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Rodrigo Maia 10 de janeiro de 2017 | 06:50

Maia articula ‘blocão’ para isolar o PT

brasil

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ameaça repetir o que fez o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em 2015 e formar um “blocão” de partidos da base aliada para tentar isolar o PT na disputa interna da Casa, caso o partido não apoie sua recondução ao cargo. Se o bloco for formado e Maia, eleito, os petistas ficariam mais um biênio sem postos na Mesa Diretora. Para apoiar a reeleição de Maia, o PT pediu o direito de indicar o próximo primeiro-secretário da Câmara, espécie de prefeito, que cuida do orçamento da Casa. Dona da segunda maior bancada, com 57 deputados, a sigla alega que, pela proporcionalidade, tem direito ao cargo, o segundo mais cobiçado da Mesa, sem contar a presidência. O mais desejado é a 1.ª-vice-presidência, que caberá ao PMDB, maior partido da Câmara, com 64 parlamentares. “Nossa reivindicação, que não é uma reivindicação, é o que temos direito”, afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o novo líder do PT, Carlos Zarattini (SP). “Quem nos deu a segunda maior bancada foi o povo. Esses partidos têm que entender isso.” Maia, no entanto, usa a 1.ª-secretaria para tentar atrair o apoio de partidos do Centrão – grupo de 13 siglas da base aliada, entre eles PP, PR, PSD e PTB, e que tem dois candidatos a presidente da Câmara. O parlamentar fluminense ofereceu o posto em sua chapa ao PR, legenda que comanda a quinta maior bancada da Casa, com 40 deputados. Aos petistas, o presidente da Câmara ofereceu a 2.ª ou a 3.ª-secretaria. Em um aceno ao PT, o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), que vai lançar hoje a sua candidatura à presidência da Casa, criticou a estratégia de Maia e disse que a sua chapa será a da proporcionalidade. Segundo o deputado, se ele for eleito, vai respeitar o tamanho das bancadas. “Os lugares que existem na Mesa já são destinados aos partidos políticos.” Para ele, seria “injusto” com os partidos ficarem sem os cargos na Mesa, já que as regras internas da Câmara preveem que a ordem de indicação para os cargos deve respeitar a proporcionalidade do tamanho das bancadas. “Esses cargos não são meus, são da Casa. Não vou ter esse tipo de comportamento”, afirmou Jovair.

Estadão
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