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Delatores confessam que departamento que movimentou US$ 3,3 bilhões de corrupção e caixa 2 foi mandado para a República Dominicana para afastar provas da Justiça 18 de abril de 2017 | 07:05

Odebrecht transferiu setor de propinas para o Caribe

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O empresário Marcelo Bahia Odebrechtou confessou que ordenou, em 2014, com a Operação Lava Jato nas ruas desde março, a transferência de toda estrutura física do Setor de Operações Estruturadas, o departamento da propinas, para a República Dominicana, país da paradisíaca ilha Hispaniola, nas águas azuis do Caribe. O departamento que funcionava com esse nome e de forma organizada, desde 2006, com três executivos e duas secretárias, com escritórios na Odebrecht em São Paulo e Salvador, foi responsável por movimentar US$ 3,3 bilhões em propinas e caixa 2 entre 2006 e 2014. A equipe cuidava dos pagamentos de propinas e caixa 2, de dois modos: transferindo dinheiro em contas secretas em nome de empresas offshores, no exterior, ou por entregas de dinheiro vivo, em reais, no Brasil. “Quando começou a explodir a Lava Jato a gente logo percebeu que a onde estaria o nosso ponto de exposição e poderia espalhar por todo mundo que tivesse feito uso, seja legítimo ou ilegítimo, era a questão das Operações Estruturas, o pessoal do Hilberto (Mascarenhas) e a equipe dele”, afirmou Marcelo Odebrecht, no termo de depoimento 46, da delação premiada fechado com a Procuradoria Geral da República (PGR). A mudança aconteceu em outubro de 2014, um mês antes de ser deflagrada a primeira etapa ostensiva da Lava Jato contra empreiteiras do cartel, em 14 de novembro de 2014 – Operação Juízo Final. Marcelo disse que não era para serem foragidos. “Se houver uma ordem de prisão, vocês vão voltar.” Ele disse ter orientado só para que eles não trabalhassem nos Estados Unidos. O delator afirmou que mandou que as contas fossem fechadas e as operações não fossem mais realizadas.

Estadão
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