações, chamaram a atenção dos investigadores, que chegaram à Lidermac a partir das investigações das empresas usadas na polêmica compra do avião Cessna Citation que caiu e matou o então candidato do PSB à Presidência. A construtora transferiu R$ 159,9 mil para a empresa Câmara e Vasconcelos, que adquiriu a aeronave dois dias depois pelo valor de R$ 1,7 milhão.

Estadão Conteúdo
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